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Augusto Melo diz que o Corinthians é "uma ditadura" e afirma que é o atual presidente do clube
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Na noite de sábado, 31 de maio de 2025, o Parque São Jorge, sede social do Corinthians, foi palco de uma série de eventos tumultuados que evidenciam a profunda crise política enfrentada pelo clube. Cerca de 50 torcedores invadiram as instalações, motivados por um vídeo divulgado por Douglas Deúngaro, conhecido como Metaleiro, ex-presidente da Gaviões da Fiel, principal torcida organizada do clube. No vídeo, Metaleiro convocava os torcedores a se dirigirem à sede do clube, em resposta a uma tentativa de recondução de Augusto Melo à presidência.
A tensão aumentou quando Augusto Melo, afastado da presidência após um processo de impeachment, compareceu à sede alegando ter sido reconduzido ao cargo por aliados que assumiram o controle do Conselho Deliberativo. O presidente interino, Osmar Stabile, afirmou ter sido vítima de invasão, cárcere privado e constrangimento ilegal durante a presença de Melo e seus apoiadores na sala da presidência.
A Polícia Militar foi acionada para conter a situação, com o batalhão de choque entrando no Parque São Jorge para controlar o clima de tensão. A presença policial foi fundamental para evitar confrontos mais graves e garantir a segurança dos envolvidos. Após a intervenção, tanto Osmar Stabile quanto Augusto Melo e outros membros do clube se dirigiram ao Drade (Delegacia de Polícia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva) para registrar boletins de ocorrência.
Este episódio é mais um capítulo na série de crises que têm assolado o Corinthians nos últimos meses. Além das disputas políticas internas, o clube enfrenta problemas financeiros, com denúncias de má gestão e escândalos envolvendo ex-dirigentes. A recente eliminação na fase de grupos da Copa Sul-Americana e a rescisão de contratos de patrocínio agravam ainda mais a situação.
A instabilidade no comando do clube preocupa torcedores e membros da comunidade corintiana. A falta de consenso e a escalada de conflitos internos colocam em risco não apenas a governança, mas também o desempenho esportivo do Corinthians. É urgente que as lideranças encontrem uma solução pacífica e transparente para restabelecer a ordem e a confiança no clube.
Doutor Ricardo Cury optou por tomar essa decisão devido aos acontecimentos do início da noite último sábado, 31, no Parque São Jorge
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O advogado Ricardo Cury anunciou, na manhã desta segunda-feira, 2, que não irá participar da defesa de Augusto Melo no processo de impeachment que o dirigente, atualmente afastado depois de votação do Conselho Deliberativo, vem enfrentando no Corinthians e no Caso VaideBet. Neste, ele foi indiciado pela Polícia Civil juntamente com outros dois ex-dirigentes do clube por furto qualificado, associação criminosa e lavagem de dinheiro. Em breve, o MP-SP tomará a decisão se abrirá ou não o processo com os envolvidos no caso.
O doutor optou por tomar essa decisão devido aos acontecimentos do início da noite último sábado, 31, no Parque São Jorge. Além disso, Cury enfrentava divergências com as ações de José Eduardo Cardozo, ex-ministro da Justiça no Governo Dilma contratado por aliados de Augusto Melo nas últimas semanas para realizar a sua defesa nos dois casos.
O fato citado acima pode ser constatado em nota divulgada pelo advogado na manhã desta segunda-feira, conforme o trecho: “A partir desta data, o escritório de advocacia 'Cury e Augusto Neves' comunica que não mais patrocina os interesses de Augusto Pereira de Melo. A estratégia de defesa foi reorientada nos últimos dias por outros colegas e ações foram decididas e executadas sem que o nosso escritório tivesse ciência prévia ou qualquer concordância.”
Vale lembrar que no último fim de semana, o clube social do Corinthians foi marcado por tumultos no final da noite. A aliada de Augusto Melo e primeira secretária do Conselho Deliberativo, Maria Angela de Sousa Ocampos, afirmou ter assumido a presidência do CD e, automaticamente, afastou Romeu Tuma Jr do cargo de presidente do CD se baseando em uma decisão da Comissão de Ética do dia 9 de abril.
Confira abaixo a nota oficial na íntegra do Dr. Ricardo Cury
“A partir desta data (02 de junho), o escritório de advocacia “Cury e Augusto Neves” – através de seu sócio Ricardo Cury – comunica que não mais patrocina os interesses de Augusto Pereira de Melo.
