
Clube
|
Após indiciamento de Augusto Melo, atual presidente do Corinthians no caso envolvendo o crime organizado, o Craque Neto deu a sua opinião sobre a situação e mostrou a sua insatisfação. O Ministério Público o investiga por associação criminosa, furto qualificado e lavagem de dinheiro.
“É o seguinte, bandido, ladrão, vagabundo que tem que tá na cadeia, irmão. Isso é o que eu penso. E não é só em relação ao futebol, porque o que tá acontecendo no Corinthians já acontece há um bom tempo, truta. Um time que não pagou estádio. Um time que tem 11 anos de estádio e não pagou”, disse o ex-Corinthians.
Ele ainda comenta que a dívida do clube não veio apenas da atual diretoria, mas também de gestões anteriores.
"Um time que todo jogo tem 2 milhões, 3 milhões. 3 milhões em relação à torcida. São 40 mil pessoas, todos os jogos, independentemente de qual vai ser o jogo. Independentemente disso. Aí você tem 2 bilhões e meio de dívida, que veio do seu Andrés, que veio do Alibe também, que veio do Andrés de novo, que veio do Robert de Andrade, que veio do Mário Gobi e que veio, principalmente, do Duílle agora. Aí, meu irmão, a gente esquece isso”.
Neto ainda continua voltando agora os seus comentários para Augusto Melo que sofre um processo de impeachment.
“Agora você, Augusto, que eu acreditei e que muita gente acreditou, até porque, democraticamente, olha o que você fez, irmão. Na primeira eleição, você perdeu a eleição por causa de 100 vitalícios. Porque se não tivesse 100 vitalícios, você já seria eleito na primeira. Aí você vai, você perde a eleição, você ganha a eleição, você é aplaudido, você é carregado de pé. E aí, meu irmão, ovacionado, aí o que tem? Pô, 2 de 700 mil para crime organizado, irmão”.
Ele cita também a Fiel e situação política no alvinegro. “O torcedor quer saber de ganhar o jogo. Como é que pode um clube como esse, irmão, que pegou no presidente tampão, que foi o Andrés, devia 100 milhões. Já era muito com o Dua Libre. Que já era muito. E vocês tiraram ele, deram uma pizza para ele. Uma pizzada. Todo mundo junto. Oposição, situação. Todo mundo mamando nas tetas”.
Ao que parece, o Corinthians enfrentará mais alguns dias de instabilidade dentro e fora de campo. Resta acompanhar para saber como isso vai terminar.
Após distrato com empresa responsável, clube busca novo fornecedor para implantar sistema exigido por lei em estádios grandes
|
O Corinthians encerrou no último sábado (14 de junho) o prazo previsto na Lei Geral de Segurança (LGE) para instalar a biometria facial na Neo Química Arena, mas não conseguiu finalizar o processo. Apesar de já ter iniciado testes, o time paulista não anunciou novos contratados para retomar o projeto nem divulgou um cronograma atualizado.
Nos últimos dois meses, o clube travou testes iniciais com a parceira Bepass, que foi escolhida para desenvolver e gerenciar o sistema. Mesmo com a contratação prevista para abril, o Corinthiais encerrou o contrato amigavelmente com a empresa em junho, alegando que já possuía outro parceiro em fase de teste avançado.
Nas redes sociais e nos veículos especializados, surgiram alertas de que o Timão aproveitou “a última chance de testes” no confronto do último domingo, mas não avançou após isso. Com o distrato assinado, o clube corre contra o tempo para contratar um novo fornecedor e implementar a tecnologia até enfrentar sanções legais.
Caso não instale o sistema nas catracas até a data limite, prevista na legislação para estádios com capacidade acima de 20 mil pessoas, o Corinthians se expõe a multas e até a interdição do estádio em eventos esportivos ou culturais. Organizações da torcida também alertaram para o risco de “portões fechados” em partidas que ainda estão programadas para ocorrer no estádio durante esse período.
Agora, o foco do clube é buscar um novo parceiro e apresentar um cronograma viável de implantação. A pressão aumenta, já que o tempo para cumprir a obrigação está esgotado, e o Corinthians tem interesse tanto em evitar punições quanto em garantir a experiência de acesso ágil e segura para os seus torcedores.
Tentativas de ajudar o presidente que está afastado do Timão estão sendo negadas por ações judiciais e com a Assembleia Geral já tem data marcada
|
A Justiça de São Paulo negou mais uma tentativa de aliados de Augusto Melo para reconduzi-lo à presidência do Corinthians. A ação, movida por Leonel Augusto Gonçalves da Silva, sócio do Parque São Jorge, foi protocolada na Vara Cível do Foro Regional VIII do Tatuapé e rejeitada pelo juiz Alberto Gibin Villela.
