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O Corinthians busca reorganizar suas finanças utilizando o Regime Centralizado de Execuções (RCE), previsto na Lei das Sociedades Anônimas do Futebol (SAF). O clube tenta aprovar judicialmente um plano para quitar aproximadamente R$ 367 milhões em dívidas ao longo de uma década, evitando bloqueios judiciais e garantindo maior previsibilidade financeira. O julgamento que decidirá o futuro desse modelo está marcado para o dia 9 de abril no Tribunal de Justiça de São Paulo.
O RCE funciona como uma fila ordenada de credores, onde uma parcela das receitas mensais do clube é destinada ao pagamento das dívidas, respeitando a ordem de prioridade. Com isso, o Corinthians busca evitar o acúmulo de bloqueios judiciais que prejudicam o fluxo de caixa e inviabilizam operações importantes do clube.
Para justificar sua posição, o Corinthians se baseia na Lei da SAF e em exemplos de outros clubes brasileiros que implementaram o RCE com sucesso. O Santos, por exemplo, utilizou esse mecanismo para resolver dívidas trabalhistas e cíveis, garantindo maior estabilidade financeira ao destinar parte das receitas mensais aos credores.
No entanto, a aprovação do RCE não é garantida. O plano enfrenta questionamentos de antigos patrocinadores e outros credores que tentam barrar a proposta na Justiça, alegando possíveis prejuízos em comparação com outros modelos de pagamento. O Corinthians, por sua vez, argumenta que o regime é a melhor solução para equilibrar as finanças e assegurar a continuidade das operações sem interrupções.
A decisão judicial será crucial para o futuro financeiro do clube. Caso o RCE seja aprovado, o Corinthians terá mais fôlego para organizar suas contas e evitar novos bloqueios judiciais. Se for negado, o clube precisará buscar alternativas para resolver suas pendências financeiras sem comprometer o desempenho dentro e fora de campo.
Buscando melhores condições comerciais e estratégicas para o futuro, o Corinthians entra em negociações avançadas com a marca concorrente
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O Corinthians está em negociações avançadas com a Adidas para uma possível parceria, o que pode resultar em uma disputa judicial com a Nike, atual fornecedora de material esportivo do clube. A relação entre o Timão e a Nike atravessa um momento delicado, com o contrato vigente até 2026 e cláusulas que podem ser acionadas em caso de rescisão antecipada.
Fontes indicam que o Corinthians busca uma nova fornecedora que ofereça melhores condições comerciais e maior alinhamento com a estratégia de marketing do clube. A Adidas, por sua vez, estaria interessada em expandir sua presença no futebol brasileiro e vê no Corinthians uma oportunidade estratégica.
Caso a parceria com a Adidas seja concretizada, o clube precisará avaliar as implicações legais de uma possível rescisão contratual com a Nike, o que pode incluir compensações financeiras e outras penalidades previstas no acordo atual.
A negociação entre Corinthians e Adidas está sendo conduzida com cautela, visando minimizar riscos jurídicos e financeiros. O desfecho dessa negociação pode ter impactos significativos na imagem e nas finanças do clube, além de influenciar o mercado de fornecimento de material esportivo no Brasil.
O Corinthians, portanto, se vê diante de uma decisão estratégica importante, que envolve não apenas aspectos comerciais, mas também jurídicos e de imagem institucional. A escolha da nova fornecedora de material esportivo será um passo crucial para o clube nos próximos anos.
Com dívidas superiores a R$ 2,5 bilhões, Timão segue sendo o mais endividado no Brasil e enfrenta desafios financeiros em sua gestão
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O Corinthians ocupa a posição de clube mais endividado do Brasil, com uma dívida total de R$ 2,568 bilhões em 2024. Esse montante representa um aumento de 30% em relação ao ano anterior, quando o endividamento era de R$ 1,9 bilhão.
A dívida do clube é composta por diferentes categorias, incluindo:
Dívidas tributárias: R$ 817 milhões
Financiamento da Neo Química Arena: R$ 677 milhões
Dívidas cíveis e tributárias: R$ 926 milhões (sendo que apenas R$ 367 milhões estão listados no Relatório Contábil e Econômico).
Apesar de uma receita recorde de R$ 1,115 bilhão em 2024, o clube registrou um déficit de R$ 181,7 milhões no ano, revertendo a tendência de superávit observada nos três anos anteriores.
A gestão atual, liderada por Augusto Melo, contesta parte das dívidas apresentadas no balanço de 2024, alegando que R$ 191 milhões foram herdados da administração anterior. Além disso, a diretoria busca uma nova votação das contas, que foram reprovadas pelo Conselho Deliberativo.
Em resposta ao endividamento, a torcida organizada Gaviões da Fiel lançou a campanha "Doe Arena Corinthians", que arrecadou R$ 39 milhões para quitar parte da dívida com a Caixa Econômica Federal, referente ao financiamento da Neo Química Arena.
Presidente do Conselho Deliberativo do Timão condiciona votação de impeachment de Augusto Melo ao encerramento da investigação do caso VaideBet
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Durante coletiva no Parque São Jorge nesta quarta-feira (7), Romeu Tuma Jr., presidente do Conselho Deliberativo do Corinthians, declarou que aguardará o encerramento do inquérito sobre o caso VaideBet para retomar a votação do impeachment de Augusto Melo. A expectativa, segundo ele, é que o processo avance até o fim de maio ou início de junho.
Tuma reforçou que o rito do impeachment é previsto no estatuto do clube e não tem relação direta com a investigação criminal conduzida pela Polícia Civil. “O estatuto não convive com a polícia ou a justiça. Conselheiro não investiga crime, julgamos infrações estatutárias”, afirmou.
Apesar de ressaltar que o Corinthians tem um tempo diferente do da Justiça, o dirigente também disse que, caso o inquérito demore demais, pode agendar a votação mesmo assim. Segundo ele, o Conselho precisa agir com base no estatuto e não esperar indefinidamente pela apuração policial.
A investigação do caso VaideBet deve ser concluída ainda nos próximos dias. Já foram ouvidos Augusto Melo, o diretor Marcelo Mariano e o ex-assessor Sérgio Moura, pelos representantes da Polícia Civil e do Ministério Público.
O presidente Augusto Melo enfrenta atualmente quatro pedidos de impeachment. O primeiro diz respeito ao caso VaideBet. Os demais envolvem falta de transparência financeira, reprovação das contas do primeiro ano de gestão e um pedido da Comissão de Justiça do clube.