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O Corinthians finalmente lançou, em junho de 2025, o tão esperado canal de denúncias, uma ferramenta que deveria ter entrado em funcionamento já no início do ano. A iniciativa visa garantir maior transparência e facilitar a comunicação interna de problemas como irregularidades, assédios, discriminações ou qualquer conduta inadequada dentro do clube.
O atraso na implantação do canal gerou questionamentos entre torcedores, jornalistas e especialistas, que destacaram a importância de um meio eficiente para proteger os funcionários, atletas e colaboradores do clube. Agora, com a plataforma ativa, o Corinthians espera criar um ambiente mais seguro e ético, reforçando seu compromisso com boas práticas.
Segundo representantes do clube, o canal de denúncias terá total sigilo e será gerenciado por uma empresa externa, para assegurar a confidencialidade e a imparcialidade nas apurações. A expectativa é que isso contribua para coibir possíveis casos que, muitas vezes, ficam sem resposta dentro das instituições esportivas.
A ferramenta faz parte de uma série de medidas adotadas recentemente pelo Corinthians para modernizar sua gestão e se adequar a padrões mais rigorosos de governança e compliance, alinhando-se a exemplos internacionais de clubes e organizações esportivas.
Com o canal finalmente ativo, o Corinthians dá um passo importante na construção de uma cultura mais responsável, mostrando que está atento às demandas internas e disposto a agir contra qualquer tipo de comportamento inadequado.
Presidente afastado do alvinegro tentou pela justiça do estado de São Paulo reverter ações políticas realizadas no clube
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O Tribunal de Justiça de São Paulo negou o recurso nesta quarta (11) apresentado por Augusto Melo contra o processo de impeachment que resultou em seu afastamento da presidência do Corinthians. A decisão foi tomada pela Câmara do Direito Privado do Tribunal nesta quarta-feira (11), confirmando a validade do procedimento conduzido pelo Conselho Deliberativo do clube em 26 de maio.
O recurso foi protocolado pela antiga defesa de Melo, liderada pelo advogado Ricardo Cury. No entanto, o presidente da Seção de Direito Privado, Heraldo de Oliveira Silva, considerou que as alegações do ex-presidente não se aplicam ao processo vivido pelo Corinthians. Com isso, Melo permanece afastado e aguarda a votação dos associados do clube, marcada para 9 de agosto, que definirá seu futuro na presidência.
A defesa de Augusto Melo agora conta com o ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo e Ricardo Jorge, ex-diretor administrativo do clube antes do afastamento. Para levar o caso ao Supremo Tribunal Federal (STF), a equipe jurídica do ex-presidente pode apresentar um novo recurso chamado "agravo de despacho denegatório". Segundo Cury, essa seria a maneira mais rápida de tentar reverter a decisão e recolocar Melo no cargo.
Ainda nessa quarta, seus aliados Mário Mello Júnior, Peterson Ruan, Maria Ângelo de Souza Campo e Ronaldo Tomé também sofreram um revés judicial. Eles tiveram seu pedido rejeitado sobre o caso do afastamento de Tuma Jr. que daria a vice-presidência para Maria Ângela e consequentemente, a volta de Augusto.
O processo de impeachment contra Melo foi impulsionado por investigações relacionadas ao caso Vai de Bet, que envolvem suspeitas de associação criminosa, furto qualificado e lavagem de dinheiro. Parte da comissão paga pelo Corinthians à empresa intermediária do patrocínio da casa de apostas teria sido transferida para uma conta ligada ao Primeiro Comando da Capital (PCC), o que gerou grande repercussão e levou ao afastamento do dirigente.
Dirigente do Timão comentou sobre as questões que tem colocado o clube em constante crise e como faz para tentar que isso não influencie o elenco
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Fabinho Soldado, atual diretor executivo de futebol do Corinthians, tem sido neste ano, uma peça-chave na tentativa de blindar o elenco da crise política que afeta o clube. Em meio ao impeachment de Augusto Melo e à instabilidade no Parque São Jorge, Fabinho reforçou que o CT Joaquim Grava é um mundo à parte, garantindo que os jogadores e a comissão técnica possam trabalhar sem interferências externas.
Desde a saída de Augusto Melo, Fabinho tem mantido um diálogo constante com o presidente interino Osmar Stabile, buscando estabilidade para o futebol profissional. Ele destacou que sua função vai além da gestão de contratações, sendo responsável por coordenar cerca de 120 colaboradores do Corinthians para garantir um ambiente seguro para os atletas.
Um dos exemplos dessa blindagem foi a chegada do técnico Dorival Júnior, que inicialmente demonstrou preocupação com a situação política do clube. Fabinho assegurou ao treinador que o CT funcionava de forma independente, o que ajudou a convencê-lo a assumir o comando da equipe.
Apesar da turbulência nos bastidores,Fabinho afirmou que mantém uma comunicação aberta com os jogadores, antecipando informações sobre o cenário político para evitar preocupações desnecessárias. Ele revelou que há um grupo de seis ou sete líderes no elenco, com quem mantém conversas frequentes para garantir que todos estejam informados sem que isso afete o desempenho em campo.
O executivo também ressaltou que, apesar de ter sido contratado por Augusto Melo, não mantém mais contato com o presidente afastado desde o impeachment. Seu foco agora é garantir que o futebol do Corinthians continue funcionando de maneira profissional e organizada, independentemente das disputas políticas externas.
Com a eleição marcada para o dia 9 de agosto, Fabinho segue trabalhando para manter o elenco concentrado nos desafios esportivos da temporada. Ele acredita que bons resultados dentro de campo podem ajudar a minimizar os impactos da crise política e reforça que sua prioridade é garantir que o Corinthians alcance seus objetivos, independentemente das mudanças na diretoria.
Clube alvinegro revisa cronograma de pagamentos e enfrenta pressões de credores por prazos menores e repasses maiores de receita
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O Corinthians apresentou à Justiça um novo plano de pagamento dentro do Regime de Centralização de Execuções (RCE), com o objetivo de reorganizar o cronograma de quitação de suas dívidas. A proposta engloba cerca de R$ 367 milhões devidos a empresários, ex-jogadores e fornecedores. O clube pretende estabelecer um fluxo de pagamentos mais sustentável, utilizando percentuais fixos de receitas recorrentes e vendas de atletas.
De acordo com a proposta, o Corinthians se compromete a destinar 4% das receitas operacionais e 5% das receitas provenientes de direitos econômicos de jogadores. O plano prevê a quitação total dos débitos em até dez anos, com o objetivo de preservar o funcionamento esportivo e administrativo do clube durante o período.
Apesar do esforço, o clube contestou pedidos feitos por credores, como a Link Assessoria, que exigia documentos financeiros, extratos bancários e contratos de TV. A defesa alvinegra argumentou que tais exigências ultrapassam o necessário para análise do plano e podem comprometer informações estratégicas do clube.
Além disso, houve divergências com outros credores, como a Pixbet, que pede percentuais mais elevados — cerca de 20% das receitas — e uma redução do prazo de homologação do plano de 180 dias para 60 dias. O Corinthians, por sua vez, defende a manutenção do cronograma original como forma de garantir estabilidade financeira e segurança jurídica.
Esse processo acontece em meio a críticas públicas sobre a condução financeira do clube, incluindo acusações de "calote" feitas pelo presidente do Cuiabá. Com a reformulação do plano de pagamentos, o Corinthians tenta preservar sua imagem institucional, buscar a confiança dos credores e, ao mesmo tempo, manter o foco nas competições esportivas da temporada.