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Em menos de 48 horas após assumir interinamente a presidência do Corinthians, Osmar Stabile iniciou uma ampla reformulação no clube, visando afastar resquícios da gestão de Augusto Melo. As mudanças atingiram principalmente o departamento de futebol profissional e cargos remunerados, com o objetivo de reestruturar áreas estratégicas e recuperar a estabilidade institucional.
Entre as primeiras ações, destacam-se as demissões de Caio do Valle, assessor da presidência, e Marcos Bocatto, superintendente de novos negócios e esportes olímpicos. Ambos tinham forte ligação com a gestão anterior e acesso direto ao futebol profissional. Além disso, Tiago Maranhão foi substituído por Vinicius Rodrigues, ex-CBF, na superintendência de comunicação. No marketing, Vinicius Manfredi, demitido por Augusto Melo, foi convidado a retornar ao cargo.
A nova gestão também conta com o apoio de ex-dirigentes que romperam com Augusto Melo. Leonardo Pantaleão, ex-diretor de negócios jurídicos, e Rozallah Santoro, ligado ao setor financeiro, estão auxiliando na transição, embora sem cargos oficiais devido a restrições estatutárias. Na base Corintiana, espera-se o desligamento de coordenadores associados à gestão anterior, como os ex-jogadores Chicão e Batata.
Osmar Stabile pretende formar um governo de coalizão, unindo diferentes alas políticas do clube. Em breve, a nova cúpula alvinegra deve ser oficializada, com a nomeação de diretores para cada área. O presidente interino já realizou reuniões para identificar possíveis nomes e planeja anunciar as escolhas nos próximos dias.
Essas mudanças ocorrem em meio a uma crise institucional no Corinthians, marcada por denúncias de gestão temerária e irregularidades financeiras durante a administração de Augusto Melo. A nova diretoria enfrenta o desafio de reestruturar o clube e recuperar a confiança da torcida e dos parceiros comerciais.
O clube busca equilíbrio entre as propostas recebidas e mantém o compromisso com a transparência para garantir as melhores condições contratuais.
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O Corinthians está empenhado em fortalecer sua relação com a Nike após o vazamento de negociações com a Adidas, sua concorrente direta. A atual gestão do clube, liderada pelo presidente interino Osmar Stabile e pelo vice-presidente Armando Mendonça, busca conter possíveis desgastes com a fornecedora de material esportivo e assegurar a continuidade da parceria.
Nesta sexta-feira (30), a diretoria do Timão se reuniu com representantes da Nike para discutir o futuro do contrato vigente e explorar possibilidades de melhoria nas condições acordadas. O superintendente de marketing, Vinicius Manfredi, liderou as conversas com ambas as empresas, visando transparência e alinhamento estratégico.
Enquanto isso, o clube também iniciou tratativas com a Adidas, que apresentou uma proposta inicial de R$ 700 milhões, podendo alcançar até R$ 1 bilhão com gatilhos e luvas. No entanto, a diretoria deixou claro que não avançará nas negociações com a marca alemã sem antes notificar oficialmente a Nike, conforme estipulado no contrato atual, que possui cláusulas de renovação automática até 2029.
A principal preocupação da gestão corinthiana é evitar desgastes institucionais e garantir que qualquer movimentação seja conduzida de forma ética e transparente. O clube reafirma seu compromisso com a atual fornecedora, ao mesmo tempo em que analisa as propostas recebidas para tomar decisões que atendam aos melhores interesses financeiros e estratégicos.
O desfecho dessa negociação será crucial para definir o futuro da parceria do Corinthians com seus fornecedores de material esportivo, impactando diretamente em aspectos financeiros e na imagem institucional do clube.
