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Diante da necessidade de equilibrar suas finanças e cumprir compromissos de curto prazo, o Corinthians adotou uma estratégia financeira utilizando a verba futura do Campeonato Paulista como garantia para quitar pendências. A medida visa reduzir juros de operações bancárias e permitir ao clube aliviar parte de suas dívidas, garantindo maior estabilidade financeira no momento atual.
O presidente interino do clube, Osmar Stábile, esclareceu que a operação não se trata de um empréstimo direto com a Federação Paulista de Futebol (FPF), mas sim de uma negociação bancária na qual os recebíveis do Paulistão foram usados como garantia. Esse modelo de operação permite ao Corinthians acessar melhores condições de crédito e otimizar o fluxo de caixa, reduzindo impactos negativos nas contas do clube.
Com uma dívida acumulada que ultrapassa o valor de R$ 2,5 bilhões, a diretoria corintiana busca alternativas para manter o funcionamento do clube sem comprometer sua capacidade de investimento no elenco e nas infraestruturas essenciais. Os recursos obtidos com essa estratégia serão utilizados para quitar parcelas do Profut, manter a folha salarial dos jogadores e evitar bloqueios judiciais que poderiam dificultar a gestão da equipe.
Em relação ao Profut, Stabile quando assumiu a presidência interina do Timão alegou em entrevista, que havia parcelas em atraso. O Corinthians quitou as parcelas de maio, mas tem uma dívida a ser paga por 20 anos. Em resumo, o clube não poderá contar com esse dinheiro em 2026 caso haja necessidade.
A decisão reflete o esforço da diretoria em buscar soluções concretas para reorganizar as finanças do clube, ao mesmo tempo que evita recorrer a empréstimos mais onerosos. Apesar disso, o desafio de manter a competitividade no cenário nacional e internacional continua sendo um fator determinante nas próximas ações da gestão alvinegra.
Movimentações financeiras incomuns levantam alerta sobre gestão de Augusto Melo e aumentam pressão por mais transparência no clube
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O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) recebeu apontamentos de transações suspeitas envolvendo o Corinthians, destacando pagamentos de boletos e uso de cartões de crédito corporativos em fevereiro de 2025. As informações foram fornecidas pelo banco Santander, onde o clube mantém uma de suas principais contas correntes.
Entre as transações identificadas, destacam-se pagamentos recorrentes e de alto valor no exterior, especificamente nos Estados Unidos, em estabelecimentos identificados como ADVDEPOSIT JWMARRICAR, associados à rede de hotéis JW Marriott. Além disso, foram realizados dois pagamentos de boletos que totalizaram R$ 607.892,40, enquanto o valor original dos títulos era de R$ 108.162,33, levantando suspeitas sobre a natureza dessas operações.
O COAF também observou que, entre setembro de 2024 e março de 2025, o Corinthians movimentou R$ 1 bilhão apenas nessa conta do Santander, com R$ 507 milhões recebidos e R$ 505 milhões saindo da conta, muitas vezes imediatamente após o recebimento, o que foi considerado uma atividade suspeita.
Em fevereiro de 2025, o Conselho Deliberativo do Corinthians reprovou a prestação de contas da gestão do então presidente Augusto Melo para o ano de 2024. Entre os motivos, estavam o uso do cartão de crédito corporativo e a falta de acesso a documentos financeiros. O Conselho de Orientação (CORI) alegou não ter recebido respostas sobre faturas de cartões de crédito no valor de R$ 2,8 milhões até junho de 2024, valor que posteriormente chegou a R$ 4,8 milhões, com divergências não esclarecidas até o momento.
As investigações do COAF e as reprovações internas no clube indicam a necessidade de uma reavaliação das práticas financeiras e de governança no Corinthians, visando maior transparência e conformidade com as normas legais e éticas.
Presidente afastado do Timão, ainda tenta retornar ao clube em meio ao caos e instabilidade política instaurada. Ele afirma que pretende mudar a administração
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Após ser afastado da presidência do Corinthians, Augusto Melo afirmou que, caso consiga retornar ao cargo, adotará uma postura mais rígida na administração do clube. Convidado para o programa ‘Arena SBT’ da última quarta (04), ele prometeu ser um presidente com "mão de ferro" e trabalhar para a implementação de um novo estatuto, que, segundo ele, traria mais transparência e controle sobre as decisões internas.
