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Rodrigo Garro tem atuado pelo Corinthians mesmo sem estar em plenas condições físicas nas últimas partidas. O meia argentino convive com dores no joelho e, em alguns casos, tem recebido infiltrações para suportar a sequência de jogos. Embora o uso desse tipo de tratamento possa levantar preocupações sobre impactos futuros, o ortopedista e traumatologista Eduardo Pellegrino vê a situação do jogador com mais otimismo.
Em entrevista exclusiva ao Meu Timão, o especialista analisou a condição de Garro, explicando as possíveis razões para o problema físico do camisa 8. Sem acesso aos exames médicos do Corinthians, Pellegrino destacou que a tendinite patelar, lesão diagnosticada no jogador, é relativamente comum em atletas de alto rendimento.
"A tendinite patelar afeta um tendão localizado abaixo da rótula, sendo uma estrutura essencial para a extensão do joelho. No futebol, é bastante utilizada e, quando sobrecarregada, pode desenvolver um processo inflamatório. Esse quadro pode se prolongar, afetando as fibras colágenas do tendão, causando dor e impactando diretamente no desempenho do atleta", explicou.
O Corinthians confirmou a lesão de Garro no dia 10 de janeiro, apontando uma tendinopatia patelar no joelho direito. O problema, no entanto, já vinha incomodando o jogador desde o fim do Brasileirão de 2024, quando ele seguiu atuando mesmo com dores. Pellegrino pontuou que, ao contrário de outros tipos de infiltrações aplicadas diretamente dentro do joelho, o tratamento do argentino parece ser mais seguro, pois a medicação deve estar sendo aplicada ao redor do tendão.
"O calendário brasileiro dificulta a recuperação completa desse tipo de lesão, pois muitas vezes não há um período adequado para cicatrização. As informações indicam que o jogador tem recebido infiltrações para aliviar a dor e poder atuar. No caso da tendinite patelar, essas infiltrações geralmente são feitas ao redor do tendão, utilizando anestésicos e anti-inflamatórios para proporcionar mais conforto. É diferente das infiltrações intra-articulares, que no passado foram associadas a problemas degenerativos no joelho," esclareceu.
Sem ter participado da pré-temporada, Garro fez sua estreia apenas na segunda semana de janeiro, mas revelou que ainda sente incômodos no joelho. Após a vitória sobre o Santos, no último domingo, o argentino comentou que segue lidando com dores, apesar de já estar conseguindo atuar normalmente. O médico destacou que o departamento médico do Corinthians tem buscado alternativas para evitar prejuízos a longo prazo e manter o jogador disponível para a reta final do Paulistão.
"O objetivo do departamento médico é proporcionar condições para que ele jogue sem comprometer sua recuperação futura. Se ele está recebendo infiltrações, elas são ao redor do tendão, o que não deve trazer impactos negativos a longo prazo. O Corinthians tem um time de profissionais extremamente competentes, e acredito que o atleta logo estará completamente recuperado e apto a atuar em sua melhor forma", completou Pellegrino.
O meio-campista segue sob observação e trabalha para estar à disposição do técnico Ramón Díaz na grande decisão do Campeonato Paulista. O Corinthians encara o Palmeiras no domingo (16), às 18h30, no Allianz Parque, na primeira partida da final. O confronto decisivo acontece no dia 27, na Neo Química Arena.
Vinicius Cascone, diretor jurídico do clube, também revelou que o Timão mantém uma estratégia alternativa para quitar a dívida da Neo Química Arena
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Mesmo com a campanha “Doe Arena” em andamento, o Corinthians mantém uma estratégia alternativa para quitar a dívida da Neo Química Arena. A revelação foi feita por Vinicius Cascone, diretor jurídico do clube, em entrevista à Rádio Bandeirantes na última sexta-feira (22). Segundo o dirigente, a diretoria tem um plano bem estruturado, herdado e aprimorado a partir de gestões anteriores, que poderá ser ativado caso os valores arrecadados pela vaquinha organizada pela Gaviões da Fiel não sejam suficientes para quitar os débitos com a Caixa Econômica Federal.
“Temos um plano que já foi discutido em gestões anteriores. Também é um plano que tem bastante viabilidade. Seguramos o plano, inclusive, por causa da questão da vaquinha, para não colidir com ela. Incentivamos muito a vaquinha, uma iniciativa fenomenal da Gaviões, mas temos um plano também para equacionar essa situação”, destacou Cascone.
A iniciativa paralela ainda não teve detalhes revelados, mas gira em torno da utilização do fundo imobiliário do estádio. Na época da gestão de Duilio Monteiro Alves, já havia sido cogitada a venda de até 49% das cotas do fundo, permitindo a participação direta de torcedores como investidores minoritários. A ideia é oferecer uma nova forma de engajamento da Fiel, transformando a torcida em parte ativa na quitação da Arena.
“O plano já estava pré-elaborado e estamos aperfeiçoando. A ideia é sempre contar com a torcida, cada vez mais, colocando-a como parte do processo, como parte do Corinthians”, completou o dirigente, evitando aprofundar os detalhes até que a vaquinha seja concluída.
