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08 Ago 2025 | 22:30 |
O presidente afastado do Corinthians, Augusto Melo, tornou-se alvo de investigação do Ministério Público de São Paulo (MPSP) no caso que apura o uso indevido de cartões corporativos do clube.
O promotor Cassio Roberto Conserino determinou a ampliação da investigação para incluir a gestão de Melo, após o superintendente financeiro Roberto Gavioli afirmar que a fiscalização dos gastos era apenas formal. A inclusão de Melo no processo visa garantir isonomia, considerando que as gestões anteriores de Andrés Sánchez e Duílio Monteiro Alves já estão sendo investigadas.
Durante sua gestão, Melo enfrentou críticas por gastos elevados com o cartão corporativo, que totalizaram mais de R$ 8 milhões em 2024. O Corinthians justificou os valores como despesas com alimentação e hospedagem do elenco, mas o Conselho de Orientação (CORI) apontou falhas na prestação de contas, o que levou à abertura de um novo processo de impeachment contra o presidente.
Além disso, Melo já é réu em processo judicial por associação criminosa, furto qualificado e lavagem de dinheiro, relacionados ao caso "VaideBet". Ele e outros ex-dirigentes do clube foram denunciados pelo MPSP à Justiça, e a denúncia foi aceita pelo Judiciário.
O Corinthians, por sua vez, tem se manifestado afirmando que todos os gastos foram justificados e que eventuais despesas pessoais foram integralmente reembolsadas ao clube. A diretoria também nega irregularidades e considera as denúncias infundadas, alegando que têm o intuito de tumultuar o processo de impeachment de Melo.
A ampliação da investigação para incluir a gestão de Melo demonstra a continuidade dos esforços do MPSP em apurar possíveis irregularidades no uso de recursos do clube, visando garantir a transparência e a correta aplicação dos recursos financeiros.
Objetivo é dar maior transparência ao setor financeiro do clube em reforma do estatuto que deve ocorrer até o fim deste ano
22 Set 2025 | 13:47 |
O conselheiro Antônio Roque Citadini, em parceria com o sócio Cyrillo Cavalheiro Neto, apresentaram uma proposta de reforma estatutária no Corinthians que visa separar as contas do futebol e do clube social. O documento, protocolado no Conselho Deliberativo, sugere uma gestão contábil independente para cada setor, com o objetivo de promover maior transparência, controle e eficiência administrativa.
A proposta, batizada de “Gestão Financeira Segregada por Departamentos”, estabelece que o departamento de futebol, incluindo as equipes masculina, feminina e de base, administre suas receitas e despesas de forma autônoma. Isso inclui recursos oriundos de direitos de transmissão, patrocínios, bilheteria, venda de jogadores e programas de sócio-torcedor vinculado ao Corinthians.
O futebol feminino do Timão por exemplo, já ultrapassou a marca de quatro milhões de reais só com venda de atletas, se tornando o clube brasileiro com a maior arrecadação apenas em transferências. A ideia é garantir que os valores gerados pelo futebol sejam reinvestidos exclusivamente na modalidade, sem interferência de outras áreas do clube.
Já o clube social, localizado no Parque São Jorge, teria sua própria estrutura financeira, sustentada por mensalidades associativas, taxas de serviços, locação de espaços e patrocínios específicos. Modalidades olímpicas e esportes amadores, como bocha e tamboréu, dependeriam de captação externa, convênios com entidades públicas e privadas, além de incentivos fiscais para se manterem ativos.
Segundo Citadini, o atual estatuto não detalha essa divisão, o que dificulta a análise individualizada do desempenho financeiro de cada área. A mudança permitiria maior responsabilização e alinharia o Corinthians às boas práticas de governança adotadas por clubes modernos.
A proposta será analisada pela Comissão de Reforma do Estatuto, presidida por Dalton Gioia. Após a elaboração do pré-projeto, o texto passará por consultas com lideranças e membros do Conselho antes de ser levado à votação, prevista para novembro.
Caso aprovada, a reforma pode representar um marco na estrutura administrativa do Corinthians, promovendo equilíbrio financeiro e fortalecendo a autonomia dos departamentos. A medida é vista como estratégica para garantir sustentabilidade e transparência na gestão do clube.
