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Presidente do Flamengo cita Corinthians como exemplo para falar sobre novo estádio do clube carioca
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A turbulenta gestão de Augusto Melo no Corinthians continua repercutindo nos bastidores do clube. Em entrevista recente, o vice-presidente Armando Mendonça fez duras críticas ao ex-mandatário e detalhou os desafios herdados da antiga administração, além de comentar os próximos passos para o elenco alvinegro.
Mendonça afirmou que a “era Augusto Melo” foi marcada por promessas não cumpridas e decisões centralizadas. Segundo ele, o discurso de profissionalismo e transparência não se concretizou, e o clube acabou sendo conduzido por aliados pessoais do ex-presidente, sem critérios técnicos. O vice relembrou que, ao alertar Melo sobre irregularidades no contrato com a VaideBet, foi ignorado e posteriormente isolado dentro da diretoria.
Com a saída de Melo e a posse interina de Osmar Stabile, Mendonça destacou que o foco agora é reconstruir a credibilidade institucional. Ele classificou a situação financeira como “herança maldita”, citando dívidas com atletas, fornecedores e um caixa praticamente esvaziado. Para reverter esse cenário, o clube pretende adotar medidas de austeridade e buscar novas fontes de receita, incluindo a revisão de contratos e a valorização da base.
Sobre o elenco, o vice-presidente revelou que a comissão técnica liderada por Dorival Júnior terá autonomia para definir saídas e reforços. A ideia é manter uma espinha dorsal competitiva, mas com ajustes pontuais que respeitem o orçamento. A diretoria também pretende investir em jovens talentos, promovendo integração entre as categorias de base e o time principal.
Mendonça ainda comentou a importância de blindar o ambiente interno, evitando interferências políticas e priorizando o desempenho esportivo. Ele reforçou que o clube precisa de estabilidade para voltar a disputar títulos e recuperar a confiança da torcida. A expectativa é que, com a definição do processo de impeachment de Augusto Melo em agosto, o Corinthians possa iniciar um novo ciclo, mais transparente e profissional.
Investigação policial reconhece que pessoa ligada a Augusto Melo quando era presidente do Timão poderia ter evitado problemas recentes do clube
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A Polícia Civil de São Paulo concluiu o inquérito sobre o escândalo envolvendo a antiga patrocinadora máster do Corinthians, a empresa VaideBet, e indiciou o ex-diretor jurídico do clube, Yun Ki Lee, por omissão imprópria. Segundo o relatório final, Lee tinha a obrigação legal de agir para evitar irregularidades no contrato firmado com a empresa, mas falhou ao não encaminhar o documento para o setor de compliance e ao ignorar inconsistências evidentes.
O delegado responsável pelo caso, Tiago Fernando Correia, destacou que Lee assumiu a responsabilidade de revisar o contrato, mas não apontou falhas nem alertou sobre a ausência de CNAE compatível com a atividade da empresa intermediária. Além disso, ele teria recebido um formulário da VaideBet com espaço para indicar um intermediário, onde constava que a comissão seria paga pela própria patrocinadora — detalhe que também passou despercebido por ele.
A omissão de Lee é considerada penalmente relevante com base no artigo 13, parágrafo 2º do Código Penal, que responsabiliza quem, tendo o dever de agir, se abstém de impedir um resultado ilícito. A investigação apontou que sua conduta contribuiu diretamente para o prejuízo causado ao clube.
Yun Ki Lee ocupou o cargo entre janeiro e maio de 2024, durante a gestão de Augusto Melo, e pediu desligamento em meio à crise instaurada. Ele também é conselheiro eleito pela chapa Paixão Corinthiana, grupo que apoiou Melo na eleição presidencial. A defesa de Lee teve acesso ao processo e exerceu o direito à ampla defesa antes da conclusão do inquérito.
Com o encerramento da investigação, o Ministério Público de São Paulo analisará o material para decidir se oferece denúncia formal sobre o ex-dirigente. Caso aceite, Lee e outros envolvidos, incluindo Augusto Melo e ex-diretores, poderão se tornar réus em processo criminal. O caso segue como um dos maiores escândalos administrativos da história recente do Corinthians.