Além disso, Cascone também descartou a possibilidade de alteração nos naming rights do estádio. O acordo com a Neo Química, marca do grupo Hypera Pharma, segue em vigor até 2040 e, segundo ele, a parceria é valorizada pela atual gestão.
“Neste momento, o contrato está em vigor. Nós respeitamos muito a Neo Química, que é uma ótima parceira do clube, e confiamos na manutenção desse projeto”, finalizou.
A campanha “Doe Arena” já ultrapassou a marca de R$ 38 milhões em doações e tem como objetivo alcançar R$ 700 milhões até maio. A mobilização da torcida segue intensa, com apoio da diretoria e diversas ações nas redes sociais e nos jogos do Timão.
A recuperação defensiva coincide com mudanças importantes no sistema tático e nas peças utilizadas pelo técnico Ramón Díaz
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Após um início de temporada marcado por falhas defensivas, o Corinthians vive um momento de estabilidade no setor sob o comando de Ramón Díaz. Nas primeiras 14 partidas de 2025, o time foi vazado 16 vezes, com média de 1,14 gols sofridos por jogo. No entanto, nas cinco partidas mais recentes, a equipe sofreu apenas dois gols e não foi vazada em três delas. O desempenho defensivo, assim, evoluiu e a média caiu para 0,8 por confronto.
A recuperação defensiva coincide com mudanças importantes no sistema tático e nas peças utilizadas. O retorno de Gustavo Henrique, após lesão, e a consolidação de Félix Torres como titular formaram uma nova dupla de zaga, que mostrou solidez. Juntos, os dois zagueiros sofreram gols apenas diante do Santos e no primeiro tempo contra o Barcelona de Guayaquil, pela Libertadores. Na ocasião, o gol equatoriano foi fruto de um pênalti cometido por João Pedro Tchoca, que substituiu Torres no intervalo.
Além disso, a entrada de Fabrizio Angileri na lateral esquerda também teve impacto imediato. Em sua estreia, contra o Mirassol, o argentino deu uma assistência para Memphis Depay. Desde então, assumiu a titularidade e se destacou, contribuindo ofensivamente e mostrando segurança na marcação, especialmente no clássico contra o Palmeiras.
Outra modificação relevante foi a entrada de José Martínez no lugar de Breno Bidon. Com perfil mais defensivo, o venezuelano passou a fazer dupla de volantes com Raniele, reforçando a proteção à zaga.
No aspecto tático, Ramón Díaz também alterou a postura do time sem a bola. Memphis Depay, antes preservado na recomposição, passou a integrar a segunda linha do meio-campo no 4-4-2 em losango, cobrindo o lado esquerdo. Mesmo assumindo funções defensivas, o camisa 10 manteve sua produtividade ofensiva: três assistências e um gol nos últimos cinco jogos.
Embora o ataque tenha visto sua média de gols cair de 1,71 para 1,4 por partida, vale destacar que os últimos cinco jogos foram todos em formato eliminatório, com adversários mais qualificados. Ainda assim, o equilíbrio entre defesa e ataque tem sido um dos trunfos do Timão na reta final do Campeonato Paulista.
Na decisão do estadual, o Timão joga com a vantagem do empate, já que venceu o jogo de ida por 1 a 0 no Allianz Parque, com gol de Yuri Alberto
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O Corinthians se prepara para encarar o jogo decisivo do Campeonato Paulista com mais do que o troféu em jogo. A equipe comandada por Ramón Díaz tem a chance de alcançar uma marca inédita em 2025: conquistar a quarta vitória consecutiva na temporada, algo que ainda não foi feito neste ano.
Após superar o Santos na semifinal do estadual, bater o Barcelona de Guayaquil pela Libertadores e derrotar o Palmeiras no primeiro duelo da final, o Timão soma três vitórias em sequência. Agora, busca manter o embalo e conquistar mais um triunfo diante do rival alviverde, nesta quinta-feira (27), na Neo Química Arena.
Essa sequência de três vitórias não é novidade para o elenco corinthiano em 2025. No início do ano, a equipe venceu Red Bull Bragantino, Velo Clube e Água Santa, mas a série foi encerrada com derrota para o São Paulo. Depois, repetiu a dose ao bater Ponte Preta, Noroeste e Novorizontino, mas novamente parou, desta vez no empate com o próprio Palmeiras.
Em 19 jogos disputados na temporada, o Corinthians acumula 13 vitórias, quatro empates e apenas duas derrotas, o que representa um aproveitamento de 75,44%. Mesmo com esse bom desempenho, o clube não conseguiu avançar à fase de grupos da Libertadores, sendo eliminado na última fase preliminar.
Na decisão do estadual, o Timão joga com a vantagem do empate, já que venceu o jogo de ida por 1 a 0 no Allianz Parque, com gol de Yuri Alberto. Se confirmar o título, o clube do Parque São Jorge encerrará um jejum de seis anos sem conquistas, desde o tricampeonato paulista garantido em 2019, diante do São Paulo.
Agora, diante de sua torcida, o Corinthians tenta coroar a campanha com a taça e, de quebra, sua primeira sequência de quatro vitórias consecutivas em 2025.