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O Corinthians está reavaliando sua parceria com a empresa responsável pela operação do camarote FielZone, após falhas no sistema de reconhecimento facial durante a estreia da nova tecnologia na Neo Química Arena. A medida foi implementada em cumprimento à Lei Geral do Esporte, que exige biometria facial em estádios com capacidade superior a 20 mil pessoas.
Na partida contra o Red Bull Bragantino, realizada no último domingo, diversos torcedores enfrentaram dificuldades para acessar o setor exclusivo. A maioria dos problemas ocorreu no FielZone, onde o sistema de entrada utiliza tecnologia distinta da aplicada nas demais áreas do estádio. A instabilidade gerou atrasos e reclamações, com relatos de rejeição no reconhecimento mesmo após o cadastramento facial ser realizado no local.
A diretoria do clube considera que a operadora não conseguiu acompanhar a transição tecnológica e avalia a possibilidade de rescindir o contrato. A repercussão negativa nas redes sociais e a insatisfação dos torcedores pesam na decisão. O CEO da empresa responsável pelo camarote criticou publicamente o modelo de biometria, alegando que a tecnologia ainda não está pronta para uso em larga escala nos estádios brasileiros.
Além dos problemas técnicos, há histórico de pendências financeiras entre o clube e a FielZone, que acumulou dívidas desde 2023. Após acordo, os valores começaram a ser pagos de forma parcelada, mas a relação já vinha desgastada. Durante esse período, o camarote chegou a receber mais ingressos do que o previsto em contrato, o que gerou desconforto entre os torcedores e conselheiros.
A expectativa do Corinthians é que os próximos jogos sirvam como teste para ajustes no sistema. A diretoria também estuda alternativas para garantir que o acesso ao estádio seja eficiente e seguro, sem comprometer a experiência dos torcedores. A decisão sobre o futuro da parceria deve ser tomada nos próximos dias, com base em relatórios técnicos e jurídicos.
CORI avaliou ser necessário discutir mais esse episódio polêmico do alvinegro na comissão para decidir se exclui ex-presidente
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O Conselho de Orientação do Corinthians (CORI) aprovou, por maioria de votos, o envio do caso envolvendo o ex-presidente Andrés Sanchez para a Comissão de Ética do clube. A decisão foi tomada após reunião realizada no Parque São Jorge, na noite de segunda-feira (14), e marca mais um capítulo delicado na política interna do Timão.
A investigação gira em torno do uso do cartão corporativo da presidência para despesas pessoais durante o mandato de Andrés, encerrado em 2020. O ex-dirigente admitiu ter utilizado o cartão em viagens particulares, alegando confusão por possuir conta no mesmo banco que o clube. Apesar da justificativa, o CORI considerou necessário aprofundar a apuração, especialmente após o surgimento de novas faturas com gastos em locais como Fernando de Noronha e Tibau do Sul, sem vínculo com atividades oficiais do Corinthians. O ex-presidente reembolsou o valor com acréscimo de juros e correção monetária no último sábado (12).
Durante a reunião, outros ex-presidentes do Corinthians, como Duílio Monteiro Alves e Mário Gobbi, também estiveram presentes. Embora alguns conselheiros tenham defendido Andrés, destacando sua contribuição histórica ao clube, o placar final foi de nove votos a sete pela abertura do processo disciplinar.
A Comissão de Ética será responsável por conduzir os trabalhos, podendo recomendar sanções que variam desde advertência até a exclusão do quadro associativo. O caso também pode ter desdobramentos legais, conforme previsto na Lei Geral do Esporte e também na Lei Pelé, que tratam de gestão temerária e a responsabilidade civil de dirigentes esportivos.
A pressão por transparência tem crescido entre torcedores e movimentos internos, como o Corinthians Grande e a Gaviões da Fiel, que exigem rigor na apuração e punições exemplares, caso as irregularidades sejam confirmadas. Enquanto isso, o clube tenta manter o foco nas competições, mesmo diante da instabilidade nos bastidores. A expectativa é que o processo seja conduzido com imparcialidade, respeitando o estatuto e os princípios éticos que regem a instituição.
