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O presidente do Corinthians, Augusto Melo, protocolou nesta sexta-feira, 25 de abril, um pedido formal ao Conselho Deliberativo do clube para a reabertura das contas do exercício de 2023. Além disso, o dirigente solicitou o adiamento da votação do balanço financeiro referente ao ano de 2024, prevista para o próximo domingo. Segundo ele, é necessário revisar informações e possíveis inconsistências nas contas anteriores antes de seguir com a análise do exercício mais recente.
Apesar do pedido da presidência, o Conselho Deliberativo decidiu manter a data da votação do balanço de 2024. A resposta veio diretamente do presidente do Conselho, que alegou que os prazos estatutários estavam sendo cumpridos e que a análise das contas do ano passado não poderia ser postergada. Com isso, a reunião marcada para o dia 28 de abril está mantida.
O movimento de Augusto Melo acontece em meio a um cenário financeiro delicado para o clube. O balanço de 2024, entregue recentemente ao Conselho de Orientação, revelou que o Corinthians acumula uma dívida de R$ 2,5 bilhões — mesmo com um recorde de faturamento no ano. Os números chamaram atenção e aumentaram a pressão sobre a atual gestão.
Além disso, o Conselho Fiscal do clube recomendou a reprovação das contas de 2024, acendendo um sinal de alerta dentro do Parque São Jorge. A sugestão de rejeição das contas por parte de um dos principais órgãos de fiscalização interna intensificou os questionamentos à diretoria, levantando dúvidas sobre a condução administrativa e a transparência dos dados financeiros.
Agora, com o pedido de reabertura das contas de 2023 e a iminente votação das de 2024, Augusto Melo enfrenta um momento decisivo de sua gestão. A aprovação ou reprovação do balanço poderá afetar não apenas a imagem da diretoria, mas também a estabilidade política dentro do clube, num momento em que o Corinthians vive uma fase de grande movimentação dentro e fora de campo.
Pedro Silveira deixa o cargo de diretor financeiro por motivos de saúde e em meio à crise no balanço contábil que o clube vive
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A política interna do Corinthians voltou a esquentar. O diretor financeiro Pedro Silveira pediu demissão nesta sexta-feira (25), após ocupar o cargo desde julho de 2024. O clube confirmou oficialmente a saída e alegou motivos de saúde como justificativa.
Segundo apuração da CNN, Silveira enfrentou sérios problemas médicos recentemente e teve que se afastar de suas funções. A nota oficial sobre a saída está prevista para a manhã deste sábado (26), com mais detalhes sobre a decisão.
Além da questão de saúde, pesou na decisão o pedido de reabertura do balanço financeiro de 2023 feito pela gestão de Augusto Melo. O Conselho Fiscal, por sua vez, reprovou por unanimidade as contas de 2024, o que agravou a situação nos bastidores.
O Conselho de Orientação (CORI) irá avaliar os números na próxima segunda-feira (28). A expectativa é que Raul Corrêa da Silva, atual diretor cultural, assuma interinamente o setor financeiro e lidere a defesa das contas do clube.
“O Sport Club Corinthians Paulista informa que o presidente Augusto Melo aceitou o pedido de demissão do diretor financeiro do Clube, Pedro Silveira, por questões médicas (...). O Corinthians agradece todo empenho e deseja excelente recuperação”, comunicou o clube.
Diante da crise envolvendo a VaideBet, a torcida reforça seu papel como entidade fiscalizadora, cobrando cautela nas decisões, respeito ao estatuto do clube
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A Gaviões da Fiel, principal torcida organizada do Corinthians, manifestou-se publicamente sobre a possível renúncia do presidente do clube, Augusto Melo, caso ele seja indiciado no escândalo envolvendo o patrocínio da VaideBet.
Em comunicado assinado por Alê, dirigente da torcida, a Gaviões enfatizou que qualquer decisão sobre a renúncia deve ser amplamente discutida, considerando as complexidades envolvidas e as fragilidades do estatuto do clube.
A torcida expressou preocupação com a legitimidade de uma eventual destituição, especialmente se Augusto Melo for posteriormente inocentado pela Justiça. No entanto, deixou claro que, em caso de condenação, defende o afastamento imediato do presidente.
Historicamente, a Gaviões da Fiel apoiou Augusto Melo durante sua candidatura à presidência do Corinthians, destacando seu papel como órgão fiscalizador e sua oposição ao continuísmo no clube. Apesar desse apoio, a torcida tem mantido uma postura crítica e vigilante, cobrando responsabilidade e transparência da atual gestão.
Recentemente, membros da Gaviões estiveram no Parque São Jorge para cobrar explicações sobre o caso VaideBet, demonstrando sua preocupação com a condução do clube e reiterando que as decisões devem refletir os interesses dos mais de 35 milhões de torcedores do Corinthians.
A posição da Gaviões da Fiel reflete seu compromisso com a integridade e a transparência na administração do Corinthians, reforçando seu papel ativo na fiscalização das ações da diretoria e na defesa dos interesses da torcida.
Montante inclui valores nas vendas de jogadores realizadas e parcelamentos de dívidas com clubes nacionais e internacionais
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O Corinthians possui atualmente R$ 164,3 milhões a receber de outros clubes, conforme o balanço financeiro de 2024 divulgado pela gestão do presidente Augusto Melo. Esse montante é resultado de negociações envolvendo a venda de atletas, o mecanismo de solidariedade da FIFA e parcelamentos de dívidas de clubes nacionais e internacionais.
O maior valor pendente é referente à venda do atacante Wesley para o Al-Nassr, da Arábia Saudita, realizada em setembro do ano passado. O Corinthians recebeu parte do pagamento, mas ainda aguarda cerca de R$ 74 milhões. Além disso, há bônus adicionais de US$ 5 milhões (aproximadamente R$ 27 milhões) que também estão pendentes.
Outro valor significativo é o do Al-Rayyan, do Catar, que deve ao Timão R$ 25,7 milhões pela transferência de Róger Guedes. O Atlético-MG também possui uma dívida de R$ 17,5 milhões referente à contratação de Fausto Vera. Além disso, o Sport ainda deve R$ 4 milhões pela transferência do volante Felipe Bastos, já aposentado.
É importante destacar que esses valores não representam necessariamente inadimplência, pois muitos dos pagamentos estão parcelados e dentro dos prazos acordados. No entanto, a gestão do clube está atenta a essas pendências para garantir o fluxo de caixa necessário para suas operações.
Com um faturamento recorde de R$ 1,115 bilhão em 2024, o Corinthians busca equilibrar suas finanças e reduzir o endividamento, que ainda é elevado. A entrada desses valores a receber será fundamental para o clube manter sua saúde financeira e investir em reforços para a temporada.