Empresário contraria história de Augusto Melo e diz que emprestou dinheiro ao Corinthians

O intermediário do contrato de patrocínio máster entre o Corinthians e a casa de apostas VaideBet, Sandro Ribeiro, admitiu, em depoimento à polícia, que recebeu uma comissão de R$ 1,4 milhão, embora alegue não ter solicitado o valor, afirmando ter sido vítima de uma "empresa de fachada" chamada Neoway.

O caso ganhou força quando a Polícia Civil abriu investigação e enviou ofício ao clube solicitando documentos do contrato e informações sobre a atuação da Rede Social Media Design LTDA — empresa que, formalmente, atuou como intermediária e recebeu cerca de R$ 25,2 milhões em comissões, equivalentes a 7% de um total de R$ 360 milhões.

Em meio ao escândalo, a VaideBet rescindiu unilateralmente o contrato em junho de 2025 com o Corinthians, citando o uso de cláusula anticorrupção. A patrocinadora alegou que a exposição da marca ao caso manchava sua imagem e gerava risco às futuras parcerias.

O Corinthians, por sua vez, se defendeu afirmando que a intermediação foi formal, documentada em contrato e executada conforme padrões de mercado. Também declarou que não tinha conhecimento sobre eventual uso de empresas-laranja por parte das intermediárias.

Apesar das justificativas, a Polícia Civil segue investigando o caso, prorroga o inquérito e avalia detalhes como pagamentos à Neoway — empresa com endereço suspeito e sócia que desconhece qualquer vínculo com o contrato — além de encaminhar provas sobre o fluxo financeiro.

A nova gestão interina do Corinthians realizou um evento de "boas-vindas" reunindo quase todos os patrocinadores do clube no CT Joaquim Grava, com o objetivo de estreitar o diálogo após turbulências recentes na política interna do clube. Entre os presentes, estavam grandes marcas como Nike, Esportes da Sorte e Ezze Seguros. Apenas duas parceiras não compareceram por questões de agenda.

A iniciativa, conduzida pelo departamento de marketing, incluiu apresentações da diretoria interina — liderada por Osmar Stábile — e dos superintendentes de Marketing, Comercial e Jurídico. Também participaram Fabinho Soldado, do futebol, e figuras do Conselho Deliberativo como Romeu Tuma Jr. O foco central foi reforçar a segurança dos contratos e resgatar a credibilidade do Corinthians diante dos patrocinadores.

Um dos pontos altos do encontro foi o tour guiado pelo CT Joaquim Grava, conduzido por Fabinho Soldado. Durante o passeio, os patrocinadores puderam ver de perto onde estão expostas as marcas no centro de treinamento, aproximando a relação entre visibilidade e investimento.

A reunião ocorre pouco mais de três semanas após a crise causada pela tentativa de reintegração de Augusto Melo ao cargo, com profissionais entrando na sala da presidência sem autorização, o que fragilizou a confiança institucional. A iniciativa visa demonstrar que, apesar da instabilidade, há alinhamento interno e compromisso com a governança.

Para encerrar, o evento contou com um brunch, que foi avaliado como produtivo pelos participantes. A expectativa dos presentes foi “muito boa”, segundo apuração da reportagem, e reforçou a percepção de que a gestão interina está empenhada em recuperar o clima de parceria e segurança jurídica, antes da assembleia decisiva prevista para 9 de agosto.

Vinícius Cascone, ex-diretor jurídico do Corinthians, tem sido uma figura influente nos bastidores do clube. Recentemente, ele foi questionado sobre a possibilidade de um dia assumir a presidência do Timão. Em entrevista ao programa Tabelando do Meu Timão, Cascone abordou o tema e revelou sua visão sobre o futuro político do clube. Embora tenha demonstrado profundo conhecimento sobre a gestão corintiana, ele evitou dar uma resposta definitiva sobre uma eventual candidatura.

Cascone destacou que sua prioridade sempre foi contribuir para a transparência e a organização administrativa do Corinthians. Durante sua atuação como diretor jurídico, ele esteve envolvido em diversas decisões estratégicas, incluindo a reestruturação financeira do clube e a negociação de dívidas. Segundo ele, a presidência exige um compromisso ainda maior, e qualquer decisão nesse sentido dependeria de um planejamento sólido e do apoio da torcida e dos conselheiros.

O ex-diretor também mencionou a necessidade de uma reforma estatutária no clube, permitindo maior participação dos torcedores nas eleições presidenciais. Ele se reuniu com a Gaviões da Fiel, principal torcida organizada do Corinthians, para discutir propostas que poderiam ampliar a representatividade dos sócios e modernizar o modelo de gestão. Existem a Safiel e o Coletivo Voz Corinthiana que buscam essas melhorias através da própria torcida, que estaria trabalhando em prol do clube alvinegro.

Essa iniciativa reforça sua preocupação com a democratização do clube, um tema que tem sido amplamente debatido nos últimos anos. Apesar de sua experiência e envolvimento nos bastidores, Cascone não confirmou se pretende disputar a presidência em futuras eleições. Ele enfatizou que seu foco, no momento, está em contribuir para a estabilidade administrativa do Corinthians e garantir que o clube siga um caminho sustentável. No entanto, sua postura e conhecimento técnico fazem com que muitos torcedores vejam nele um possível candidato forte para liderar o Timão no futuro.

A possibilidade de Vinícius Cascone assumir a presidência do Corinthians ainda é incerta, mas seu nome continua sendo citado entre os possíveis sucessores na gestão do clube. Caso decida entrar na disputa, ele terá o desafio de conquistar o apoio da torcida e dos conselheiros, além de apresentar um plano sólido para a administração do Corinthians. Até lá, sua atuação nos bastidores segue sendo fundamental para o futuro do clube.