
Clube
|
O Corinthians foi um dos clubes que disputam a primeira divisão do futebol brasileiro que se manifestou nas redes sociais com publicação sobre o Dia Nacional do Orgulho Gay nesta terça-feira, 25.
Além do clube do Parque São Jorge, Santos, São Paulo, Red Bull Bragantino, Flamengo, Fluminense, Fortalezae o Vitória fizeram posts nas redes sociais celebrando a data. Ao todo, apenas oito clubes dos vinte que participam da elite do futebol brasileiro se pronunciaram.
No Brasil, o Dia Nacional do Orgulho Gay é comemorado em 25 de março. A data foi criada em 1997, com a premissa de lutar pela visibilidade e pelo combate ao preconceito.
De olho na final
O Timão segue a preparação para a final do Paulistão . Ainda sem os cinco convocados nesta Data Fifa (Ángel Romero, Félix Torre, André Carrillo, José Martínez e Memphis Depay), o elenco alvinegro treinou normalmente nesta terça-feira, no CT Joaquim Grava.
O Corinthians enfrenta o Palmeiras na próxima quinta-feira, 27, às 21h30, na Neo Química Arena. Por ter vencido o primeiro jogo por 1 a 0, o alvinegro paulista tem a vantagem do empate. Caso o Palmeiras vença por um gol de diferença, a disputa pelo título do Paulistão irá para os pênaltis.
Documento sigiloso recebido pela Polícia Civil em 2024 citava esquema de dívidas eleitorais e nomes ligados ao Corinthians
|
A Polícia Civil concluiu o inquérito sobre o caso VaideBet e apontou que uma denúncia anônima recebida em dezembro de 2024 foi fundamental para o avanço das investigações. A delação foi encaminhada à sede do DPPC e retransmitida à unidade responsável em 12 de dezembro. Apesar do caráter não identificado do denunciante, as autoridades ressaltaram que o conteúdo contribuiu com dados compatíveis com as provas reunidas.
Segundo o documento, o denunciante relatou que Augusto Melo, presidente afastado do Corinthians, teria contraído dívidas durante as campanhas presidenciais do clube em 2020 e 2023. Para saldar esses débitos, ele teria aberto espaço dentro do clube a interesses de empresários e figuras ligadas ao crime organizado, em um contexto que incluiu a operação com a casa de apostas.
A denúncia também relaciona nomes como Buzeira, Roberto Graziano, o laboratório EMS e até uma suposta ponte com o PCC feita por Marcos Boccatto, dirigente do Corinthians e do Água Santa. O relato ainda sugere que Augusto estaria utilizando colete à prova de balas por medo de represálias de credores.
A delação foi considerada consistente com outros elementos do inquérito, como os extratos bancários do Banco Safra e os depoimentos de testemunhas, entre elas Rubens Gomes, o Rubão, ex-diretor de futebol e aliado na campanha de 2023. Rubão estimou que os custos da campanha giraram em torno de R$ 3 milhões.
Foram indiciados Augusto Melo, Marcelo Mariano, Sergio Moura e Alex Cassundé por associação criminosa, lavagem de dinheiro e furto qualificado. O ex-diretor jurídico Yun Ki Lee foi indiciado por omissão imprópria. O inquérito também cita que o dinheiro desviado do Corinthians teria ido parar em contas de empresas ligadas ao crime organizado.
Polícia identificou repasses a empresas ligadas ao crime, com transações envolvendo futebolistas e o ex-patrocinador do Timão
|
A Polícia Civil de São Paulo concluiu o inquérito que apura irregularidades no contrato entre o Corinthians e a casa de apostas VaideBet. Segundo o relatório, houve desvio de recursos por meio da comissão de intermediação, com valores destinados a contas associadas ao crime organizado.
Duas empresas são citadas como responsáveis pela lavagem de dinheiro: Wave Intermediações Tecnológicas e Victory Trading. Os repasses, segundo a investigação, teriam beneficiado a UJ Football Talent, apontada como ligada ao PCC. O Corinthians transferiu R$ 874.150 mil à empresa por meio das intermediadoras.
Nas 272 páginas do inquérito, consta que as operações tinham como objetivo dificultar a identificação da origem dos valores. Em meio às apurações, o atacante Lucero, do Fortaleza, teve seu nome envolvido em duas transações feitas por essas empresas em dezembro de 2023. O jogador não é investigado, e sua equipe afirmou desconhecer as empresas.
As transações ligadas a Lucero envolveram R$ 357.305,00 pagos à Wave e R$ 130.000,00 à Victory Trading. A UJ Football Talent, envolvida nesses valores, atua também no agenciamento de atletas, segundo a investigação.
A conclusão do inquérito resultou no indiciamento de Augusto Melo, Marcelo Mariano e Sérgio Moura, ex-dirigentes do Corinthians, pelos crimes de lavagem de dinheiro, furto qualificado e associação criminosa. O ex-diretor jurídico Yun Ki Lee também foi indiciado, por omissão imprópria.
Horas antes de deixar o comando do Timão, ex-presidente autorizou aditivo contratual que aumentou multa de funcionário citado no inquérito do caso VaideBet
|
Poucas horas antes de ser afastado da presidência do Corinthians, Augusto Melo assinou um aditivo contratual que triplicou a multa rescisória de Marcos Boccatto, Superintendente de Novos Negócios do clube. O documento foi assinado no dia 26 de maio, mesma data em que o Conselho Deliberativo aprovou o impeachment de Augusto. A assinatura foi acompanhada por duas testemunhas ligadas à gestão afastada.
O aditivo elevou a multa de Boccatto de um salário, estimado em R$ 25 mil, para três vezes esse valor. O funcionário foi desligado na primeira semana sob o comando de Osmar Stabile, presidente interino do clube. O vínculo de Boccatto com o Corinthians também é citado no inquérito da Polícia Civil que investigou irregularidades no caso VaideBet.
A Polícia apontou possível ligação de Boccatto com o crime organizado. Ele ocupava cargos simultâneos no Corinthians e no Água Santa, clube citado em denúncia anônima como “comandado pelo PCC”. Assim como outros contratos da gestão, o aditivo em questão não passou pela avaliação do Departamento Jurídico do clube, que afirmou não ter sido informado.
A situação é semelhante a alterações contratuais promovidas com empresas do grupo RF Segurança e Serviços, também assinadas por Augusto Melo e sem a devida consulta ao jurídico. As assinaturas ocorreram semanas antes da decisão do Conselho Deliberativo. À época, Vinicius Cascone era o responsável pelo setor jurídico do clube.
Procurado pela reportagem, Augusto Melo afirmou que não era a pessoa indicada para comentar o caso. “A fonte que te gerou essa informação deveria, em primeiro lugar, zelar pela preservação dos dados das pessoas envolvidas”, declarou, citando a Lei Geral de Proteção de Dados como justificativa para não se manifestar.