
Clube
|
No dia 26 de maio, o Conselho Deliberativo do Corinthians aprovou o afastamento provisório de Augusto Melo da presidência, num placar de 176 votos a favor, 57 contra e uma abstenção—movimento que promete aquecer ainda mais o cenário político do clube até a próxima Assembleia Geral, marcada para 9 de agosto no Parque São Jorge.
O imbróglio político resultou no cancelamento de eventos tradicionais no clube, como churrascos e confraternizações de sócios, para evitar que fossem usados como instrumentos de campanha – uma medida determinada pela Comissão Eleitoral, presidida por Dalton Gioia, para garantir isenção e evitar uso eleitoral dessas atividades.
A movimentação intensificou as articulações internas: o grupo de Osmar Stabile, presidente interino, fortaleceu seu poder dentro do xadrez político — sobretudo aliados como Romeu Tuma Jr., Fran Papaiordanou e Paulo Garcia — enquanto a base aliada de Melo busca meios de reverter o impeachment.
Em meio a essa tensão, aliados de Melo chegaram a tentar reverter judicialmente seu afastamento — mas uma tentativa recente caiu por terra. O episódio desencadeou críticas da direção interina e conduziu a abertura de boletins de ocorrência por constrangimento e tumulto após a tentativa de retomada do poder no Parque São Jorge.
Agora, a expectativa gira em torno da votação entre os sócios em agosto: se for aprovado o impeachment, o Corinthians convocará eleições indiretas. Caso contrário, Melo retorna ao cargo. Até lá, a gestão interina tenta manter a normalidade no clube, enquanto o ambiente esportivo também acompanha de perto essa disputa institucional.
Jogador alega má gerenciamento de sua carreira no momento do qual ele mais precisava; ele é Filho do Terrão e já tinha contrato profissional
|
Daniel Marcos, ex-lateral-direito revelado pelo Corinthians, entrou com uma ação na Justiça do Trabalho contra o clube paulista após anunciar sua aposentadoria precoce aos 23 anos. O jogador alega que uma grave lesão no joelho direito, sofrida em dezembro de 2020 durante uma partida do sub-20 contra o Grêmio, comprometeu de forma irreversível sua carreira profissional. Desde então, passou por três cirurgias e enfrentou um longo e doloroso processo de reabilitação, sem conseguir retornar plenamente às atividades em campo.
Na ação judicial, protocolada na 4ª Vara do Trabalho de São Paulo, Daniel solicita uma indenização total de R$ 5 milhões. O valor inclui R$ 1,5 milhão referente a pensão vitalícia, além de R$ 1,8 milhão por lucros cessantes, montante que ele afirma ter deixado de receber por não poder seguir atuando como atleta. O restante corresponde a danos morais e materiais. A defesa argumenta que o Corinthians foi responsável por sua recuperação e que, mesmo após tentativas de retorno, o jogador não apresentou evolução satisfatória, sendo devolvido por clubes aos quais foi emprestado, como Cianorte, Ferroviário e Resende.
No Cianorte, o ex-Corinthians lesionou o mesmo joelho, mas a cirurgia foi realizada sob a responsabilidade do clube do Parque São Jorge. Seu advogado, Filipe Rino alega que o processo de recuperação foi difícil e quando parecia que começaria seu processo de transição, as dores e limitações faziam retroceder a reabilitação.
Daniel Marcos teve contrato profissional com o Timão até março de 2024, com salário de R$ 17 mil mensais. Após a rescisão, recebeu R$ 131 mil em verbas rescisórias. Foi contratado pelo Resende do Rio de Janeiro, mas as limitações ainda o perseguiam. Por estar sem condições físicas para continuar jogando, decidiu encerrar sua trajetória nos gramados no início de 2025. Em entrevistas, o ex-jogador revelou frustração com o desfecho da carreira e afirmou que agora pretende se dedicar ao universo dos games, transmitindo partidas ao vivo em seu canal na Twitch.
Vale lembrar que o Timão segue sendo processado por jogadores que já passaram pelo clube. Um dos últimos casos é o de Matías Rojas que cobrava o pagamento dos direitos de imagem dele. O atleta que está prestes a ter contrato rescindido com o River Plate e que está na mira do Internacional, venceu a sua ação na justiça. O Corinthians, por sua vez, informou que não comenta processos judiciais em andamento.
Jogadores denunciam salários atrasados e falta de estrutura no time de Free Fire, relatam promessas descumpridas, problemas básicos de operação e processos
|
A gestão do departamento de e-Sports do Corinthians vive um momento delicado. A empresa Goated Group, liderada por Vanessa Azevedo e responsável pela operação do time de Free Fire, acumula acusações de má gestão, incluindo salários atrasados, processos judiciais e denúncias trabalhistas por parte dos jogadores.
Atletas relataram a falta de pagamento de salários, benefícios e premiações, além de dificuldades básicas como alimentação e estrutura de trabalho. A situação já motivou ações na Justiça, com ao menos quatro processos registrados contra a gestora.
Segundo informações apuradas, algumas das ações envolvem cobranças de dívidas e descumprimento de obrigações trabalhistas. Jogadores também afirmam que promessas contratuais não foram cumpridas e que a comunicação com a gestão é precária.
A repercussão do caso gera pressão sobre o Corinthians, que cedeu seu nome e escudo à Goated para uso no cenário competitivo. A diretoria do clube ainda não se manifestou oficialmente sobre os desdobramentos.
O episódio expõe a fragilidade do modelo de terceirização na divisão de e-Sports do Timão e levanta debates sobre a responsabilidade institucional diante de denúncias envolvendo parceiros comerciais.
Cadastro é obrigatório para compra de entradas na Neo Química Arena; clube alvinegro mobiliza torcida para cumprir norma federal
|
O Corinthians comemorou a marca de 80 mil biometrias faciais cadastradas no programa Fiel Torcedor, conforme anunciado nas redes sociais do clube. Esse número representa o dobro da parcial anterior, divulgada há uma semana, quando apenas 40 mil cadastros haviam sido realizados. O cadastramento da biometria facial é indispensável para a compra de ingressos para os jogos do Timão na Neo Química Arena.
A implementação da biometria facial no estádio é uma exigência da Lei Geral do Esporte, que obriga todos os estádios com capacidade superior a 20 mil lugares a adotarem essa tecnologia. O Corinthians era o único clube da Série A do Campeonato Brasileiro que ainda não havia aderido a essa exigência. A nova tecnologia foi implementada recentemente no estádio, a tempo de as autoridades aprovarem que o Corinthians seguisse utilizando a capacidade máxima de seu estádio em Itaquera.
Para realizar o cadastro, os torcedores devem acessar o site do Fiel Torcedor e atualizar seus dados pessoais. É necessário enviar uma foto centralizada do rosto e com boa iluminação para que o sistema identifique os dados contidos na imagem. O atacante Yuri Alberto serviu de modelo para a campanha criada pelo Alvinegro.
Vale lembrar que, desde o último dia 14, é obrigatório no Brasil que todo estádio com mais de 20 mil lugares de capacidade tenha biometria facial implementada. Caso o clube não consiga cumprir o prazo, estará sujeito a ser multado e ter o estádio interditado pelo poder público.
O próximo jogo do Corinthians como mandante será contra o Red Bull Bragantino, pela 13ª rodada do Campeonato Brasileiro, no dia 13 de julho, às 19h. Os ingressos para essa partida estarão disponíveis para compra apenas para os torcedores que tiverem a biometria facial cadastrada no programa Fiel Torcedor.