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O ex-presidente do Corinthians, Andrés Sanchez, novamente se tornou o centro das atenções após a divulgação de uma nova fatura do cartão corporativo do clube, que aponta indícios adicionais de despesas pessoais realizadas durante sua gestão. O documento, revelado nas redes sociais, inclui registros de compras em destinos turísticos como Tibau do Sul (RN) e Fernando de Noronha e em restaurantes passando os valores de seis mil reais, realizadas entre 2019 e 2020, período em que Sánchez estava afastado da presidência para homenagear vice-presidentes do clube.
Entre os gastos identificados estão hospedagens, passeios e refeições em locais sem relação com atividades oficiais do Corinthians. A nova fatura reforça suspeitas já levantadas anteriormente, levando o Conselho de Orientação (Cori) a aprovar, por maioria apertada, o encaminhamento do caso à Comissão de Ética do clube. A decisão foi tomada em reunião realizada na última segunda-feira (14), com presença de ex-dirigentes como Duílio Monteiro Alves e Mário Gobbi.
Sanchez reconheceu o uso indevido do cartão e justificou o erro como uma confusão entre cartões pessoais e corporativos, ambos emitidos pelo mesmo banco. Em nota pública, afirmou que já providenciou o reembolso dos valores, incluindo juros e correção monetária, totalizando R$ 15 mil depositados na conta do clube. Apesar disso, o episódio gerou forte repercussão entre conselheiros e torcedores, com cobranças por maior transparência na gestão financeira.
A Comissão de Ética deverá avaliar se houve violação dos princípios administrativos e se medidas disciplinares serão aplicadas. O caso também reacende o debate sobre o uso de cartões corporativos por dirigentes esportivos e a necessidade de regulamentações mais rígidas para evitar abusos.
Atualmente, Andrés Sanchez atualmente é conselheiro vitalício e segue atuante nos bastidores do Parque São Jorge. Embora afirme não ter intenção de retornar à presidência, sua influência política permanece significativa. A expectativa é que o clube adote novas diretrizes para garantir maior controle sobre os recursos institucionais e preservar sua imagem diante da torcida e da opinião pública.
Decisão favorável ao alvinegro foi de uma ação que o Município de São Paulo havia feito referente aos anos de 2015 até 2018
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O Sport Club Corinthians Paulista obteve uma importante vitória na Justiça ao conseguir a anulação de autos de infração que totalizavam R$ 298,3 milhões referentes à cobrança de ISS (Imposto Sobre Serviços) pelo Município de São Paulo. A decisão, publicada em 10 de julho de 2025, abrange o período entre 2015 e 2018 e representa um marco na reestruturação financeira do clube.
A Prefeitura alegava que receitas oriundas de patrocínios, royalties, direitos de transmissão, mídia estática e o programa Fiel Torcedor configuravam prestação de serviços, justificando a incidência do imposto. No entanto, a defesa do Corinthians sustentou que tais atividades não se enquadram como serviços tributáveis, argumento que foi acolhido pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP). A Corte baseou-se em precedentes do próprio TJ-SP e do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que já haviam declarado a inconstitucionalidade de cobranças semelhantes.
Além de cancelar os autos de infração, a Justiça determinou que o Município de São Paulo arque com as custas processuais e os honorários advocatícios, reforçando o entendimento de que a tributação era indevida. O superintendente de negócios jurídicos do clube, Leonardo Pantaleão, destacou que a decisão contribui para a recuperação da credibilidade institucional e financeira da agremiação.
Apesar da vitória, o processo ainda está sujeito a reexame necessário, o que significa que a decisão poderá ser revista em instâncias superiores. Mesmo assim, o resultado é considerado um avanço significativo na luta dos clubes contra autuações fiscais que, segundo especialistas, ampliam indevidamente o conceito jurídico de serviço.
Atolado em dívidas, essa decisão a favor do clube do Parque São Jorge é um alívio para a diretoria interina que tem buscado solucionar os graves problemas financeiros que o alvinegro tem passado. Por conta disso, existe investigações sobre sonegação fiscal e reavaliação de contas dos anos de 2023 e 2024.
A conquista do Corinthians se soma a decisões semelhantes obtidas por outros clubes paulistas, como Palmeiras e São Paulo, que também conseguiram afastar cobranças milionárias de ISS nos últimos anos. O caso reacende o debate sobre a tributação de entidades esportivas e a necessidade de critérios mais claros para definir o que constitui prestação de serviço no contexto do futebol profissional.
