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A situação financeira do Corinthians segue preocupante e acaba de ser evidenciada em um levantamento feito pela Sportsvalue. De acordo com a consultoria especializada em marketing esportivo, o clube do Parque São Jorge ocupa o primeiro lugar entre os times brasileiros com maior dívida acumulada. O passivo total do Timão se aproxima da marca de R$ 2 bilhões, consolidando o clube no topo de uma lista indesejada.
Na sequência do ranking, o Atlético-MG aparece como segundo mais endividado, com aproximadamente R$ 1,4 bilhão em compromissos financeiros. Cruzeiro, Vasco da Gama e São Paulo completam o grupo dos cinco clubes com maiores dívidas do futebol nacional.
Os números apresentados pela Sportsvalue foram atualizados com base na inflação e revelam um crescimento expressivo das dívidas no cenário geral do futebol brasileiro. Em 2023, o valor total das dívidas somadas dos principais clubes era de R$ 10 bilhões. Em 2024, esse número saltou para R$ 12 bilhões, um aumento de 20% em apenas um ano.
No caso do Corinthians, a situação se agrava ano após ano. O balanço financeiro divulgado recentemente pela própria diretoria corintiana aponta para um cenário crítico. O clube investiu R$ 107 milhões no futebol, mas também registra R$ 192 milhões em contas a pagar e R$ 191 milhões em dívidas herdadas de exercícios anteriores.
A soma desses fatores pressiona ainda mais a gestão do presidente Augusto Melo, que assumiu com o compromisso de buscar soluções para a crise econômica. A necessidade de reequilibrar as finanças tornou-se uma das prioridades do clube para a temporada de 2025, especialmente após eliminações precoces em torneios importantes, que comprometeram o recebimento de premiações e cotas de televisão.
Diante desse cenário, medidas como reformulação no elenco, negociações de ativos e até discussões sobre novos modelos de gestão, como a SAF, voltam a ganhar força nos bastidores do clube. A missão de colocar as contas em ordem, no entanto, parece cada vez mais desafiadora.
Confira o ranking:
Diante da delicada situação financeira do clube, setores ligados à diretoria vêm estudando alternativas para reestruturar a gestão
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A discussão em torno da adoção de uma Sociedade Anônima do Futebol (SAF) voltou a movimentar os bastidores do Corinthians nas últimas semanas. Diante da delicada situação financeira do clube, setores ligados à diretoria vêm estudando alternativas para reestruturar a gestão e garantir maior estabilidade econômica. No entanto, a possibilidade de transformar o modelo associativo atual enfrenta forte resistência interna.
Parte do Conselho Deliberativo e representantes da principal torcida organizada demonstraram rejeição à ideia de ruptura com a estrutura tradicional do clube. Apesar disso, um grupo dentro da cúpula alvinegra passou a considerar o modelo adotado pelo Green Bay Packers, tradicional franquia da NFL, como possível inspiração.
A proposta que vem sendo avaliada, ainda em estágio inicial, prevê a separação do departamento de futebol das demais áreas sociais do clube. Nesse novo formato, torcedores poderiam adquirir cotas de participação — semelhante a uma cooperativa — e, assim, contribuir financeiramente com a gestão do futebol. O conceito se aproxima da lógica de propriedade coletiva, como ocorre com os Packers.
Entenda o modelo do time da NFL
Com sede no estado de Wisconsin, os Packers são os maiores campeões da NFL, com 13 títulos — sendo nove anteriores à era Super Bowl. Fundada em 1919, a franquia é a única da liga com estrutura sem fins lucrativos e controle descentralizado. Atualmente, mais de 530 mil pessoas possuem ações do time, o que torna sua gestão amplamente compartilhada.
Ao contrário de outros clubes, essas ações não geram lucros ou dividendos, mas garantem aos torcedores o direito de voto em decisões cruciais, como eleições para o Conselho Administrativo. O CEO conduz a administração executiva do time, enquanto os conselheiros supervisionam as diretrizes gerais. A transparência é um dos pilares do modelo, com a publicação obrigatória dos balancetes financeiros ao longo da temporada.
Embora o Corinthians ainda esteja longe de implementar algo semelhante, a ideia de uma gestão mais democrática e participativa segue em debate. A adesão, no entanto, dependeria de mudanças profundas no estatuto e da aprovação por parte dos associados.
O agora comentarista também criticou outros jogadores do atual elenco do Timão, além do papel da diretoria em contratações
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Em participação no programa "Arena SBT", o ex-jogador e comentarista Kleber Gladiador teceu críticas contundentes ao elenco atual do Corinthians. As declarações ocorreram um dia após o empate por 1 a 1 com o América de Cali, na Neo Química Arena, pela Copa Sul-Americana.
