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A crise política no Corinthians ganhou novos contornos após o vice-presidente Armando Mendonça criticar duramente o presidente afastado Augusto Melo. O estopim foi a divulgação de fotos em que Melo aparece ao lado de empresários ligados à VaideBet, empresa envolvida em um escândalo de patrocínio que abalou os bastidores do clube neste ano.
Armando Mendonça, que já havia rompido com Melo após denúncias de irregularidades no contrato de R$ 360 milhões com a casa de apostas, não poupou palavras. Em declarações recentes, o vice afirmou que o ex-presidente mentiu à imprensa e à Polícia Civil ao negar vínculos com os empresários, mesmo após imagens comprovarem o contrário.
Segundo Mendonça, a gestão de Augusto Melo foi marcada por omissões e decisões tomadas com base em interesses pessoais. Ele revelou que, ao ser informado sobre as suspeitas de fraude, o presidente afastado teria ignorado os alertas e se recusado a abrir qualquer investigação interna. O vice também destacou que o clube acumulou dívidas e compromissos não honrados, herdando o que chamou de “herança maldita”.
A situação se agravou com a revelação de que parte da comissão do contrato foi repassada a uma empresa de fachada, a Neoway, levantando suspeitas de lavagem de dinheiro. Mendonça, que foi o primeiro dirigente a ser informado sobre o caso, afirmou que tentou agir com transparência, mas foi isolado dentro da diretoria.
Além das críticas públicas, o vice-presidente relatou ter sido alvo de ameaças e perseguições por conselheiros ligados a Melo. Para conter a instabilidade, ele afirmou ter blindado o CT e proibido a entrada de figuras políticas, buscando devolver o foco ao elenco e à comissão técnica.
Com a posse interina de Osmar Stabile, Mendonça defende uma reconstrução baseada em profissionalismo e participação ativa dos sócios do Timão. Ele reforça que o Corinthians precisa de uma gestão transparente e livre de interesses obscuros para retomar sua grandeza institucional.
Fatura com despesas pessoais em nome do ex-presidente durante recesso em Pipa (RN) mobiliza conselheiros do Parque São Jorge
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O ex-presidente Andrés Sanchez voltou ao centro das discussões políticas no Corinthians após a revelação de uma fatura do cartão corporativo do clube, datada de janeiro de 2021. O documento aponta cerca de R$ 10 mil em despesas pessoais realizadas em dezembro de 2020, no período em que o dirigente já havia pedido afastamento do cargo.
Entre os gastos, estão despesas em Pipa (RN), destino turístico no município de Tibau do Sul. A revelação gerou reação por parte da oposição, que passou a articular um processo de expulsão de Sánchez do quadro associativo do clube, aproveitando a atual configuração do Conselho Deliberativo, onde o ex-presidente não possui maioria.
Aliados próximos afirmam que Andrés pretende devolver os valores antes que o processo avance oficialmente. No entanto, os registros reforçam uma prática já conhecida no clube: o uso frequente de dinheiro em espécie para cobrir despesas durante sua gestão.
Nos bastidores, aliados do atual presidente Augusto Melo articulam uma estratégia para alertar os sócios sobre a possível retomada de influência de Andrés no clube. A movimentação acontece às vésperas da Assembleia marcada para o dia 9 de agosto, que pode decidir pela permanência ou saída de Melo.
Também há a possibilidade de abertura de outras faturas referentes ao período de mandato de Sánchez. O nome de Antônio Roque Citadini aparece como possível candidato à presidência, com apoio de Andrés, caso ocorra uma mudança na condução da diretoria corinthiana.
Ação movida contra o time paulista expõe bastidores do contrato com a casa de apostas encerrado meses após acordo ser firmado
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O empresário Sandro dos Santos Ribeiro ingressou com uma ação judicial contra o Corinthians nesta quinta-feira (11), cobrando R$ 8,4 milhões. Ele alega ter sido um dos intermediários do contrato firmado entre o clube e a empresa de apostas VaideBet no início de 2024. A informação foi publicada pelo ge e confirmada pela Gazeta Esportiva.
Segundo a ação, Sandro reivindica um terço da comissão de 7% do valor total do acordo, estimado em R$ 360 milhões. O clube, no entanto, reconheceu como intermediária a empresa Rede Social Media Design LTDA, ligada a Alex Cassundé, integrante da campanha de Augusto Melo. O pagamento das comissões foi interrompido após duas parcelas, no valor total de R$ 1,4 milhão.
A investigação da Polícia Civil de São Paulo aponta que Cassundé não foi o responsável pela intermediação. De acordo com o inquérito, a inserção do nome dele no contrato teria ocorrido de forma simulada, com o objetivo de desviar recursos. O presidente afastado Augusto Melo e outros três dirigentes foram indiciados.
A assessoria de Augusto Melo disse que o contrato "seguiu todos os trâmites legais" e reafirmou a inocência do dirigente. “Já solicitei oficialmente a quebra do sigilo do meu processo criminal, justamente para que toda a sociedade tenha acesso aos autos”, afirmou Melo.
O Corinthians, até o momento, não se pronunciou oficialmente sobre a ação. Armando Mendonça, vice-presidente interino, comentou o caso: “A ação é mais um prejuízo financeiro e para a imagem do Corinthians provocado pelo Augusto Melo”, afirmou.
Ex-dirigente do clube prometeu devolver o valor gasto, após confirmação de despesas com itens como restaurante, hotel e loja online
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O ex-presidente Andrés Sanchez confirmou a veracidade das informações divulgadas nas redes sociais sobre o uso do cartão corporativo do Corinthians para fins pessoais. A revelação foi feita após a publicação dos dados pelo perfil @Prmalaoficial e posteriormente confirmada pelo jornalista Marco Bello.
Segundo Bello, Sánchez reconheceu os gastos e afirmou que irá restituir os valores ao clube. “Falei com o ex-presidente, que confirmou a veracidade do documento, e disse que depositará o valor exato na conta do clube”, relatou o jornalista em publicação nas redes.
Os registros do cartão corporativo do Corinthians indicam despesas que somam R$ 10.744,52. Entre os gastos listados estão pagamentos em restaurantes, hotel, loja de suplementos e aplicativo da Apple. Também constam valores destinados a salão de beleza e agência de turismo.
Entre os itens detalhados aparecem compras como R$ 6.750,00 em agência de turismo, R$ 2.222,50 em hotel, R$ 482,39 no restaurante Barbacoa e R$ 415,00 no Villa Hair. Há ainda despesas menores como R$ 10,90 no Apple.com/bill e R$ 39,99 na Testomaster.
A situação ocorre em meio ao cenário de crise financeira no Corinthians, com dificuldades para equilibrar as finanças e honrar compromissos. A diretoria atual não se manifestou oficialmente sobre o caso até o momento.