Executivo retorna ao clube em meio à reformulação liderada pelo presidente interino Osmar Stabile, após a crise provocada pelo rompimento com a patrocinadora
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Vinicius Manfredi de Azevedo reassumiu o cargo de superintendente de marketing do Corinthians apenas um mês após ter sido demitido. O retorno ocorre em um momento de instabilidade nos bastidores do clube, marcado pelo afastamento do presidente Augusto Melo, substituído interinamente por Osmar Stabile. A volta de Manfredi simboliza um movimento estratégico da nova gestão para reorganizar setores fundamentais do clube.
O departamento de marketing do Corinthians vem enfrentando dificuldades desde o rompimento do contrato com a VaideBet, empresa que havia firmado o maior patrocínio da história do futebol brasileiro com o clube, anunciado em janeiro de 2024. A parceria foi encerrada cinco meses depois, após o surgimento de suspeitas envolvendo uma empresa intermediária e possíveis irregularidades na negociação.
As investigações levaram ao indiciamento de Augusto Melo, do ex-diretor de marketing Sérgio Moura e de outras pessoas ligadas à diretoria, por crimes como associação criminosa e lavagem de dinheiro. A crise institucional gerada abalou a imagem do clube, afetando a confiança de torcedores, investidores e patrocinadores.
Nesse cenário, a volta de Manfredi é vista como uma tentativa de retomar a estabilidade e reestruturar a área de marketing com alguém que já conhece o ambiente interno. Sua experiência pode ser decisiva para atrair novos patrocinadores e reconstruir a credibilidade da marca Corinthians no mercado.
Com o comando provisório de Osmar Stabile, a nova gestão busca mostrar compromisso com a transparência, a ética e a recuperação da confiança institucional. A reintegração de profissionais estratégicos, como Manfredi, sinaliza a intenção de adotar uma abordagem mais profissional e responsável para enfrentar os desafios que o clube tem pela frente.
Indiciado pelo Ministério Público, presidente afastado afirma inocência, sua defesa e ele afirmam que foi ação de terceiros dentro do clube
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O presidente afastado do Corinthians, Augusto Melo, tem sido o centro das atenções devido ao seu envolvimento no polêmico 'Caso Vai de Bet'.
A investigação policial revelou irregularidades no contrato de patrocínio firmado entre o clube e a empresa de apostas. Isso levou ao indiciamento de dirigentes por crimes como lavagem de dinheiro, associação criminosa além de furto qualificado.
No entanto, Melo nega qualquer participação direta nos supostos desvios e afirma que a responsabilidade recai sobre subalternos que conduziram as negociações.
Desde o início das investigações, Melo tem se defendido alegando que sua atuação se limitou à assinatura do contrato, seguindo os trâmites internos do clube e respeitando as aprovações dos departamentos competentes.
Segundo ele, a intermediação do contrato e os repasses financeiros foram conduzidos por membros da diretoria administrativa e do marketing, sem seu envolvimento direto. Essa posição tem sido reforçada por sua defesa, que classifica o indiciamento como injusto e surpreendente.
A falta de supervisão pode indicar negligência administrativa, o que, por si só, já seria um problema grave para um presidente de clube.
Além disso, a investigação aponta que parte dos valores desviados chegou a empresas ligadas ao crime organizado, mais especificamente o PCC, o que torna o caso ainda mais delicado.
O Conselho Deliberativo do Corinthians já votou pelo afastamento de Melo da presidência, e há pedidos de impeachment em andamento. Por enquanto, Osmar Stabile assumiu o seu lugar.
A pressão sobre ele aumenta à medida que novas informações surgem, e sua defesa precisará apresentar provas concretas para sustentar sua versão dos fatos.
Enquanto isso, a torcida e os conselheiros do clube aguardam desdobramentos que possam esclarecer se Melo foi vítima de uma estrutura corrupta dentro do Corinthians ou se, de fato, teve envolvimento nos atos ilícitos.
O futuro de Augusto Melo e do Corinthians dependerá das próximas decisões judiciais e administrativas que definirão os rumos dessa polêmica envolvendo o clube.