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Augusto Melo foi o convidado do 'Flow Podcast' da última terça-feira à noite (22) e dentre muitos assuntos discutidos durante o programa, o presidente do Corinthians comentou sobre o aumento da dívida do clube, após o balanço financeiro ter sido divulgado na última sexta-feira. Confira o que o mandatário disse.
Presidente do Corinthians explica aumento da dívida do Timão, após balanço financeiro de 2024
"Se você for analisar, quando assumi, o Corinthians tinha 40 meses de fundo de garantia atrasados, 11 meses de direito de imagem atrasados. Coloquei tudo em ordem. Paguei dívidas. Assumi o Corinthians com um juros de R$ 300 milhões ao ano. Ou seja: se a minha dívida já era R$ 2 bilhões quando peguei, ela automaticamente já vai para R$ 2,3 bilhões."
"E aí tem 191 milhões que ficaram da direção passada e ficou para nós. Isso está provado pelo nosso financeiro, por auditoria e com perito assinando. O balanço está aberto para quem quiser ver. Se você for analisar, eu cresci 20% a receita do Corinthians, com o time sem credibilidade, beirando a segunda divisão."
"Falam que eu aumentei 500 e poucos milhões (de dívida). Eu aumentei! Mas foram 200 milhões que não são nossos, 300 milhões de juros. E eu tive que gastar muito ano passado. Tive que pagar transfer ban, juros, fundo de garantia, direitos de imagem... Só que esse ano o Corinthians é o único time grande que não gastou um centavo em atletas. Ou seja: tiver que gastar quase 160 milhões para formar um time de futebol."
"Tivemos um gasto mal gerido no primeiro semestre, mas no segundo a gente acertou. Gastei 125 milhões no primeiro e 33 no segundo. E agora não gastei um real e estamos com um elenco competitivo. E todos esses contratos que fechei ano passado, começam a vigorar agora. É a partir desse ano que começa a entrar uma receita melhor. E aí você começa a não precisa gastar e entrar receita. E aí sim começar a já pagar dívidas."
"Por isso que teve esse gasto. A gente pegou uma estrutura realmente complicada e eu tive que fazer investimentos. Tive que pagar dívidas deles, tive que contratar atletas. É uma estrutura forte que estamos contruindo para que o Corinthians comece a entrar nos trilhos."
Enfraquecido no Conselho do clube, agora tenta ter forças com sócios e ter uma base sólida para novos embates com a gestão interina do alvinegro
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Augusto Melo, afastado da presidência do Corinthians após a aprovação de seu impeachment pelo Conselho Deliberativo, tem trabalhado para obter apoio dos sócios e tentar reverter sua saída do cargo. O ex-presidente foi destituído devido a irregularidades no contrato de patrocínio com a empresa Vai de Bet, além de investigações que levaram ao seu indiciamento por associação criminosa, furto qualificado e lavagem de dinheiro.
Desde sua saída, Melo tem se reunido com aliados e conselheiros para buscar alternativas jurídicas e políticas que possam viabilizar seu retorno. Recentemente, um grupo de conselheiros entrou com um processo no Tribunal de Justiça contra o próprio clube, além do presidente interino Osmar Stabile e do chefe do Conselho Deliberativo, Romeu Tuma Júnior. O objetivo da ação era validar uma decisão tomada por Maria Angela de Souza Ocampos, que anulava a votação de destituição de Melo. No entanto, perderam recentemente na Justiça.
A disputa pelo comando do Corinthians gerou grande instabilidade no Parque São Jorge. No mês de maio, Augusto Melo e seus aliados tentaram retomar a presidência, o que resultou em um tumulto na sede do clube. A Polícia Militar precisou ser acionada para conter a confusão, e Melo acabou deixando o local para prestar esclarecimentos na delegacia.
A defesa de Augusto também tentou pela Justiça, o objetivo era levar seu caso até o Supremo Tribunal Federal, mas sem sucesso. Leonel Augusto Gonçalves da Silva tentou em outra ação, argumentar que a saída do presidente afastado estaria prejudicando o clube, porém, foi derrotado da mesma forma na vara de Tatuapé.
Enquanto busca apoio entre os sócios, Melo enfrenta forte resistência dentro do clube. O vice-presidente do Corinthians, Armando Mendonça, criticou publicamente as tentativas do ex-presidente de retomar o cargo, classificando-as como uma "tentativa de golpe" e afirmando que seus interesses pessoais estão acima da instituição.
Segundo fontes da Itatiaia, Augusto Melo e seus aliados têm estado no Corinthians de forma constante para trabalhar em ter novos aliados. São agendadas reuniões, encontros com associados do clube e Melo tem ido aos finais de semana para fortalecer o diálogo.
