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A Dra. Ana Carolina Ramos e Côrte deixou o departamento médico do Corinthians, conforme anunciado pelo clube nesta segunda-feira. A médica, que atuava como chefe do setor desde fevereiro de 2024, encerrou sua trajetória no clube após seis anos de serviços prestados.
Ana Carolina ingressou no Corinthians em 2018, tornando-se a primeira mulher a integrar o departamento médico de um clube masculino da Série A do Campeonato Brasileiro. Sua formação inclui graduação em Medicina pela Universidade de Brasília (UnB), residência em Medicina do Exercício e do Esporte no Hospital das Clínicas da USP e doutorado em Ciências pela mesma instituição. Antes de sua passagem pelo Corinthians, atuou por cerca de dez anos no Comitê Olímpico do Brasil, participando da preparação médica para os Jogos Olímpicos Rio 2016 e Tóquio 2020.
Durante sua gestão no clube, Ana Carolina coordenou áreas como fisioterapia, enfermagem, nutrição e psicologia, sendo responsável por implementar práticas modernas de prevenção e tratamento de lesões. Sua saída ocorre em meio a uma reestruturação no departamento médico do Corinthians, que recentemente anunciou a chegada de novos profissionais para compor a equipe.
A médica também é sócia da clínica Pulse – Medicina Esportiva Integrada, em São Paulo, e coordena a Pós-Graduação em Ciência do Esporte pela Faculdade Focus, com foco em prevenção de lesões e alto rendimento. Sua contribuição para o esporte brasileiro, especialmente no futebol, é reconhecida por sua dedicação à saúde e performance dos atletas.
O Corinthians ainda não anunciou quem assumirá a chefia do departamento médico. A saída de Ana Carolina marca o fim de um ciclo significativo no clube, que agora busca novos caminhos para a gestão da saúde de seus atletas.
Presidente que aguarda votação da Assembleia Geral diz que polêmicas atrapalharam finalização da negociação entre as duas partes
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O presidente afastado do Corinthians, Augusto Melo, afirmou que o clube já havia firmado um acordo com o Mercado Livre antes das recentes polêmicas que abalaram os bastidores do Parque São Jorge. Segundo ele, a negociação estava em estágio avançado e previa a venda dos Naming Rights do centro de treinamento alvinegro. No entanto, o escândalo envolvendo denúncias de irregularidades e a abertura de um processo de impeachment contra sua gestão esfriaram a parceria.
De acordo com Augusto, o contrato estava praticamente fechado quando surgiram as acusações de envolvimento com crime organizado e suspeitas em acordos anteriores, como o da casa de apostas VaideBet. A empresa de e-commerce, diante da instabilidade institucional, optou por suspender temporariamente o avanço das tratativas. “Estava tudo certo. Quando estourou essa história, eles pediram para esperar”, declarou o dirigente.
A revelação gerou reações negativas entre torcedores e conselheiros, que criticaram a exposição pública de uma negociação estratégica em meio a uma crise política. Muitos consideraram a atitude precipitada e prejudicial à imagem do clube, que já enfrenta dificuldades financeiras e desgaste com patrocinadores.
O acordo com o Mercado Livre, segundo apurações, poderia render até R$ 70 milhões por ano ao Corinthians, valor que seria fundamental para aliviar as contas do clube. A perda dessa oportunidade, somada à instabilidade da atual gestão, agrava o cenário de incertezas.
Além disso, a crise política se intensificou com o afastamento de membros da diretoria, indiciamentos daqueles que estavam na gestão de Melo e saídas de jogadores como a de Igor Coronado. A torcida permanece dividida: parte ainda apoia Augusto Melo, enquanto outra exige mudanças imediatas na liderança.
A situação evidencia a fragilidade do planejamento institucional e a necessidade de maior transparência e responsabilidade na condução dos negócios do clube. A possível retomada do acordo com o Mercado Livre dependerá da resolução das pendências internas e da reconstrução da confiança entre as partes envolvidas.
A mobilização da campanha para ajudar amortizar as dívidas do Timão em relação ao seu estádio tem arrecado milhões, mas longe do valor estipulado
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A Gaviões da Fiel, principal torcida organizada do Corinthians, segue firme na campanha “Doe Arena Corinthians”, que tem como objetivo ajudar o clube a quitar a dívida da Neo Química Arena. Nesta semana, a entidade anunciou o pagamento do 129º boleto, reforçando o compromisso com a causa e o apoio incondicional ao time do Parque São Jorge.
