Augusto Melo deixa a presidência do Corinthians

Após a classificação para as quartas de final da Copa do Brasil, conquistada contra o Palmeiras no meio desta semana, o Corinthians terá outra decisão importante, desta vez, neste final de semana, onde neste sábado (09), cerca de 10 mil associados irão decidir o futuro de Augusto Melo.

Após classificação contra o Palmeiras, Corinthians terá decisão política neste sábado (09)

Entre 9h e 17h, no Ginásio Wlamir Marques, no Parque São Jorge, haverá a realização da assembleia geral extraordinária na qual os sócios votarão sim ou não para o impeachment do presidente afastado. Depois do encerramento da votação, os votos serão apurados ainda neste sábado.

Caso seja confirmado o impeachment de Augusto Melo, apenas o presidente interino do Corinthians, Osmar Stabile, confirmou o seu nome para a candidatura do clube do Parque São Jorge. Futuramente será escolhido um novo mandatário para comandar o Timão até dezembro de 2026.

O pedido de impeachment de Augusto Melo é baseado em acusações de irregularidades no contrato de patrocínio com a casa de apostas VaideBet, antigo patrocinador máster do clube, antes do Esportes da Sorte. O ex-mandatário é acusado de infrigir a Lei Geral do Esporte e desrespeito ao estatuto do clube. 

O presidente afastado, Augusto Melo, também corre o risco de ser suspenso do clube. O caso de Augusto está sendo estudado e avaliado, uma vez que era o presidente. Dessa forma, o seu caso deveria ser julgado pelo Conselho da Comissão de Ética do Conselho Deliberativo do Corinthians.

O presidente afastado do Corinthians, Augusto Melo, tornou-se alvo de investigação do Ministério Público de São Paulo (MPSP) no caso que apura o uso indevido de cartões corporativos do clube.

O promotor Cassio Roberto Conserino determinou a ampliação da investigação para incluir a gestão de Melo, após o superintendente financeiro Roberto Gavioli afirmar que a fiscalização dos gastos era apenas formal. A inclusão de Melo no processo visa garantir isonomia, considerando que as gestões anteriores de Andrés Sánchez e Duílio Monteiro Alves já estão sendo investigadas.

Durante sua gestão, Melo enfrentou críticas por gastos elevados com o cartão corporativo, que totalizaram mais de R$ 8 milhões em 2024. O Corinthians justificou os valores como despesas com alimentação e hospedagem do elenco, mas o Conselho de Orientação (CORI) apontou falhas na prestação de contas, o que levou à abertura de um novo processo de impeachment contra o presidente.

Além disso, Melo já é réu em processo judicial por associação criminosa, furto qualificado e lavagem de dinheiro, relacionados ao caso "VaideBet". Ele e outros ex-dirigentes do clube foram denunciados pelo MPSP à Justiça, e a denúncia foi aceita pelo Judiciário.

O Corinthians, por sua vez, tem se manifestado afirmando que todos os gastos foram justificados e que eventuais despesas pessoais foram integralmente reembolsadas ao clube. A diretoria também nega irregularidades e considera as denúncias infundadas, alegando que têm o intuito de tumultuar o processo de impeachment de Melo.

A ampliação da investigação para incluir a gestão de Melo demonstra a continuidade dos esforços do MPSP em apurar possíveis irregularidades no uso de recursos do clube, visando garantir a transparência e a correta aplicação dos recursos financeiros.

Uma apuração do ge.globo revelou que a lista de associados aptos a votar na próxima assembleia geral do Corinthians contém cerca de 10 mil nomes, incluindo pessoas já falecidas. A descoberta acendeu suspeitas de possível fraude no processo eleitoral. Apesar da gravidade do caso, membros da diretoria e do conselho do clube minimizaram a situação, afirmando que não há risco de irregularidades durante a votação.

A direção explicou que o Corinthians mantém uma categoria de sócios chamada “remidos”, que são isentos do pagamento de mensalidades, e que o clube não realiza um recadastramento amplo há anos. Essa falta de atualização no banco de dados, segundo a gestão, não comprometeria a lisura do pleito, já que é exigida a apresentação de um documento oficial com foto no momento da votação.

Ainda de acordo com o clube, essa exigência é considerada uma medida eficaz para evitar fraudes, mesmo diante da presença de registros desatualizados. Romeu Tuma Jr, dirigente responsável pelo processo, destacou que a fiscalização será reforçada, especialmente nas urnas destinadas aos sócios remidos.

O regulamento eleitoral do Corinthians permite a participação apenas de sócios maiores de 18 anos, com pelo menos cinco anos de vínculo no quadro associativo e mensalidades em dia até 9 de junho deste ano. Essa regra, segundo a direção, também funciona como barreira contra votos indevidos.

A expectativa é que entre dois mil e quatro mil associados participem da votação, que ocorrerá neste sábado, das 9h às 17h, no Ginásio Wlamir Marques, no Parque São Jorge. Mesmo com o episódio envolvendo nomes de falecidos na lista, a cúpula alvinegra garante que o processo será seguro e transparente.

Caso a maioria dos votos seja favorável ao impeachment, uma nova eleição será convocada, restrita apenas ao corpo de conselheiros. Se a destituição de Augusto Melo for rejeitada, ele será conduzido novamente à presidência- cargo ocupado por Osmar Stabile desde maio.