O futuro de Augusto Melo no Corinthians ainda é incerto. A Assembleia Geral dos Sócios com reunião marcada para o dia 9 de agosto, será responsável por referendar ou não sua destituição definitiva. Caso os sócios votem contra o impeachment, ele poderá ser reconduzido ao cargo. No entanto, se a decisão for mantida, Osmar Stábile seguirá como presidente interino até que uma nova eleição seja realizada.
Após distrato com empresa responsável, clube busca novo fornecedor para implantar sistema exigido por lei em estádios grandes
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O Corinthians encerrou no último sábado (14 de junho) o prazo previsto na Lei Geral de Segurança (LGE) para instalar a biometria facial na Neo Química Arena, mas não conseguiu finalizar o processo. Apesar de já ter iniciado testes, o time paulista não anunciou novos contratados para retomar o projeto nem divulgou um cronograma atualizado.
Nos últimos dois meses, o clube travou testes iniciais com a parceira Bepass, que foi escolhida para desenvolver e gerenciar o sistema. Mesmo com a contratação prevista para abril, o Corinthiais encerrou o contrato amigavelmente com a empresa em junho, alegando que já possuía outro parceiro em fase de teste avançado.
Nas redes sociais e nos veículos especializados, surgiram alertas de que o Timão aproveitou “a última chance de testes” no confronto do último domingo, mas não avançou após isso. Com o distrato assinado, o clube corre contra o tempo para contratar um novo fornecedor e implementar a tecnologia até enfrentar sanções legais.
Caso não instale o sistema nas catracas até a data limite, prevista na legislação para estádios com capacidade acima de 20 mil pessoas, o Corinthians se expõe a multas e até a interdição do estádio em eventos esportivos ou culturais. Organizações da torcida também alertaram para o risco de “portões fechados” em partidas que ainda estão programadas para ocorrer no estádio durante esse período.
Agora, o foco do clube é buscar um novo parceiro e apresentar um cronograma viável de implantação. A pressão aumenta, já que o tempo para cumprir a obrigação está esgotado, e o Corinthians tem interesse tanto em evitar punições quanto em garantir a experiência de acesso ágil e segura para os seus torcedores.
Tentativas de ajudar o presidente que está afastado do Timão estão sendo negadas por ações judiciais e com a Assembleia Geral já tem data marcada
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A Justiça de São Paulo negou mais uma tentativa de aliados de Augusto Melo para reconduzi-lo à presidência do Corinthians. A ação, movida por Leonel Augusto Gonçalves da Silva, sócio do Parque São Jorge, foi protocolada na Vara Cível do Foro Regional VIII do Tatuapé e rejeitada pelo juiz Alberto Gibin Villela.
Leonel solicitava uma liminar para restituir Augusto Melo ao cargo, argumentando que seu afastamento teria causado prejuízos ao clube, incluindo a perda de um acordo de naming rights do CT Dr. Joaquim Grava com a empresa Mercado Livre e um contrato de fornecimento de material esportivo com a Adidas. No entanto, o juiz considerou que não havia fundamentos suficientes para reconsiderar a decisão e destacou o fracionamento de diversas ações com o mesmo propósito, classificando a estratégia como discutível.
Essa tentativa de retorno ocorre em meio a uma grave crise institucional no Corinthians. Augusto Melo foi afastado da presidência após um processo de impeachment relacionado ao caso Vai de Bet, no qual foi indiciado por associação criminosa, furto qualificado e lavagem de dinheiro. Seus aliados, incluindo conselheiros como Mario Mello, Ronaldo Fernandez Tomé, Maria Ângela de Sousa Ocampos e Peterson Ruan Aiello do Couto Ramos, têm buscado reverter a decisão judicialmente, mas sem sucesso.
A juíza Juliana Maria Maccari Gonçalves já havia negado um pedido de tutela de urgência feito por esses conselheiros, alegando falta de provas suficientes para validar a suspensão de Romeu Tuma Júnior da presidência do Conselho Deliberativo. Além disso, a Justiça reconheceu a validade dos atos praticados por Tuma, tornando precipitada qualquer alteração sem o devido contraditório e produção de provas.
O Corinthians, por sua vez, contratou o advogado Gustavo Bonini Guedes para reforçar sua defesa contra as tentativas de retorno de Augusto Melo. A atual gestão argumenta que a Comissão de Ética do clube não tem competência para suspender liminarmente o presidente do Conselho Deliberativo e que qualquer anulação dos atos de Tuma representaria uma violação da soberania do colegiado.
A Assembleia Geral dos sócios, marcada para 9 de agosto, será decisiva para ratificar ou não o impeachment de Augusto Melo. Até lá, a instabilidade política continua no Parque São Jorge, com disputas judiciais e tentativas de reverter decisões já tomadas pela Justiça.