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O ex-presidente Duilio Monteiro Alves rebateu com veemência as acusações sobre supostos gastos irregulares durante sua gestão no Corinthians, entre 2021 e 2023. Em nota oficial divulgada ontem, ele classificou os documentos compartilhados pela atual diretoria como "falsos", "manipulados" e parte de uma campanha interna para deslegitimar seu mandato.
Duilio destacou que os valores contestados, como notas fiscais altas para restaurantes e mercados, não correspondem à realidade e estariam sendo usados fora de contexto. Ele mencionou o episódio em que apresentou três notas de R$ 7.320 para um restaurante em Guaianazes — classificadas como suspeitas — e reiterou que se tratava de despesas legítimas com programas sociais do clube.
Além disso, ele acusou a gestão atual de distorcer informações para tampar as próprias falhas, afirmando que responsáveis por montar os relatórios buscavam criar uma "cortina de fumaça" para encobrir as "trapalhadas e irresponsabilidades administrativas" que teriam ocorrido após sua saída .
O ex-mandatário do Corinthians também anunciou que a diretoria anterior está colaborando com as apurações internas e órgãos de controle do clube, como o Conselho Deliberativo e a Comissão de Ética, para que a verdade seja comprovada. Ele disse aguardar com serenidade a conclusão das investigações sobre as notas fiscais e outras despesas questionadas.
A nota de Duilio reflete um ambiente de tensão política nos bastidores do Timão, que envolve investigações por suposto uso indevido de verbas, sonegação fiscal e possíveis notas frias. Enquanto o imbróglio se estende, o clube segue tentando apurar os fatos com transparência.
Arrecadação segue em andamento para que o clube do Parque São Jorge consiga quitar o mais rápido possível, o que deve de seu estádio
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A Gaviões da Fiel, principal torcida organizada do Corinthians, segue firme na campanha de arrecadação para quitar a dívida da Neo Química Arena. Nesta semana, o grupo anunciou o pagamento do 138º boleto, reforçando o compromisso com o projeto iniciado em novembro de 2024. O valor transferido à Caixa Econômica Federal foi de R$ 1.727,39, proveniente das doações feitas por torcedores através da plataforma oficial Doe Arena Corinthians.
A iniciativa, que já arrecadou mais de R$ 40,6 milhões ao todo, tem como objetivo abater o montante total de R$ 700 milhões referente ao financiamento do estádio. Cada boleto representa uma parcela simbólica, cujo valor varia conforme as contribuições diárias feitas pela torcida. A campanha não possui um número fixo de boletos, sendo o ritmo ditado pela mobilização dos corintianos.
Desde o início da ação, mais de 160 mil torcedores participaram da vaquinha virtual, demonstrando engajamento e paixão pelo clube do coração. A Gaviões da Fiel tem divulgado regularmente os valores pagos, promovendo transparência e incentivando novas doações. Os boletos anteriores também apresentaram variações significativas: o 130º boleto, por exemplo, foi quitado com R$ 16.187,83, enquanto o 133º teve valor de R$ 1.727,39. O último que é referente ao 137º teve valor pago de R$ 3.154,74.
A campanha se estende até o final de 2025, com expectativa de alcançar a meta total. Além de contribuir financeiramente, os torcedores têm utilizado as redes sociais para divulgar a ação e convocar mais participantes. A Gaviões também criou um contador automatizado que atualiza em tempo real o valor arrecadado, permitindo acompanhamento constante da evolução da campanha.
A Neo Química Arena, inaugurada em 2014, é um dos maiores patrimônios do Corinthians e palco de momentos históricos do clube e da torcida. A mobilização da torcida organizada representa não apenas um gesto de apoio ao clube, mas também um exemplo de responsabilidade coletiva e amor incondicional. Com cada boleto pago, o sonho da quitação total se torna mais próximo da realidade.