Kleber destacou que, em sua opinião, o clube paulista tem cometido erros recorrentes no mercado de transferências, o que compromete o desempenho da equipe. Para ele, algumas das peças atuais do elenco não têm nível para vestir a camisa do Timão, incluindo Igor Coronado.
"Para mim, o Corinthians contrata muito mal. Há muitos anos, inclusive. A gente vê o Palmeiras, que vai no mercado e traz o Giay, por exemplo. Ah, mas custou R$ 5 milhões. Tudo bem… Tem muita gente que não tem condição de jogar no Corinthians. Para mim, o Coronado não é jogador para o Corinthians, com todo respeito. Eu acho até um jogador de grupo, mas não tem condição de você pagar R$ 2 milhões para um jogador ser banco. R$ 2 milhões, o cara tem que vir, tem que ser titular absoluto do seu time. O Hugo Lateral tem condição? Não. Para mim, não. O próprio Matheuzinho, que melhorou bastante, mas não é o lateral. A gente viu o Alessandro lá atrás, a gente viu o Fagner num momento muito bom… O Matheuzinho, para mim, não é desse nível", disse.
O ex-atacante reforçou sua visão de que o clube precisa repensar sua política de contratações e buscar atletas com mais capacidade técnica e impacto imediato no time titular.
A crítica veio na esteira de mais um tropeço do Corinthians na competição continental, aumentando a pressão sobre o desempenho da equipe sob o comando de Dorival Júnior.
O próximo desafio do Timão será neste sábado (10), fora de casa, contra o Mirassol, pela oitava rodada do Campeonato Brasileiro. A partida está marcada para as 18h30 (horário de Brasília), e o clube busca recuperação para reencontrar o caminho das vitórias.
O time comandado por Dorival Júnior segue em situação delicada no Grupo C, com cinco pontos conquistados em quatro rodadas
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A campanha do Corinthians na fase de grupos da Copa Sul-Americana acende um alerta preocupante. Após empatar por 1 a 1 com o América de Cali, na última terça-feira (6), o time comandado por Dorival Júnior segue em situação delicada no Grupo C.
Com cinco pontos conquistados em quatro rodadas, o Timão ocupa apenas a terceira colocação, atrás do clube colombiano e do líder Huracán. Até o momento, a única vitória da equipe na competição continental foi contra o lanterna Racing, do Uruguai.
Com dois compromissos restantes, ambos como visitante e longe do apoio da torcida, o cenário é desfavorável para o Corinthians. Além do risco esportivo, o clube pode enfrentar um forte impacto financeiro caso não avance à próxima fase. Cada vitória na fase de grupos da Sul-Americana rende US$ 115 mil (cerca de R$ 653 mil).
Como venceu apenas uma das quatro partidas, o clube deixou de arrecadar cerca de R$ 1,9 milhão. Se não vencer as duas últimas, o prejuízo pode ultrapassar R$ 3,2 milhões — valor superior ao salário mensal de Memphis Depay, que gira em torno de R$ 2,9 milhões.
Caso avance aos playoffs, fase anterior às oitavas, o Corinthians teria direito a R$ 2,8 milhões em premiação. O prêmio máximo do torneio chega a R$ 36,9 milhões para o campeão. Uma eventual eliminação precoce deixaria o clube fora de toda essa distribuição financeira.
Vale lembrar que o Timão já sofreu financeiramente com a queda na Pré-Libertadores. Se tivesse chegado à fase de grupos, teria garantido pelo menos US$ 3 milhões (R$ 17 milhões). Além disso, cada vitória naquela fase pagaria US$ 330 mil (R$ 1,7 milhão).
As dificuldades financeiras do clube não são novidade. Em 2024, o Corinthians fechou o ano com déficit de R$ 181,7 milhões e viu sua dívida total saltar para mais de R$ 2,5 bilhões — um aumento de 30% em apenas 12 meses, segundo o balanço divulgado na gestão de Augusto Melo.
Com metas modestas para 2025, como a semifinal do Paulistão (já conquistado), as quartas de final da Copa do Brasil e as oitavas da Libertadores (onde já foi eliminado), o clube tenta equilibrar suas receitas entre direitos de TV e premiações. No entanto, o cenário exige resultados urgentes.
Além disso, a recente demissão do técnico Ramón Díaz gerou outro custo extra: a multa rescisória, estimada em R$ 5 milhões. Dorival Júnior assumiu o comando com a missão de reverter o momento ruim, mas seu início foi com empate — resultado que mantém o Corinthians pressionado por uma virada urgente na Sul-Americana e por alívio nas contas do clube.