As duas gigantes estão na briga para ter o alvinegro como um dos clubes no próximo ano. A alemã fez proposta enquanto a norte-americana quer cobrir valores
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O Corinthians vive uma semana que pode ser considerada como uma ‘final’ fora das quatro linhas. A diretoria do clube está prestes a definir quem será sua fornecedora de material esportivo pelos próximos anos: Adidas ou Nike. A escolha envolve cifras milionárias, questões jurídicas e interesses estratégicos que vão além do campo.
A Adidas, que iniciou negociações ainda na gestão de Augusto Melo, apresentou uma proposta robusta ao presidente interino Osmar Stabile. A oferta inclui luvas entre R$ 80 milhões e R$ 85 milhões por ano, além de bônus não divulgados. A empresa alemã também promete maior distribuição de produtos e ações de marketing mais agressivas, o que agrada parte da diretoria e do Conselho de Orientação (Cori).
Por outro lado, a Nike, parceira do clube desde 2003, ainda não formalizou uma contraproposta, mas sinalizou verbalmente que pode superar os valores da concorrente. A gigante norte-americana renovou automaticamente seu contrato até 2029 por meio de uma cláusula unilateral, o que gerou desconforto interno. A atual gestão contesta a validade dessa renovação, alegando que foi feita pela distribuidora Fisia, e não diretamente pela Nike.
Entre os trunfos da empresa norte-americana, estão a tradição da parceria, a visibilidade internacional e o fato de o Corinthians ser atualmente o único clube da Série A vestido pela marca. No entanto, há críticas quanto à distribuição de uniformes e à falta de atenção ao mercado nacional, o que impacta negativamente as vendas.
A Adidas, por sua vez, busca retomar espaço no futebol brasileiro e vê no Corinthians uma vitrine estratégica para os alemães que já tem contrato com equipes como Flamengo e Real Madrid. A empresa estaria disposta, inclusive, a arcar com eventuais custos judiciais caso a Nike entre com ação por quebra contratual.
O presidente Osmar Stabile já acionou o Cori para acelerar o processo e deve tomar uma decisão nos próximos dias. A escolha entre as duas gigantes do esporte podem redefinir a imagem do clube no mercado e influenciar diretamente suas receitas nos próximos anos.
Dirigente é contra as ações feitas pelo presidente afastado do clube do Parque São Jorge e foi o primeiro a se afastar quando soube das irregularidades
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A crise política no Corinthians ganhou novos contornos após o vice-presidente Armando Mendonça criticar duramente o presidente afastado Augusto Melo. O estopim foi a divulgação de fotos em que Melo aparece ao lado de empresários ligados à VaideBet, empresa envolvida em um escândalo de patrocínio que abalou os bastidores do clube neste ano.
Armando Mendonça, que já havia rompido com Melo após denúncias de irregularidades no contrato de R$ 360 milhões com a casa de apostas, não poupou palavras. Em declarações recentes, o vice afirmou que o ex-presidente mentiu à imprensa e à Polícia Civil ao negar vínculos com os empresários, mesmo após imagens comprovarem o contrário.
Segundo Mendonça, a gestão de Augusto Melo foi marcada por omissões e decisões tomadas com base em interesses pessoais. Ele revelou que, ao ser informado sobre as suspeitas de fraude, o presidente afastado teria ignorado os alertas e se recusado a abrir qualquer investigação interna. O vice também destacou que o clube acumulou dívidas e compromissos não honrados, herdando o que chamou de “herança maldita”.
A situação se agravou com a revelação de que parte da comissão do contrato foi repassada a uma empresa de fachada, a Neoway, levantando suspeitas de lavagem de dinheiro. Mendonça, que foi o primeiro dirigente a ser informado sobre o caso, afirmou que tentou agir com transparência, mas foi isolado dentro da diretoria.
Além das críticas públicas, o vice-presidente relatou ter sido alvo de ameaças e perseguições por conselheiros ligados a Melo. Para conter a instabilidade, ele afirmou ter blindado o CT e proibido a entrada de figuras políticas, buscando devolver o foco ao elenco e à comissão técnica.
Com a posse interina de Osmar Stabile, Mendonça defende uma reconstrução baseada em profissionalismo e participação ativa dos sócios do Timão. Ele reforça que o Corinthians precisa de uma gestão transparente e livre de interesses obscuros para retomar sua grandeza institucional.