Com desempenho ruim dentro de campo, polêmicas envolvendo jogadores e crise política, líder de torcida do Timão cobra mudanças e diz que equipe está de férias
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Após mais uma derrota em casa, o clima nos bastidores do Corinthians se agravou com uma forte manifestação da principal torcida organizada. Em publicação nas redes sociais, o presidente da Gaviões da Fiel Alexandre Domênico, expressou profunda insatisfação com o desempenho da equipe e, principalmente, com a condução política e administrativa da instituição.
O dirigente classificou o momento como um “poço de amadorismo”, criticando a lentidão do Conselho Deliberativo e a falta de transparência nas decisões internas. Segundo ele, a ausência de padrão tático, mesmo após semanas de preparação durante o Mundial de Clubes, evidencia falhas na comissão técnica. A demora para realizar substituições durante a partida foi apontada como exemplo da falta de estratégia.
Além das críticas ao comando técnico, o elenco foi chamado de “covarde”, com o alerta de que, se nada mudar, o clube corre risco de lutar novamente contra o rebaixamento. Ale ainda afirma que o futebol do Corinthians está de férias. A declaração do líder da Gaviões da Fiel também lamenta a divisão entre torcedores, que estariam mais preocupados com disputas políticas do que com o futuro da equipe.
O presidente da organizada convocou a torcida a abandonar os protestos virtuais e ocupar arquibancadas e ruas, exigindo mudanças concretas. “Chega de rede social, é hora de sair e protestar contra quem faz mal ao clube”, afirmou, reforçando que a paciência da Fiel chegou ao limite.
A publicação repercutiu amplamente entre os torcedores, que também demonstraram indignação com os resultados recentes e a falta de respostas da diretoria. O ambiente político segue conturbado, e a pressão por reformulações cresce a cada rodada. Com o clube em má fase no Campeonato Brasileiro e prestes a enfrentar o Palmeiras pela Copa do Brasil, a cobrança por profissionalismo e comprometimento se intensifica. A torcida organizada promete manter a mobilização, exigindo que o clube volte a honrar sua história e reconquiste o respeito dentro e fora de campo.
Após a revelação de gastos indevidos com cartão corporativo, Andrés Sanchez voltou a comentar o episódio e prometeu ressarcir o clube; Dinei reagiu com revolta
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Em entrevista recente, o ex-presidente do Corinthians, Andrés Sanchez, reconheceu ter utilizado o cartão corporativo do clube para cobrir gastos pessoais que somaram cerca de R$ 9.416. Segundo ele, os valores foram destinados a despesas como hospedagem, passeios turísticos e restaurantes, e o uso ocorreu por engano, já que seu cartão pessoal era do mesmo banco. O ex-mandatário, que presidiu o Timão em dois mandatos, entre 2007 e 2011 e depois de 2018 a 2020, assegurou que fará o reembolso com correção monetária.
A justificativa, porém, causou indignação em setores do clube. O ex-atacante Dinei, revelado na base corintiana e tricampeão brasileiro pelo clube, usou as redes sociais para se manifestar contra Andrés. “Tem que ser expulso do Corinthians”, escreveu, referindo-se ao conselheiro vitalício e membro atual do CORI. Dinei é aliado da atual gestão de Augusto Melo, presidente afastado recentemente.
Andrés afirmou que a polêmica está sendo usada como arma política diante da turbulência que cerca o Corinthians. “Vasculharam todas as minhas administrações, até fatura de cartão de crédito. Eu usei R$ 9 mil”, disse ele ao portal LeoDias. Em nota anterior, o ex-presidente afirmou ter solicitado os cálculos com juros e correção para quitar a dívida de imediato.
A repercussão do caso ocorre justamente às vésperas da Assembleia Geral marcada para 9 de agosto, quando será definido o destino de Augusto Melo, que enfrenta processo de impeachment. O clima nos bastidores se acirra, e episódios como o de Andrés reforçam os embates entre diferentes alas do clube.
O episódio também reaviva a discussão sobre a necessidade de maior controle financeiro nas administrações esportivas. Em tempos de crise política e questionamentos sobre governança, casos de uso indevido de recursos públicos ou institucionais provocam desgaste e exigem maior fiscalização interna.