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Após ser indiciado pela Polícia Civil pelo caso VaideBet, Augusto Melo, presidente do Corinthians, concedera coletiva de imprensa nesta sexta-feira, dia 23. Ele falará com os jornalistas a partir das 15h, no CT Joaquim Grava.
Em comunicado enviado à imprensa, a defesa do mandatário alvinegro, liderando pelo advogado Ricardo Cury, afirmou que Augusto recebeu com "incredulidade e indignação o relatório final do inquérito". Além disso, o posicionamento reafirma que o presidente não teve "qualquer envolvimento com eventuais irregularidades".
A nota ainda fala sobre o "maior contrato de patrocínio máster do futebol sul-americano" , concretizado em janeiro de 2024 por R$ 360 milhões divididos em três anos, passando pelo aval dos principais departamentos do Timão. O vínculo, vale lembrar, durou apenas cinco meses, já que a casa de apostas rescindiu o acordo.
Augusto é acusado por crimes de associação criminosa, furto qualificado e lavagem de dinheiro pelo envolvimento em um possível esquema de "laranja" nos repasses da intermediação do contrato. Além dele, Sérgio Moura, ex-superintendente de marketing, Marcelo Mariano, o Marcelinho, ex-diretor administrativo, e Alex Fernando André, conhecido como Alex Cassundé, que consta como intermediário no contrato com a ex-patrocinadora, também foram indiciados.
Os nomes enquadrados no inquérito policial agora aguardam o Ministério Público, que podera aceitar ou arquivar a denúncia. Vale lembrar que o promotor Juliano Atoji atuou ao lado do delegado Tiago Fernando Corrêa nas oitivas do processo.
Na próxima segunda-feira, a partir das 18h, no Salão Nobre do Parque São Jorge, o Conselho Deliberativo do Corinthians votará o pedido de impeachment de Augusto Melo, baseado no caso VaideBet. Aliados do presidente, inclusive, articulam estratégia para afastar Romeu Tuma Júnior, presidente do Conselho, e anular a votação.
O presidente do Timão, Augusto Melo, aponta dívida de R$ 191 milhões omitida e pede revisão dos balanços de gestões anteriores.
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O Conselho Fiscal do Corinthians aceitou o pedido da atual gestão para reanalisar os balanços financeiros dos anos de 2023 e 2024. A solicitação foi feita pelo presidente Augusto Melo, que alega ter "herdado" uma dívida de R$ 191,296 milhões não registrada pelas administrações anteriores. Esses valores referem-se a impostos, juros sobre parcelamentos de execuções fiscais do município e contingências em processos que não foram classificados como "perda provável" nos balanços anteriores.
O presidente do Conselho Fiscal, Haroldo José Dantas da Silva, afirmou que o processo de reanálise será extenso e exigirá diversas iniciativas para sua conclusão. Não há um prazo definido para a emissão de um novo parecer sobre os números apresentados.
Em resposta, o ex-diretor financeiro do Corinthians, Wesley Melo, criticou a atual gestão e o posicionamento do Conselho Fiscal. Ele afirmou que a diretoria atual busca narrativas para desviar a atenção de suas próprias dificuldades em explicar os números de 2024 e que as contas de 2023 foram fechadas e apresentadas pela atual gestão, não havendo mais o que discutir sobre os balanços anteriores.
A reanálise das contas ocorre em um momento de pressão nos bastidores do clube. Na próxima segunda-feira, o Conselho Deliberativo do Corinthians se reunirá para votar o impeachment do presidente Augusto Melo, relacionado ao caso VaideBet. A oposição argumenta que a situação mancha a imagem do clube.
A decisão do Conselho Fiscal de reavaliar as contas pode fornecer à atual gestão mais tempo para se defender das críticas e buscar esclarecer as alegações de dívidas não computadas, enquanto o clube enfrenta desafios tanto dentro quanto fora de campo.
A empresa alemã tem seguido conversando com diretoria do clube paulista a fim de fechar contrato em breve e já mostrou o modelo a ser
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A fornecedora de materiais esportivos do Corinthians ainda é a Nike, mas a Adidas segue com conversas para que isso mude em 2026. Um projeto de como seria a camisa já foi até apresentado.
Essa amostra teria sido vista por um grupo restrito do Timão para o primeiro ano do contrato. Vale lembrar que a proposta da empresa estrangeira é que seja um vínculo de 10 anos, entre 2026 a 2035.
No entanto, um dos grandes empecilhos é a Nike, a atual fornecedora tem contrato com duração até o fim de 2025. Porém existe uma cláusula de renovação automática para até 2029.
Esse vínculo foi assinado em 2017 durante a gestão de Roberto de Andrade que teve ainda a participação de Andrés Sánchez, que assumiu em 2018. A atual diretoria está insatisfeita e tem recebido reclamações.
Uma delas, é a ausência de camisas nas lojas oficiais, visto que o Corinthians detém uma das maiores torcidas do país. Mesmo sendo uma negociação difícil, a administração de Augusto de Melo vê com bons olhos essa mudança.
Mesmo com receita bilionária, Timão enfrenta dívida elevada de R$ 2,4 bilhões e críticas internas sobre gestão fiscal e administrativa.
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O departamento financeiro do Corinthians emitiu parecer ao Conselho de Orientação (Cori) defendendo um superávit ajustado de R$ 9,5 milhões no exercício de 2024. A diretoria argumenta que o déficit de R$ 181,7 milhões registrado no balanço oficial se deve a uma contingência tributária de R$ 191 milhões não contabilizada pela gestão anterior. No entanto, a auditoria independente GF Brasil apontou "incerteza relevante quanto à capacidade de continuidade operacional" do clube, devido ao passivo circulante exceder o ativo circulante em R$ 516,5 milhões e ao patrimônio líquido negativo de R$ 425,2 milhões.
Apesar do cenário preocupante, o Corinthians alcançou receita bruta recorde de R$ 1,115 bilhão em 2024, impulsionada principalmente pela venda de atletas, que somou R$ 338,4 milhões, quase o dobro do previsto. Outras fontes de receita incluíram direitos de transmissão (R$ 295 milhões) e patrocínios (R$ 253,7 milhões).
Entretanto, as despesas também aumentaram significativamente. Os gastos com pessoal atingiram R$ 428,6 milhões, enquanto os encargos financeiros, principalmente juros de dívidas, somaram R$ 279,1 milhões. O clube também enfrentou multas por rescisões contratuais, como a com a antiga patrocinadora Pixbet, no valor de R$ 44,1 milhões.
O Conselho Deliberativo reprovou as contas de 2024, seguindo a recomendação do Cori e do Conselho Fiscal, que apontaram gestão temerária e irregularidades na prestação de contas. A reprovação abre caminho para um possível processo de impeachment do presidente Augusto Melo, que já enfrenta críticas por sua condução administrativa.
Diante desse cenário, o Corinthians enfrenta o desafio de equilibrar suas finanças, reduzir o endividamento e restaurar a confiança de seus conselheiros e torcedores. A gestão atual terá que adotar medidas eficazes para garantir a sustentabilidade financeira do clube nos próximos anos.