Situação ocorreu no último domingo na derrota do Timão para o Red Bull Bragantino na Neo Química Arena e gerou insatisfação de torcedores
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O Corinthians está reavaliando sua parceria com a empresa responsável pela operação do camarote FielZone, após falhas no sistema de reconhecimento facial durante a estreia da nova tecnologia na Neo Química Arena. A medida foi implementada em cumprimento à Lei Geral do Esporte, que exige biometria facial em estádios com capacidade superior a 20 mil pessoas.
Na partida contra o Red Bull Bragantino, realizada no último domingo, diversos torcedores enfrentaram dificuldades para acessar o setor exclusivo. A maioria dos problemas ocorreu no FielZone, onde o sistema de entrada utiliza tecnologia distinta da aplicada nas demais áreas do estádio. A instabilidade gerou atrasos e reclamações, com relatos de rejeição no reconhecimento mesmo após o cadastramento facial ser realizado no local.
A diretoria do clube considera que a operadora não conseguiu acompanhar a transição tecnológica e avalia a possibilidade de rescindir o contrato. A repercussão negativa nas redes sociais e a insatisfação dos torcedores pesam na decisão. O CEO da empresa responsável pelo camarote criticou publicamente o modelo de biometria, alegando que a tecnologia ainda não está pronta para uso em larga escala nos estádios brasileiros.
Além dos problemas técnicos, há histórico de pendências financeiras entre o clube e a FielZone, que acumulou dívidas desde 2023. Após acordo, os valores começaram a ser pagos de forma parcelada, mas a relação já vinha desgastada. Durante esse período, o camarote chegou a receber mais ingressos do que o previsto em contrato, o que gerou desconforto entre os torcedores e conselheiros.
A expectativa do Corinthians é que os próximos jogos sirvam como teste para ajustes no sistema. A diretoria também estuda alternativas para garantir que o acesso ao estádio seja eficiente e seguro, sem comprometer a experiência dos torcedores. A decisão sobre o futuro da parceria deve ser tomada nos próximos dias, com base em relatórios técnicos e jurídicos.
CORI avaliou ser necessário discutir mais esse episódio polêmico do alvinegro na comissão para decidir se exclui ex-presidente
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O Conselho de Orientação do Corinthians (CORI) aprovou, por maioria de votos, o envio do caso envolvendo o ex-presidente Andrés Sanchez para a Comissão de Ética do clube. A decisão foi tomada após reunião realizada no Parque São Jorge, na noite de segunda-feira (14), e marca mais um capítulo delicado na política interna do Timão.
A investigação gira em torno do uso do cartão corporativo da presidência para despesas pessoais durante o mandato de Andrés, encerrado em 2020. O ex-dirigente admitiu ter utilizado o cartão em viagens particulares, alegando confusão por possuir conta no mesmo banco que o clube. Apesar da justificativa, o CORI considerou necessário aprofundar a apuração, especialmente após o surgimento de novas faturas com gastos em locais como Fernando de Noronha e Tibau do Sul, sem vínculo com atividades oficiais do Corinthians. O ex-presidente reembolsou o valor com acréscimo de juros e correção monetária no último sábado (12).
Durante a reunião, outros ex-presidentes do Corinthians, como Duílio Monteiro Alves e Mário Gobbi, também estiveram presentes. Embora alguns conselheiros tenham defendido Andrés, destacando sua contribuição histórica ao clube, o placar final foi de nove votos a sete pela abertura do processo disciplinar.
A Comissão de Ética será responsável por conduzir os trabalhos, podendo recomendar sanções que variam desde advertência até a exclusão do quadro associativo. O caso também pode ter desdobramentos legais, conforme previsto na Lei Geral do Esporte e também na Lei Pelé, que tratam de gestão temerária e a responsabilidade civil de dirigentes esportivos.
A pressão por transparência tem crescido entre torcedores e movimentos internos, como o Corinthians Grande e a Gaviões da Fiel, que exigem rigor na apuração e punições exemplares, caso as irregularidades sejam confirmadas. Enquanto isso, o clube tenta manter o foco nas competições, mesmo diante da instabilidade nos bastidores. A expectativa é que o processo seja conduzido com imparcialidade, respeitando o estatuto e os princípios éticos que regem a instituição.