Leonel solicitava uma liminar para restituir Augusto Melo ao cargo, argumentando que seu afastamento teria causado prejuízos ao clube, incluindo a perda de um acordo de naming rights do CT Dr. Joaquim Grava com a empresa Mercado Livre e um contrato de fornecimento de material esportivo com a Adidas. No entanto, o juiz considerou que não havia fundamentos suficientes para reconsiderar a decisão e destacou o fracionamento de diversas ações com o mesmo propósito, classificando a estratégia como discutível.
Essa tentativa de retorno ocorre em meio a uma grave crise institucional no Corinthians. Augusto Melo foi afastado da presidência após um processo de impeachment relacionado ao caso Vai de Bet, no qual foi indiciado por associação criminosa, furto qualificado e lavagem de dinheiro. Seus aliados, incluindo conselheiros como Mario Mello, Ronaldo Fernandez Tomé, Maria Ângela de Sousa Ocampos e Peterson Ruan Aiello do Couto Ramos, têm buscado reverter a decisão judicialmente, mas sem sucesso.
A juíza Juliana Maria Maccari Gonçalves já havia negado um pedido de tutela de urgência feito por esses conselheiros, alegando falta de provas suficientes para validar a suspensão de Romeu Tuma Júnior da presidência do Conselho Deliberativo. Além disso, a Justiça reconheceu a validade dos atos praticados por Tuma, tornando precipitada qualquer alteração sem o devido contraditório e produção de provas.
O Corinthians, por sua vez, contratou o advogado Gustavo Bonini Guedes para reforçar sua defesa contra as tentativas de retorno de Augusto Melo. A atual gestão argumenta que a Comissão de Ética do clube não tem competência para suspender liminarmente o presidente do Conselho Deliberativo e que qualquer anulação dos atos de Tuma representaria uma violação da soberania do colegiado.
A Assembleia Geral dos sócios, marcada para 9 de agosto, será decisiva para ratificar ou não o impeachment de Augusto Melo. Até lá, a instabilidade política continua no Parque São Jorge, com disputas judiciais e tentativas de reverter decisões já tomadas pela Justiça.
Em meio à instabilidade nos bastidores, o técnico corintiano foca em treinos e evita que o ambiente político afete o desempenho do time
|
O Corinthians vive um dos momentos mais turbulentos de sua política nos últimos anos. Após o afastamento do ex-diretor de futebol e o crescimento das divergências entre os grupos políticos de Osmar Stábile e Augusto Melo, o ambiente nos bastidores tem sido de tensão. No entanto, dentro de campo, o técnico Dorival Júnior trabalha para manter o elenco focado apenas nas questões esportivas, evitando que os conflitos externos afetem o desempenho da equipe.
Dorival tem recorrido à sua experiência vivida na Confederação Brasileira de Futebol (CBF), quando comandou a Seleção Brasileira entre janeiro de 2024 e março de 2025. Na época, também enfrentou momentos de instabilidade política e aprendeu a blindar o grupo de jogadores das pressões externas. Agora, no Corinthians, o treinador adota a mesma postura de distanciamento, reforçando que seu foco é exclusivamente preparar a equipe da melhor maneira possível.
Mesmo admitindo que a crise pode gerar algum reflexo emocional no ambiente, Dorival garante que o CT Dr. Joaquim Grava segue sendo um espaço de tranquilidade e trabalho. O técnico destaca o papel importante do executivo de futebol, Fabinho Soldado, como um aliado fundamental para manter o elenco longe das discussões políticas. Segundo Dorival, a rotina de treinos e a concentração nos jogos têm sido preservadas.
Desde sua chegada ao clube, no final de abril, Dorival vem aproveitando os períodos de treinamentos para reconstruir a identidade do time e ajustar a parte tática. Com o calendário oferecendo algumas semanas livres de jogos, a comissão técnica tem conseguido implementar novas ideias, com foco na evolução técnica e física do elenco. O empate recente com o Grêmio, fora de casa, foi mais um exemplo da postura competitiva que o treinador busca manter.
Enquanto o departamento de futebol tenta seguir seu planejamento, o Corinthians se prepara para uma assembleia-geral marcada para o dia 9 de agosto, onde os sócios votarão pela continuidade ou impeachment do presidente Augusto Melo. Dorival, por sua vez, mantém a serenidade e reforça que seu olhar está voltado exclusivamente para os próximos desafios dentro de campo, com o objetivo de manter o time competitivo mesmo em meio à instabilidade política.