Com crise institucional se agravando cada vez mais, investigação do Ministério Público tem o objetivo de analisar atos de ex-presidentes do clube
19 Set 2025 | 11:19 |
A Justiça de São Paulo autorizou a quebra de sigilo dos cartões de crédito Corinthians, atendendo a um pedido do Ministério Público. A medida abrange o período de janeiro de 2018 a maio de 2025, envolvendo as gestões dos ex-presidentes Andrés Sanchez, Duilio Monteiro Alves e Augusto Melo.
O clube afirma já ter entregado as faturas solicitadas ao Ministério Público. No entanto, a decisão judicial também inclui a quebra de sigilo bancário e fiscal de uma empresa suspeita de ser de fachada, o Oliveira Minimercado, que emitiu notas fiscais ao Corinthians em 2023. A empresa entrou com um habeas corpus para tentar barrar a medida, mas ainda não houve decisão sobre esse pedido.
A investigação foi iniciada em julho de 2025, após denúncias de uso indevido dos cartões corporativos do clube. Um dos documentos vazados mostrava despesas durante o réveillon em Tibau do Sul, no Rio Grande do Norte, que foram posteriormente reembolsadas por Andrés Sanchez. Outros extratos vieram a público, ampliando o escopo da apuração.
O Ministério Público também apontou desorganização administrativa e suposto furto de documentos durante invasões à sede do clube, o Parque São Jorge. Além disso, há suspeitas de interesses políticos interferindo na apuração dos fatos.
A investigação se estende à gestão de Augusto Melo, com solicitação de faturas entre janeiro de 2024 e maio de 2025. O MP pediu o afastamento dos três últimos presidentes do clube, mas a Justiça ainda não se pronunciou sobre esse pedido.
Uma das frentes da apuração também investiga possível infiltração de organizações criminosas no clube e que pode ter cedido um apartamento para jogadores ligados ao Timão. Isso adiciona complexidade ao caso e reforça a necessidade de transparência nas finanças da instituição.
O déficit do alvinegro paulista tem aumentado, e consequentemente, o dinheiro que entra não cobre as despesas e muito menos, o pagamento de dívidas
19 Set 2025 | 11:16 |
O Corinthians enfrenta um dos momentos mais delicados de sua história recente. Com as contas no vermelho e uma dívida crescente, o clube paulista anunciou uma projeção de redução significativa de despesas para o ano de 2026. A medida faz parte de um plano estratégico para reequilibrar as finanças e evitar o agravamento da crise que já compromete investimentos em infraestrutura e futebol profissional.
Segundo informações divulgadas, o clube pretende cortar gastos em diversas áreas, incluindo folha salarial, logística e contratos com fornecedores. A meta é reduzir em até 25% os custos operacionais, sem comprometer a competitividade do time. A diretoria também estuda renegociar dívidas com bancos e credores, além de buscar novas fontes de receita, como acordos comerciais e parcerias estratégicas.
Com dívida passando a casa dos dois bilhões, era de se esperar tal postura do clube do Parque São Jorge. Segundo o jornalista Jorge Nicola, o Corinthians estaria avaliando a possibilidade de uma futura venda de Memphis Depay, em seu lugar, Gabigol poderia ser o substituto do holandês. O camisa 10 que tem contrato com o alvinegro até o ano que vem, coleciona polêmicas desde que chegou no Brasil. Seu salário de R$ 6 milhões mensais mais outros gastos como segurança e moradia afetam diretamente as finanças do Timão.
A Neo Química Arena permanece como um dos principais elementos do planejamento financeiro do clube. A diretoria avalia estratégias para aumentar a rentabilidade do estádio por meio de eventos, ações promocionais e exploração comercial da estrutura, com o objetivo de ampliar as receitas e reduzir o impacto no orçamento.
No departamento de futebol, a política de contratações deverá seguir critérios mais restritivos. A tendência é priorizar atletas formados nas categorias de base e negociações com menor impacto financeiro. A diretoria também prevê ajustes na folha salarial e na estrutura de custos operacionais, como parte do plano de reequilíbrio orçamentário até o final de 2026.