O valor quitado nesta parcela foi de R$ 3.852,33, transferido diretamente da conta de doações para a Caixa Econômica Federal, instituição responsável pelo financiamento do estádio. A quantia, embora inferior a algumas remessas anteriores, representa mais um passo importante na redução do débito total, que inicialmente girava em torno de R$ 700 milhões. A campanha já teve mais de 160 mil doadores torcedores do Corinthians.
Desde o início da campanha, em novembro de 2024, a mobilização da torcida já arrecadou mais de R$ 40,6 milhões, o que corresponde a cerca de 5,7% da dívida total. A iniciativa, que começou com previsão de encerramento em meados de 2025, foi prorrogada até o final do ano, permitindo que mais torcedores contribuam com o projeto.
As doações são feitas exclusivamente pela plataforma oficial www.doearenacorinthians.com.br, onde o torcedor pode escolher o valor, preencher um breve cadastro e gerar uma chave Pix para efetuar o pagamento. A página também conta com um contador atualizado em tempo real, mostrando o montante arrecadado até o momento.
A campanha tem sido elogiada por sua transparência e prestação de contas, com a Gaviões divulgando regularmente os comprovantes de pagamento e os valores transferidos. A ação reforça o papel ativo da torcida na história do clube, não apenas nas arquibancadas, mas também na sustentação financeira da instituição. Com o apoio contínuo da Fiel, o Corinthians segue firme no objetivo de quitar integralmente a Neo Química Arena e garantir um futuro mais estável para o clube dentro e fora de campo.
Esta foi apenas uma das várias tentativas de Augusto Melo ou aliados dele de judicializar o processo de impeachment e colocá-lo de volta ao poder
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O Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo indeferiu, nesta sexta-feira, 4, uma nova ação protocolada por aliados de Augusto Melo, presidente afastado do Corinthians. Peterson Ruan Aiello e Marcos Ragazzi pediam para que Romeu Tuma Júnior, presidente do Conselho Deliberativo do clube, divulgasse as atas das reuniões dos dias 20 de janeiro e 26 de maio deste ano.
O pedido de tutela antecipada foi rejeitado pela juíza Juliana Maria Maccari Gonçalves, da 5ª Vara Cível do Foro Regional do Tatuapé. No documento, ao qual a reportagem da Gazeta Esportiva teve acesso, a Dra. diz que “não vislumbra a presença dos requisitos legais que autorizariam a concessão da tutela de urgência pretendida”. Ou seja, ela não enxerga necessidade de conceder uma liminar para essa solicitação, uma vez que as atas das tais reuniões podem ser apresentadas no momento oportuno, seguindo as normas do Estatuto do clube.
Este pedido já havia sido feito pelo mesmo autor em uma outra Vara, que também indeferiu a ação. A Dra. Juliana, inclusive, utiliza em seus argumentos uma citação do juíz responsável por este outro processo para justificar sua decisão.
Esta foi apenas uma das várias tentativas de Augusto Melo ou aliados dele de judicializar o processo de impeachment e colocá-lo de volta ao poder. Até o momento, todas as ações foram indeferidas pela Justiça. Como antecipou José Eduardo Cardozo em nota enviada à Gazeta Esportiva, ainda em maio, a ideia da defesa do mandatário é discutir “todas as nulidades, em todas as instâncias da Justiça”.
Augusto Melo foi afastado da presidência do Corinthians no último dia 26 de maio. Na oportunidade, o Conselho Deliberativo do clube se reuniu no Parque São Jorge e decidiu, por ampla maioria, aprovar o processo de impeachment do então presidente por conta do caso VaideBet. O mandatário, vale lembrar, foi indiciado pela Polícia Civil de São Paulo pelos crimes de associação criminosa, furto qualificado e lavagem de dinheiro pelo suposto envolvimento no escândalo envolvendo a intermediação do contrato de patrocínio com a casa de apostas.
Além de meios judiciais, Augusto Melo pode retornar às suas funções por meio da Assembleia Geral. No encontro, os associados do clube irão votar para ratificar ou não a decisão do Conselho. Se os sócios aprovarem novamente o impeachment, o mandatário será definitivamente destituído. Caso contrário, ele volta à presidência normalmente e o caso é encerrado.
Peterson é conselheiro trienal do Corinthians e, inclusive, chegou a pedir o afastamento de Romeu por meio de um requerimento enviado à Comissão de Ética, em meados de maio. A Assembleia está marcada para o dia 9 de agosto de 2025, das 9h às 17h (de Brasília), no Parque São Jorge.