Jogador que atua na Europa tem valores a receber do Timão que são referentes a negociação que oficializou a sua saída do Brasil
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O Corinthians voltou a ser alvo de críticas por sua gestão financeira após atrasar o pagamento de parcelas referentes à venda do atacante Felipe Augusto, revelado nas categorias de base do alvinegro. Atualmente foi vendido para o Trabzonspor, clube da Turquia. O jogador ainda possui 10% de seus direitos econômicos vinculados ao Timão, que se comprometeu a pagar R$ 1,2 milhão em cinco parcelas. No entanto, apenas uma foi quitada até o momento, e três estão em atraso desde setembro de 2024, com a última prevista para daqui a dois meses.
O Filho do Terrão foi negociado para o Cercle Brugge, da Bélgica, em 2023, por 3 milhões de euros (cerca de R$ 16 milhões na cotação da época). O valor referente à participação do Corinthians na transação deveria ter sido pago de forma escalonada, mas o clube não conseguiu cumprir o cronograma afirmado entre as partes. O montante atual da dívida, sem correção de juros, gira em torno de 197 mil euros, o que equivale a aproximadamente R$ 1,2 milhão.
A situação preocupa não apenas pela inadimplência, mas também pelo risco de sanções esportivas. Caso o Corinthians não regularize o débito, pode ser acionado na Câmara Nacional de Resolução de Disputas (CNRD), o que poderia resultar em punições como um possível transfer ban, impedindo o registro de novos atletas por até seis meses.
Felipe Augusto, que se destacou na base corintiana e teve passagem pelo profissional, é mais um exemplo de talento formado no clube que gerou receita, mas também expôs falhas administrativas. A recorrência de dívidas com jogadores formados no terrão levanta questionamentos sobre o planejamento financeiro e a capacidade do Corinthians de honrar compromissos assumidos.
A diretoria tenta contornar a crise com antecipação de receitas e acordos comerciais, mas a pressão aumenta com a proximidade da janela de transferências e a necessidade de reforçar o elenco. A torcida, já impaciente com os resultados em campo, cobra mais responsabilidade e transparência nos bastidores do clube.
Anteriormente, o ex-dirigente teria afirmado que valores utilizados eram referentes a uma viagem relacionada ao clube, no entanto, documento mostra o contrário
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A administração de Duílio Monteiro Alves à frente do Corinthians, entre 2021 e 2023, está sob forte investigação após revelações de despesas pessoais pagas com recursos do clube. Documentos obtidos por veículos de imprensa mostram que, durante esse período, foram realizadas compras que vão desde cervejas e alimentos até medicamentos para disfunção erétil, todos registrados em notas fiscais vinculadas ao nome do ex-presidente ou de seu motorista, Denilson Grillo.
O relatório de despesas, que cobre o intervalo entre 26 de setembro e 31 de outubro de 2023, inclui 176 transações que somam mais de R$ 86 mil. Desses, R$ 80 mil foram entregues em espécie à presidência, com o restante sendo solicitado como reembolso. Entre os fornecedores, destaca-se o “Oliveira Minimercado”, que emitiu sete notas fiscais totalizando R$ 32.580, embora o endereço comercial informado não corresponda a um estabelecimento ativo.
Além de gastos com alimentação, o documento aponta compras em farmácias, salões de beleza, lavanderias e até brinquedos. Em algumas notas, constam medicamentos como Tadalafila e Cialis, adquiridos em datas que coincidem com viagens do Corinthians, como a semifinal da Copa Sul-Americana em Fortaleza.
A autenticidade das notas foi confirmada por meio do site da Secretaria da Fazenda, e o relatório é assinado por Grillo, que nega ter reconhecido a planilha. No entanto, sua assinatura aparece em outros documentos oficiais, como registros empresariais.
Diante da repercussão, Duílio se manifestou por meio de nota, alegando manipulação de documentos e prometendo tomar medidas legais contra os responsáveis pela divulgação. O clube, por sua vez, registrou boletim de ocorrência relatando o desaparecimento de documentos fiscais, agravando ainda mais o cenário institucional.
O Conselho Deliberativo do Corinthians acompanha as investigações e avalia possíveis falhas na fiscalização interna. A situação expõe fragilidades na governança e levanta questionamentos sobre o uso de recursos em gestões anteriores.