CBF dá passo para implementar o fair play financeiro no futebol brasileiro - confira os objetivos

Uma das prioridades de Samir Xaud, desde que ele assumiu o cargo de presidente da Confederação Brasileira de Futebol, o projeto para a criação de um modelo de Fair Play financeiro no Brasil avançou e deve ser apresentado no dia 26 de novembro, durante o Summit CBF Academy, em São Paulo.

Fair Play Financeiro no futebol brasileiro avança e CBF vai apresentar o projeto

Presidente da CBF, Samir Xaud revelou ser uma das prioridades para que haja responsabilidade nas contratações das equipes, além disso, o mandatário afirmou que já teve uma reunião com os clubes da Série A do Campeonato Brasileiro, para que o projeto avance cada vez mais, em busca de ser aprovado para o ano que vem.

Recentemente, em entrevista ao 'GE', o presidente da CBF revelou como estavam os passos para a implementação do Fair Play Financeiro. "Bom, o "kickoff" (pontapé inicial) foi dado. Há algumas semanas, tivemos o primeiro encontro com todos os clubes da Série A, 14 da Série B, federações e os especialistas. Nesse momento, demos 90 dias para discutir qual será o melhor formato para o futebol brasileiro. É um processo, não é um processo rápido. Primeiro a gente tem que achar um norte, depois precisamos dar tempo aos clubes para começarem a se adaptar a uma nova realidade."

Três reuniões já foram realizadas durante o período em que Samir Xaud está na presidência da CBF, no qual envolveram membros da confederação, consultores independentes e representantes dos clubes. Está previsto mais um encontro, em outubro, para definição de alguns pontos da proposta.

A intenção é de que o Fair Play Financeiro seja instaurado em janeiro de 2026. "Nós queremos criar um modelo de futebol autossustentável. Um futebol que você não tenha teto de receita, mas tenha teto de gastos. Você só vai gastar o que arrecada. Evitar um endividamento dos clubes, evitar que haja o "doping financeiro" de alguns clubes." Revelou Samir Xaud, presidente da CBF.

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) está prestes a implementar uma mudança significativa no formato da Copa do Brasil a partir de 2026. A proposta visa reduzir o número de datas da competição, que atualmente ocupa 12 semanas no calendário nacional, para apenas oito. Essa reformulação tem como objetivo aliviar o cronograma dos clubes brasileiros, especialmente os que disputam múltiplos torneios ao longo da temporada, como costuma ser o caso do Corinthians.

Implementar jogos únicos

A principal alteração sugerida é a adoção de jogos únicos em praticamente todas as fases do torneio, com exceção da final, que poderá ser disputada em ida e volta ou até mesmo em jogo único em campo neutro, modelo já utilizado em competições como a Libertadores e a Supercopa do Brasil. O mando de campo seria definido por sorteio, o que adiciona um elemento de imprevisibilidade à disputa.

Com esse novo formato, um clube poderia conquistar o título jogando apenas seis partidas, o que representa uma redução significativa em relação ao modelo atual. A medida é vista como uma tentativa de tornar a competição mais dinâmica e menos desgastante, além de abrir espaço no calendário para outras competições e períodos de descanso.

Proposta da CBF em estágio inicial

A proposta ainda está em fase de discussão e será debatida com representantes dos clubes e federações estaduais antes de ser oficializada. A CBF pretende divulgar o planejamento completo da temporada de 2026 até outubro deste ano, considerando também a pausa obrigatória para a Copa do Mundo, que ocorrerá entre junho e julho.

Caso se confirme a decisão, causaria um alívio no calendário dos clubes durante a temporada. O Corinthians por exemplo, que vive com uma DM cheia teria mais tempo de ter seus principais atletas disponíveis para a competição. Atualmente, o Timão tem desfalques de nomes como Depay e Garro, o argentino é o mais recente lesionado da equipe.

O debate para a implementação do Fair Play Financeiro vem aumentando a cada dia no futebol brasileiro e o nesta terça-feira (16), durante uma entrevista ao portal 'UOL Esporte', o diretor de futebol do Flamengo, José Boto, comentou sobre o assunto e cobrou a Confederação Brasileira de Futebol, que haja a implementação do projeto.

Dirigente de time da Série A cobra CBF por implementação do Fair Play Financeiro

José Boto revelou que as pessoas por dentro do futebol tem comentado sobre a implementação do Fair Play Financeiro no Brasil, "mas não sabem realmente o que é". O dirigente do Flamengo defende a ideia de que o futebol brasileiro precisa desse tipo de regulamentação, para que não haja "uma competição desleal".

Diretor de futebol do Flamengo, José Boto defende a ideia de implementar o Fair Play Financeiro e cobra CBF: "É algo que todos nós devíamos fazer na nossa casa."

José Boto sobre Fair Play Financeiro: "As pessoas falam muito de Fair Play Financeiro, mas não sabem o que é isso. Fair Play Financeiro é algo que todos nós devíamos fazer na nossa casa, que é não gastarmos mais dinheiro do que temos. E o que acontece é que os clubes acabam fazendo uma competição desleal porque gastam o dinheiro que não têm e não pagam as dívidas que têm."

Prosseguiu o dirigente do Flamengo: "Porque nós temos nomes conhecidos que não pagaram os jogadores que já compraram há quase 2 anos. E isso a CBF tem que fazer algo. Por exemplo: quando são clubes europeus que nos devem, como Leixões ou Estrela Amadora, a FIFA já os acionou, eles não podem inscrever ninguém enquanto não nos pagarem. E isso tem de ser feito aqui, porque senão é uma concorrência desleal."

Samir Xaud, presidente da CBF, revelou em entrevista recente que conversou com o Corinthians e outros clubes da Série A do Campeonato Brasileiro, sobre a possibilidade de ter Fair Play Financeiro. "Bom, o "kickoff" (pontapé inicial) foi dado. Há algumas semanas, tivemos o primeiro encontro com todos os clubes da Série A, 14 da Série B, federações e os especialistas. Nesse momento, demos 90 dias para discutir qual será o melhor formato para o futebol brasileiro. É um processo, não é um processo rápido. Primeiro a gente tem que achar um norte, depois precisamos dar tempo aos clubes para começarem a se adaptar a uma nova realidade."