O presidente do Cuiabá, Cristiano Dresch, manifestou sua insatisfação com a CNRD, órgão criado pela CBF para mediar conflitos entre clubes e federações, criticando suas recentes decisões. Segundo o dirigente, o papel da entidade deveria ser coibir a inadimplência no futebol brasileiro, mas suas medidas estão favorecendo clubes que deixam de honrar compromissos financeiros.
"Quem dá o calote são os clubes. Quem realmente planeja e não cumpre são os clubes, que estão comprando os jogadores e não estão pagando. Para piorar, eles continuam fazendo investimentos muito maiores do que essas dívidas, sem pagar o que já deveriam ter pago", afirmou Dresch em entrevista ao portal UOL. O mandatário também citou que a própria existência da CNRD deveria ser um instrumento eficaz de cobrança e punição aos clubes inadimplentes, mas que, na prática, isso não tem ocorrido. "A CNRD está tomando algumas atitudes que incentivam o calote", completou.
Um dos exemplos mencionados foi o parcelamento aprovado ao Santos, permitindo o pagamento de dívidas em seis anos, sem juros, apenas com correção inflacionária. Para Dresch, esse tipo de decisão enfraquece a disciplina financeira e possibilita que clubes sigam contratando jogadores acima do que seu orçamento permitiria. "O que a CNRD está fazendo é um erro gigantesco, incentivando o caloteiro", disparou.
O presidente do Cuiabá também comentou sobre os valores devidos por outros clubes da Série A ao Dourado. O Corinthians, por exemplo, segue negociando junto à CNRD a dívida referente à contratação de Raniele, realizada no fim de 2023, cujas parcelas de pagamento estão atrasadas.
Outras pendências envolvem o Atlético-MG, que deve cerca de R$ 4 milhões ao Cuiabá pela aquisição de Deyverson, somando juros e multas. O Santos, por sua vez, possui uma dívida ainda maior com o clube mato-grossense, na casa dos R$ 11 milhões, referente à compra do zagueiro Joaquim.
"O Corinthians está em negociação com a CNRD para aprovar um plano de pagamento coletivo, e nossa dívida será incluída nesse acordo. O Atlético-MG preferiu nos pagar via CNRD e ainda aguarda o prazo do processo. Já o Santos teve as dívidas vencidas recentemente e prometeu entrar em contato, mas, diante dos altos gastos recentes do clube, tenho dúvidas se isso ocorrerá", concluiu o presidente do Cuiabá.
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