
Clube
Corinthians consegue na Justiça a suspensão de bloqueio de valor milionário nas contas do clube
Clube
|
O Corinthians notificou extrajudicialmente a empresa Brucker Administradora de Bens Ltda, representada pelo empresário Igor Carvalho Zevibrucker, por uma dívida de R$ 1,3 milhão referente ao uso de dois camarotes na Neo Química Arena. Igor é conhecido por sua proximidade com Augusto Melo, presidente afastado do clube paulista, o que adiciona um componente político à cobrança em questão.
Segundo o clube, os camarotes 629 e 630 foram utilizados entre janeiro de 2024 e junho de 2025, sem que os valores contratados fossem quitados. Além do acesso aos espaços, o contrato incluía 15 ingressos por jogo, duas vagas de estacionamento e serviço de catering VIP. A dívida detalhada inclui R$ 440 mil pelo uso do camarote 629 em 2024, R$ 300 mil em 2025, mais R$ 300 mil pelo camarote 630 e R$ 264 mil pelo serviço de alimentação, totalizando R$ 1.304.000.
A notificação, assinada pelo presidente interino Osmar Stabile e pelo superintendente jurídico Leonardo Pantaleão, exige o pagamento em até cinco dias úteis. Caso contrário, o clube promete adotar medidas judiciais, incluindo correção monetária e encargos legais.
Durante a gestão de Augusto Melo, o empresário Igor Zevibrucker foi citado como financiador de contratações, como a do lateral Matheuzinho, ex-Flamengo, por R$ 24 milhões. A relação próxima entre ambos levanta questionamentos sobre a transparência e os critérios de concessão dos benefícios.
Recentemente, Igor tentou se reunir com o atual vice-presidente Armando Mendonça para discutir o recebimento de valores que afirma ter emprestado ao clube alvinegro. No entanto, foi informado de que sua dívida está registrada no Regime Centralizado de Execuções (RCE), o que limita a atuação da diretoria nesse caso.
O episódio expõe mais uma camada da crise financeira e institucional do Corinthians, que tenta equilibrar suas contas enquanto lida com heranças da gestão anterior. A cobrança dos camarotes é apenas um dos muitos capítulos de um clube que busca recuperar credibilidade e estabilidade administrativa.
Ex-dirigente tenta retomar o cargo no alvinegro, mas versões dadas por ele para Polícia e imprensa são diferentes e aumentam tensão
|
O ex-presidente do Corinthians, Augusto Melo, está no centro de uma polêmica após contradições entre suas declarações à imprensa e à Polícia Civil sobre sua relação com Alex Cassundé, apontado como intermediário no contrato de patrocínio com a casa de apostas VaideBet para o Timão. Em depoimento prestado no dia 16 de abril, Melo afirmou que Cassundé foi apresentado a ele por meio de Sérgio Moura e Marcelo Mariano, ex-dirigentes do clube, e que o encontro ocorreu no Parque São Jorge, pouco antes do Natal de 2023.
Segundo o depoimento, Melo relatou que não deu importância à proposta apresentada por Cassundé, pois já considerava a Betano uma boa patrocinadora. No entanto, ele confirmou que o empresário esteve com ele no clube e que houve uma conversa sobre a VaideBet. Essa versão, no entanto, contrasta com declarações anteriores feitas por Augusto Melo à imprensa. Em entrevista ao programa Fantástico, da TV Globo, no mês de janeiro de 2025, ele negou qualquer contato com Cassundé, afirmando categoricamente: “Nunca tive contato, não tenho o telefone, nunca sentei numa mesa com ele”.
A divergência entre os relatos levantou suspeitas e fortaleceu o processo de impeachment instaurado que resultou no afastamento de Melo da presidência do Corinthians. Além disso, a Polícia Civil investiga movimentações financeiras suspeitas na conta do ex-dirigente, incluindo depósitos em espécie que somam mais de R$ 150 mil, realizados entre dezembro de 2023 e abril de 2024.
Melo foi indiciado por associação criminosa, lavagem de dinheiro e furto qualificado. Ele nega as acusações e afirma que os valores depositados têm origem em suas atividades comerciais, como proprietário de um estacionamento e de um comércio.
