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O Corinthians enfrenta uma disputa judicial envolvendo a IBM e sua subsidiária, Proxxi Tecnologia Ltda., devido a uma dívida que ultrapassa os R$ 12,4 milhões.
O clube havia informado à Justiça, no Regime de Centralização de Execuções (RCE), um valor inferior ao que está sendo cobrado pelas empresas, gerando um impasse legal.
A origem da dívida é derivada de um contrato de 2018 entre o Corinthians e a IBM para prestação de serviços de informática e tecnologia. Em 2021, o então presidente do clube paulista, Duílio Monteiro Alves, assinou um documento de confissão de dívida no valor de R$ 21,5 milhões, com o objetivo de quitar o montante em parcelas.
No entanto, o pagamento não foi realizado conforme o planejado, levando a IBM e a Proxxi a recorrerem à Justiça para exigir o saldo devedor atualizado. No mês passado, o Corinthians declarou no RCE que sua dívida com a IBM era de R$ 8 milhões, enquanto a Proxxi teria R$ 1,4 milhão a receber.
Porém, os documentos apresentados pelas empresas indicam que o valor total a ser pago é de R$ 12.486.019,83, sem contar os honorários advocatícios, que normalmente são fixados em 10% do valor da causa.
Essa diferença entre os valores informados pelo clube e os cobrados judicialmente, levanta questionamentos sobre a real situação financeira do Corinthians e sua capacidade de cumprir com suas obrigações.
Diante da falta de pagamento atual, a IBM e a Proxxi pediram uma solicitação à Justiça para que o Corinthians seja intimado a indicar quais bens que possam ser passíveis de penhora.
Caso o pagamento não seja efetuado, as empresas pedem que as contas e ativos financeiros do clube sejam bloqueados para garantir a quitação da dívida. O caso está sendo analisado pela 2ª Vara Cível do Foro Regional VIII – Tatuapé e será julgado pelo juiz Antônio Manssur Filho.
O Corinthians, por sua vez, não tem comentado publicamente sobre o processo em andamento. No entanto, a situação evidencia os desafios financeiros enfrentados pelo clube, que já possui outras pendências registradas no RCE. A decisão judicial pode impactar diretamente o planejamento financeiro do Corinthians e sua capacidade de investir em novas contratações e infraestrutura.
Uma decisão envolvendo o ex-presidente do Timão gerou impacto direto no quadro de associados de torcida organizada ligada ao clube
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A Torcida Jovem Camisa 12 anunciou a exclusão de Caetano Blandini, conselheiro do Corinthians e membro do Cori, de seu quadro de associados. A medida foi tomada após Blandini votar contra a recomendação de investigação interna sobre os gastos pessoais do ex-presidente Andrés Sanchez com o cartão corporativo do clube.
Segundo comunicado da torcida, a decisão foi baseada no descumprimento de princípios éticos por parte do conselheiro. "Entendemos que, juntamente com os outros seis conselheiros, Caetano Blandini não cumpriu sua função de orientar, fiscalizar e aconselhar a diretoria do clube", informou a organizada em nota oficial.
Na votação do Cori, nove conselheiros aprovaram a abertura de apuração interna, enquanto sete votaram contra. Entre os que se posicionaram contra estão também nomes como Duilio Monteiro Alves, Mário Gobbi Filho e Alexandre Husni. O processo agora segue para a Comissão de Ética e Disciplina do Conselho Deliberativo do Corinthians.
A recomendação de investigação se refere a compras pessoais feitas por Andrés Sanchez com o cartão do clube, que somaram R$ 9 mil, segundo o próprio ex-presidente. Após a repercussão, ele reembolsou o Corinthians em R$ 15 mil. Ainda assim, novas faturas com possíveis irregularidades continuam sendo divulgadas.
Além das possíveis sanções internas no clube, o caso pode ter desdobramentos judiciais. Como conselheiro vitalício e membro nato do Cori, Andrés Sanchez poderá ser avaliado sob a Lei Pelé, que prevê punições em casos de má gestão em entidades esportivas.
Decisão definitiva da Justiça obriga o clube a devolver equipamentos e quitar valor corrigido a empresa contratada em gestões passadas
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O Corinthians foi derrotado no Superior Tribunal de Justiça (STJ) em processo movido pela empresa Coleta Industrial Fimavan, referente a serviços de coleta de lixo prestados no Parque São Jorge durante o período da pandemia. A ação foi iniciada em 2023, e a condenação obriga o clube a pagar R$ 80.481,81 corrigidos, além da devolução de equipamentos utilizados durante o contrato.
A empresa alegou que tentou realizar acordos amigáveis desde janeiro de 2021, sem sucesso. Segundo a Fimavan, os serviços foram contratados inicialmente em 2011, sob a gestão de Andrés Sanchez, com renovação em 2014, na presidência de Mário Gobbi. A cobrança se refere ao período em que o clube era presidido por Duílio Monteiro Alves.
Durante a defesa, o Corinthians afirmou que tentou rescindir o contrato alegando falta de clareza sobre os valores finais. No entanto, a empresa anexou ao processo um documento em papel timbrado no qual o próprio clube reconhecia a dívida, o que foi decisivo para a manutenção da condenação.
Na sentença, a Justiça destacou que a argumentação do clube "beirou a má-fé". O acórdão reforçou que o Corinthians não contestou formalmente os valores descritos no documento e havia reconhecido a dívida nos moldes apresentados pela empresa.
Além do valor financeiro, o Corinthians foi condenado a devolver cinco caixas brooks de 5 m³ e dois contêineres de 1,2 m³ utilizados na prestação dos serviços. O caso foi encerrado sem possibilidade de novos recursos por parte do clube. Por outro lado, o clube obteve uma vitória que evitou cobrança milionária na justiça.
Decisão favorável em processo envolvendo tributos municipais evita impacto bilionário nas contas do Timão, que já vive crise financeira
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O Corinthians venceu uma disputa judicial contra o Município de São Paulo e não terá que pagar R$ 298 milhões referentes a uma cobrança de ISS. A autuação era relacionada a receitas obtidas entre 2015 e 2018 com atividades como patrocínio, que, na visão da prefeitura, deveriam ter sido tributadas.
A ação foi julgada de forma definitiva em favor do clube, com decisões no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) e também no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Com isso, não há mais possibilidade de recurso por parte da administração municipal.
Segundo Leonardo Pantaleão, superintendente jurídico do Corinthians, o valor não fazia parte do balanço do clube. “Não era uma dívida que o Corinthians tinha. O Corinthians tinha sido autuado pela prefeitura... então tomou a iniciativa de ingressar com uma ação anulatória desses autos de infração", explicou.
Pantaleão também esclareceu que o processo não representa uma redução da dívida total estimada do clube, que hoje gira em torno de R$ 2,5 bilhões. “Não é que nós diminuímos R$ 300 milhões da dívida do Corinthians, nós deixamos de acrescentar R$ 300 milhões”, completou.
A movimentação judicial do Corinthians foi embasada na avaliação de que a incidência do imposto não era devida para as atividades apontadas. A vitória na ação evitou impacto direto no passivo financeiro da instituição, que segue sendo monitorado pela atual gestão.