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Crise no Corinthians: Caso VaideBet abala gestão de Augusto Melo e leva clube à beira do impeachment
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Após o empate do Corinthians com o Atlético-MG, no último sábado, o diretor jurídico Vinicius Cascone fez críticas públicas à Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Segundo ele, a entidade não tem conseguido corrigir erros graves da arbitragem, como o ocorrido na partida, quando Lyanco não foi expulso após falta em Héctor Hernández.
Cascone afirmou que, apesar de ofícios e reuniões, os problemas persistem e que a falta de democracia na CBF impede mudanças no futebol brasileiro. Ele também mencionou a eleição de Samir Xaud como novo presidente da entidade, após a saída de Ednaldo Rodrigues.
O diretor sugeriu que os clubes organizem o Campeonato Brasileiro por meio de uma liga unificada. Entre as propostas apresentadas, Cascone defende a profissionalização da arbitragem, o cumprimento do calendário e regras para o fair play financeiro, com mecanismos de governança e transparência.
A publicação de Cascone se referiu diretamente ao erro do árbitro Rafael Rodrigo Klein, que não puniu Lyanco com o segundo cartão amarelo. O técnico do Atlético-MG, Cuca, e o próprio jogador admitiram que a infração deveria ter resultado na expulsão.
Dirigentes e torcedores do Corinthians também se manifestaram sobre a arbitragem nas redes sociais. O executivo de futebol do clube, Fabinho Soldado, já havia criticado a atuação da arbitragem em outras partidas, como contra o Internacional, quando o Timão teve dois gols anulados, sendo um considerado erro pela própria comissão de arbitragem da CBF.
Osmar Stábile pode assumir a presidência do Alvinegro Paulista caso o atual presidente seja afastado em votação do Conselho Deliberativo.
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O Corinthians vive um momento decisivo nesta segunda-feira, 26 de maio de 2025, com a votação do processo de impeachment do presidente Augusto Melo. A sessão do Conselho Deliberativo, marcada para as 18h no Parque São Jorge, pode culminar no afastamento imediato do mandatário caso a maioria simples dos conselheiros vote a favor da medida. A crise política se intensifica no clube com o aumento da pressão interna e externa.
Caso o impeachment seja aprovado, o estatuto do Corinthians determina que o primeiro vice-presidente, Osmar Stábile, assuma interinamente a presidência. Caso Stábile esteja impossibilitado, a responsabilidade recairá sobre o segundo vice-presidente, Armando Mendonça. Essa transição de comando visa manter a estabilidade institucional até que o processo seja concluído oficialmente.
Para que o afastamento de Augusto Melo se torne definitivo, será necessário convocar uma Assembleia Geral com os sócios do clube. O presidente do Conselho Deliberativo, Romeu Tuma Jr., tem até cinco dias para convocar a votação, conforme estabelecido no estatuto. No entanto, não há um prazo definido para que essa assembleia ocorra de fato, o que pode gerar certa instabilidade e prolongar o clima de incerteza.
O impeachment de Augusto Melo foi motivado por suspeitas de irregularidades no contrato com a casa de apostas VaiDeBet, além de outras acusações envolvendo a prestação de contas e a não apresentação de documentos ao Conselho de Orientação (CORI). O presidente já foi indiciado por associação criminosa, furto qualificado e lavagem de dinheiro, o que agravou a situação institucional.
A votação desta segunda-feira pode representar uma virada significativa na administração do Corinthians. A possível troca de comando deve impactar diretamente os rumos do clube, tanto nas decisões administrativas quanto nos projetos esportivos. A torcida e os sócios acompanham atentos os desdobramentos desse momento crítico na história alvinegra.
Falta de transparência e vínculos questionáveis entre membros do Conselho Fiscal comprometem a fiscalização financeira e ameaçam a confiança dos torcedores
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O Conselho Fiscal do Corinthians, órgão crucial para a fiscalização da gestão financeira do clube, enfrenta sérias ameaças à sua autonomia. Segundo apurações da Central do Timão, membros do conselho têm sido pressionados pela atual diretoria a alinhar suas decisões com os interesses da gestão, especialmente em temas sensíveis como as finanças do clube. Essa situação compromete a imparcialidade exigida por lei, colocando em risco a integridade do órgão fiscalizador.
Uma das principais figuras dessa aproximação é Haroldo Dantas, presidente do Conselho Fiscal e apoiador da candidatura de Augusto Melo à presidência do clube. Dantas teria sido responsável por pautar a reabertura das contas de 2023, permitindo a atribuição de R$ 191,2 milhões em contingências ao ano de 2023, transformando um déficit de R$ 181,7 milhões em um superávit de R$ 9,5 milhões. Além disso, membros do conselho participaram de reuniões na residência do então diretor financeiro Pedro Silveira, o que representa uma quebra da imparcialidade do órgão.
Outro ponto crítico envolve Josué Lopes de Souza, auditor fiscal do Corinthians. Documentos obtidos pela Central do Timão indicam que Josué atuou como assessor técnico do Conselho Fiscal entre abril e outubro de 2024, função não prevista no estatuto do clube. Após esse período, Josué passou a integrar o setor financeiro da gestão, cargo remunerado, o que configura um possível conflito de interesses. A transição rápida e sem período de "quarentena" entre as funções levanta questionamentos sobre a transparência e a ética no processo.
Essas práticas violam princípios básicos de integridade e transparência, fundamentais para a boa governança do clube. A falta de uma "quarentena" entre cargos públicos e privados, prevista na Lei 12.813/2013, é uma medida essencial para evitar conflitos de interesse e garantir a imparcialidade nas decisões.
A situação exige uma investigação minuciosa e a adoção de medidas corretivas para restaurar a confiança da torcida e assegurar que o Conselho Fiscal do Corinthians possa desempenhar suas funções com a independência e a imparcialidade que a legislação e o estatuto do clube exigem.
Com muros pichados e tensão nos bastidores, Timão vive momento decisivo no Conselho Deliberativo sobre o futuro de seu presidente
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Na noite de domingo, 25 de maio de 2025, os muros da sede social do Corinthians, no Parque São Jorge, foram pichados com mensagens de protesto contra o presidente Augusto Melo. As frases, como "Fundado por operários e roubado por empresários" e "Se você apoia o Augusto, você não é Corinthians", expressam a insatisfação de torcedores às vésperas da votação do impeachment do mandatário.
A votação do impeachment está marcada para esta segunda-feira, 26 de maio, no Conselho Deliberativo do clube. A primeira chamada está prevista para as 18h, e a segunda, para as 19h. O processo de destituição de Augusto Melo já havia sido iniciado anteriormente, mas foi suspenso por decisões judiciais e questões de segurança.
As manifestações ocorrem em meio a uma crise institucional no Corinthians. Recentemente, Augusto Melo foi indiciado pela Polícia Civil de São Paulo por crimes de associação criminosa, furto qualificado e lavagem de dinheiro relacionados ao contrato com a empresa VaideBet, antiga patrocinadora máster do clube.
Além disso, as contas do primeiro ano de gestão de Melo foram reprovadas pelo Conselho Deliberativo, agravando a situação do presidente. Caso o impeachment seja aprovado por maioria simples, Augusto Melo será afastado imediatamente, e o vice-presidente Osmar Stabile assumirá o cargo interinamente.
A tensão entre a torcida e a diretoria tem se intensificado, com protestos e críticas à gestão atual. A votação desta segunda-feira é aguardada com expectativa, podendo definir os rumos do Corinthians nos próximos meses.