A atuação do escritório, desde o início, foi pautada pela serenidade, temperança, respeito aos órgãos e à institucionalidade do Corinthians e sustentação de argumentos jurídicos sólidos. As teses construídas se referem às diversas nulidades do processo de destituição (caso VaideBET) de Augusto Melo e de inexistência de qualquer elemento objetivo a justificar o seu indiciamento no inquérito policial em curso, seja ação ou mesmo omissão indevida.
Seguro da consistência das teses de defesa e estratégias construídas ao longo de vários meses de trabalho, mas desautorizado na mudança abrupta de rumo e alijado do processo de decisão, o escritório renuncia a todos os poderes que lhe foram outorgados e deseja toda a sorte para Augusto Melo no retorno à função presidencial para a qual foi eleito democraticamente.”
O Conselho do Corinthians considera inválida a tentativa de retorno de Augusto Melo à presidência do clube, mantendo assim Osmar Stabile como empossado.
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A crise política no Corinthians ganhou novos contornos nesta segunda-feira, 2 de junho, quando membros da Comissão de Justiça e do Conselho de Orientação do clube classificaram como "ilegítima" a tentativa de retorno de Augusto Melo à presidência. Em carta divulgada, os conselheiros afirmaram que o movimento liderado por Melo, afastado após processo de impeachment, não possui respaldo no estatuto do clube.
A controvérsia teve início no sábado, quando a conselheira Maria Angela de Souza Ocampos declarou ter assumido a presidência do Conselho Deliberativo, alegando uma decisão de abril do Conselho de Ética que afastaria o então presidente Romeu Tuma Júnior. Com base nessa suposta mudança, Maria Angela anulou decisões recentes de Tuma, incluindo a reunião que aprovou o impeachment de Augusto Melo, e reconduziu Melo ao cargo.
No entanto, a carta dos conselheiros destaca que a Justiça já analisou e rejeitou as alegações dos opositores de Tuma. Além disso, afirmam que o Conselho de Ética não possui autoridade para afastar o presidente do Conselho Deliberativo, limitando-se a emitir pareceres em processos disciplinares. Dessa forma, consideram inválidas as ações que tentaram restituir Melo à presidência do Corinthians.
Apesar da tentativa de retorno, o presidente interino Osmar Stabile permanece no cargo, conforme decisão do Conselho Deliberativo. A situação gerou tensão no Parque São Jorge, com a presença de torcedores organizados na sala da presidência e a necessidade de intervenção da Polícia Militar para garantir a segurança.
A instabilidade política no Corinthians continua a preocupar torcedores e membros do clube, que aguardam desdobramentos e possíveis decisões judiciais sobre a legitimidade das ações recentes. Enquanto isso, a gestão interina busca manter a estabilidade administrativa e o foco nas atividades esportivas do clube.
O presidente afastado do Timão, Augusto Melo, confirmou a saída do advogado Ricardo Cury de sua defesa e anunciou que será representado por José Eduardo Cardozo
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Augusto Melo comunicou nesta segunda-feira que Ricardo Cury não integra mais sua defesa no processo de impeachment do Corinthians. O dirigente passará a ser representado por José Eduardo Cardozo, ex-ministro da Justiça de Dilma Rousseff.
Cury atuava na equipe jurídica de Melo desde a campanha eleitoral de 2023 e acompanhou o presidente afastado em duas coletivas de imprensa após o indiciamento por lavagem de dinheiro, associação criminosa e furto qualificado pelo abuso de confiança.
José Eduardo Cardozo, que já atuava em questões pontuais da defesa, tentou obter uma liminar para suspender a votação do impeachment, mas o pedido foi indeferido. O Conselho Deliberativo aprovou a destituição de Melo por 176 votos a 57.
Apesar da votação, a decisão ainda precisa ser confirmada pela Assembleia de Sócios, marcada para o dia 9 de agosto. Até lá, Augusto Melo segue afastado, mas tem buscado reverter a situação com medidas judiciais.
Por meio de sua assessoria, Augusto Melo afirmou: “Afirmo que, se necessário for, lutarei com todas as minhas forças, até as últimas instâncias deliberativas do nosso clube ou da Justiça brasileira, para manter o mandato para o qual fui democraticamente eleito”.