O ex-presidente foi destituído pelo Conselho Deliberativo, que aprovou seu impeachment por 176 votos a favor e 57 contra. A decisão ainda precisa ser referendada pelos sócios do clube, que terão a última palavra sobre sua permanência ou afastamento definitivo. Caso consiga reverter a situação, Augusto Melo pretende reformular a estrutura administrativa do Corinthians e endurecer regras para evitar novos escândalos.
Entre as mudanças que ele pretende implementar, está a revisão dos contratos de patrocínio e a criação de mecanismos mais rígidos de fiscalização financeira. A gestão de Augusto Melo foi marcada por polêmicas envolvendo acordos comerciais, incluindo o contrato com a VaideBet, que gerou questionamentos sobre irregularidades. Ele também quer reforçar a governança interna, garantindo que decisões estratégicas sejam tomadas com maior participação dos conselheiros e associados.
Além das questões administrativas, Augusto Melo pretende fortalecer o departamento de futebol, buscando maior autonomia para a diretoria e evitando interferências externas. Ele acredita que a instabilidade política do clube tem impactado negativamente o desempenho da equipe dentro de campo e quer garantir que o Corinthians tenha um planejamento sólido para os próximos anos.
Enquanto aguarda a definição sobre seu futuro, Augusto Melo segue defendendo sua gestão e alegando que sua destituição foi motivada por disputas políticas internas. Ele afirma que, caso retorne ao cargo, sua prioridade será recuperar a credibilidade do clube e implementar mudanças estruturais que garantam um Corinthians mais forte e transparente. A decisão final sobre seu impeachment será tomada nos próximos dias, e o futuro do clube dependerá do posicionamento dos sócios na Assembleia Geral.
Augusto Melo vem sendo investigado por supostas irregulares no caso VaideBet e vai responder por associação criminosa, furto qualificado e lavagem de dinheiro
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Em mais um capítulo da investigação da Polícia Civil no caso VaideBet, onde o ex-presidente do Corinthians, Augusto Melo, que é investigado e vai responder por associação criminosa, furto qualificado e lavagem de dinheiro, foi notificado pelas autoridades policiais a respeito de depósitos "incomuns" em sua conta bancária.
Polícia Civil encontra valor alto em depósitos incomuns na conta do ex-presidente do Corinthians
Segundo o portal 'UOL Esporte', a conta de Augusto Melo revelou um padrão incomum de depósitos em dinheiro em sua conta do Santander na capital paulista. A prática coincide no período após vencer a eleição e nos primeiros meses de seu mandato como presidente do Corinthians. Melo se defendeu e explicou as transações.
"Todas as minhas transações bancárias foram entregues à Polícia para investigação por minha vontade. Os valores que ali constam todos em minha declaração de Imposto de Renda, feita anualmente.
Sou dono de comércio e de um estacionamento, muitas vezes o dinheiro que entra é em espécie e o meu pró-labore e de meus sócios são retirados em dinheiro vivo, para isso, eu preciso que seja depositado em minha conta.
Minhas contas e vida são limpas e estou sempre à disposição para esclarecimentos, seja do torcedor, da imprensa ou das autoridades responsáveis por quaisquer investigação."
Relatório da Polícia Civil
"A influência de Marcelo Mariano era tamanha junto ao presidente, que Rozallah, então diretor financeiro, pediu demissão porque Augusto, em um podcast, afirmou que Mariano descia ao setor para autorizar o pagamento de "30, 40 contas por dia". Em seu depoimento [à polícia], Augusto negou ter dito isso -- negou, até mesmo, saber do motivo que havia levado Rozallah a pedir desligamento. Só que, de fato, ele fez mesmo esta afirmação em um programa, como será apontado em Relatório Final [da Polícia Civil]."
Lista de depósitos na conta de Augusto Melo