As contradições nas versões apresentadas por Augusto Melo colocam em xeque sua credibilidade e ampliam a crise institucional presente no Corinthians. O caso segue sob investigação, e o desfecho pode impactar profundamente o futuro político do clube. Enquanto isso, a torcida e o Conselho Deliberativo aguardam respostas mais claras sobre os bastidores do polêmico contrato com a VaideBet.
Negociação por jovem meia envolveu cláusulas que dividem lucros com terceiros e pode gerar sanções ao clube paulista e parceiros
|
A contratação do meia Luiz Eduardo pelo Corinthians, em acordo com o Água Santa, levantou suspeitas de infração ao regulamento de transferências da Fifa. O valor de R$ 3,5 milhões foi pago por Igor Zveibrucker, e a Unique Sports & Management passou a deter parte dos direitos econômicos do jogador, o que é proibido pela entidade. O empresário também contrariou o ex-presidente Augusto Melo sobre um possível empréstimo de dinheiro ao clube.
Segundo Flávio Portella, sócio da Unique Sports, o acerto foi feito diretamente com o clube de Diadema, e a divisão futura da venda do atleta seria de 50% para o Corinthians, 30% para o Água Santa e 20% para a empresa. “Nós receberemos uma parte destes 50% do Água Santa, se eu não me engano, 20%”, afirmou Portella.
A Fifa proíbe que terceiros recebam qualquer percentual em futuras transferências, conforme determina o artigo 18ter do Regulamento dos Status e das Transferências de Jogadores. A regra é respaldada pelo Regulamento Nacional da CBF, que obriga os clubes a informarem tais acordos e proíbe a participação de terceiros nos lucros das transações.
Com base nessas normas, Corinthians e Água Santa podem ser punidos caso fique comprovado que houve divisão de direitos econômicos com terceiros. A Fifa e a CBF têm poder para aplicar sanções que variam de multas até a suspensão de participação em torneios, dependendo da gravidade.
A prática de participação financeira de agentes é limitada às comissões de intermediação. Empresários podem lucrar legalmente apenas por meio de intermediações ou empréstimos, como os mais de R$ 78 milhões que o Corinthians deve ao agente Giuliano Bertolucci, parte por transferências e parte por empréstimos ao clube.
Sem sistema de biometria pronto, o clube Alvinegro Paulista corre risco de ter apenas 20 mil torcedores na Neo Química Arena
|
O Corinthians vive uma corrida contra o tempo para garantir que a Neo Química Arena esteja apta a receber sua capacidade máxima de torcedores na retomada do Campeonato Brasileiro, marcada para o dia 13 de julho, contra o Red Bull Bragantino. Com a entrada em vigor da Lei Geral do Esporte no último sábado (15), estádios com capacidade acima de 20 mil pessoas precisam ter sistema de reconhecimento facial funcionando para controle de acesso.
O clube já adquiriu 145 novas catracas e firmou contrato com a empresa Ligatech para implantar o sistema. No entanto, o cronograma prevê uma implementação gradual por setores, com previsão de finalização apenas após sete partidas. Em reuniões com a Polícia Militar e o Ministério Público, o Corinthians argumentou que o atraso foi consequência de decisões da antiga gestão e da troca de fornecedores, ocorrida recentemente.
Diante do risco de ter o público limitado a menos de 20 mil pessoas no próximo jogo em casa, a diretoria trabalha em duas frentes: solicitar uma prorrogação de prazo de até três meses para conclusão total do sistema ou buscar uma interpretação jurídica que permita liberar o estádio gradualmente, conforme os setores forem adaptados. A ausência de eventos-teste, causada pela troca do gramado da Arena, tem dificultado os ajustes e validações necessárias.
Internamente, o clube tem mobilizado sua equipe para acelerar o cadastramento facial dos sócios-torcedores. Um reforço no time de atendimento e campanhas de comunicação vêm sendo feitos para orientar os torcedores sobre como concluir o processo, que será obrigatório para acesso ao estádio quando o sistema entrar em operação.
A obrigatoriedade da identificação biométrica facial foi estabelecida pela Lei Geral do Esporte, sancionada em 2023, com o objetivo de reforçar a segurança e o controle de acesso em grandes eventos esportivos. Agora, o Corinthians tenta conciliar as exigências legais com a urgência de manter a Arena cheia e minimizar impactos financeiros e esportivos na reta decisiva do Brasileirão.