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O Corinthians não efetuou o pagamento de R$ 326 mil à empresa responsável pela segurança do atacante Memphis Depay, conforme divulgado pelo site Terra. O valor refere-se ao serviço privado contratado para garantir a proteção do jogador durante sua estadia no Brasil.
Segundo fontes ligadas ao clube, o atraso decorre de um fluxo de caixa apertado, agravado por blocos judiciais e despesas recorrentes que exigem medidas emergenciais da gestão. O clube, inclusive, vem enfrentando dificuldades para quitar salários e pagar fornecedores.
A empresa contratada estaria preparada para interromper as atividades caso o valor não fosse pago em breve, o que poderia comprometer a segurança pessoal do atleta. A falta de recursos cria um efeito dominó que pode afetar a imagem do Corinthians em futuras contratações de jogadores estrangeiros.
Em nota encaminhada à imprensa, a diretoria confirmou o atraso, mas garantiu que a pendência será resolvida nos próximos dias, priorizando a quitação da dívida e evitando riscos à integridade do jogador. Reforçou ainda que busca normalizar o fluxo de pagamentos com fornecedores e prestadores de serviço.
O episódio reforça os desafios financeiros enfrentados pelo Corinthians em diversos setores — desde salários e premiações até serviços essenciais — e ressalta a necessidade de ajustes orçamentários, sobretudo em paralelo à gestão de contratações de alto valor como a de Depay.
Confraternizações foram suspensas para garantir neutralidade institucional, com clima tenso entre aliados do ex-presidente e gestão liderada por Stabile
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No dia 26 de maio, o Conselho Deliberativo do Corinthians aprovou o afastamento provisório de Augusto Melo da presidência, num placar de 176 votos a favor, 57 contra e uma abstenção—movimento que promete aquecer ainda mais o cenário político do clube até a próxima Assembleia Geral, marcada para 9 de agosto no Parque São Jorge.
O imbróglio político resultou no cancelamento de eventos tradicionais no clube, como churrascos e confraternizações de sócios, para evitar que fossem usados como instrumentos de campanha – uma medida determinada pela Comissão Eleitoral, presidida por Dalton Gioia, para garantir isenção e evitar uso eleitoral dessas atividades.
A movimentação intensificou as articulações internas: o grupo de Osmar Stabile, presidente interino, fortaleceu seu poder dentro do xadrez político — sobretudo aliados como Romeu Tuma Jr., Fran Papaiordanou e Paulo Garcia — enquanto a base aliada de Melo busca meios de reverter o impeachment.
Em meio a essa tensão, aliados de Melo chegaram a tentar reverter judicialmente seu afastamento — mas uma tentativa recente caiu por terra. O episódio desencadeou críticas da direção interina e conduziu a abertura de boletins de ocorrência por constrangimento e tumulto após a tentativa de retomada do poder no Parque São Jorge.
Agora, a expectativa gira em torno da votação entre os sócios em agosto: se for aprovado o impeachment, o Corinthians convocará eleições indiretas. Caso contrário, Melo retorna ao cargo. Até lá, a gestão interina tenta manter a normalidade no clube, enquanto o ambiente esportivo também acompanha de perto essa disputa institucional.
Jogador alega má gerenciamento de sua carreira no momento do qual ele mais precisava; ele é Filho do Terrão e já tinha contrato profissional
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Daniel Marcos, ex-lateral-direito revelado pelo Corinthians, entrou com uma ação na Justiça do Trabalho contra o clube paulista após anunciar sua aposentadoria precoce aos 23 anos. O jogador alega que uma grave lesão no joelho direito, sofrida em dezembro de 2020 durante uma partida do sub-20 contra o Grêmio, comprometeu de forma irreversível sua carreira profissional. Desde então, passou por três cirurgias e enfrentou um longo e doloroso processo de reabilitação, sem conseguir retornar plenamente às atividades em campo.
Na ação judicial, protocolada na 4ª Vara do Trabalho de São Paulo, Daniel solicita uma indenização total de R$ 5 milhões. O valor inclui R$ 1,5 milhão referente a pensão vitalícia, além de R$ 1,8 milhão por lucros cessantes, montante que ele afirma ter deixado de receber por não poder seguir atuando como atleta. O restante corresponde a danos morais e materiais. A defesa argumenta que o Corinthians foi responsável por sua recuperação e que, mesmo após tentativas de retorno, o jogador não apresentou evolução satisfatória, sendo devolvido por clubes aos quais foi emprestado, como Cianorte, Ferroviário e Resende.
No Cianorte, o ex-Corinthians lesionou o mesmo joelho, mas a cirurgia foi realizada sob a responsabilidade do clube do Parque São Jorge. Seu advogado, Filipe Rino alega que o processo de recuperação foi difícil e quando parecia que começaria seu processo de transição, as dores e limitações faziam retroceder a reabilitação.
Daniel Marcos teve contrato profissional com o Timão até março de 2024, com salário de R$ 17 mil mensais. Após a rescisão, recebeu R$ 131 mil em verbas rescisórias. Foi contratado pelo Resende do Rio de Janeiro, mas as limitações ainda o perseguiam. Por estar sem condições físicas para continuar jogando, decidiu encerrar sua trajetória nos gramados no início de 2025. Em entrevistas, o ex-jogador revelou frustração com o desfecho da carreira e afirmou que agora pretende se dedicar ao universo dos games, transmitindo partidas ao vivo em seu canal na Twitch.
Vale lembrar que o Timão segue sendo processado por jogadores que já passaram pelo clube. Um dos últimos casos é o de Matías Rojas que cobrava o pagamento dos direitos de imagem dele. O atleta que está prestes a ter contrato rescindido com o River Plate e que está na mira do Internacional, venceu a sua ação na justiça. O Corinthians, por sua vez, informou que não comenta processos judiciais em andamento.
Jogadores denunciam salários atrasados e falta de estrutura no time de Free Fire, relatam promessas descumpridas, problemas básicos de operação e processos
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A gestão do departamento de e-Sports do Corinthians vive um momento delicado. A empresa Goated Group, liderada por Vanessa Azevedo e responsável pela operação do time de Free Fire, acumula acusações de má gestão, incluindo salários atrasados, processos judiciais e denúncias trabalhistas por parte dos jogadores.
Atletas relataram a falta de pagamento de salários, benefícios e premiações, além de dificuldades básicas como alimentação e estrutura de trabalho. A situação já motivou ações na Justiça, com ao menos quatro processos registrados contra a gestora.
Segundo informações apuradas, algumas das ações envolvem cobranças de dívidas e descumprimento de obrigações trabalhistas. Jogadores também afirmam que promessas contratuais não foram cumpridas e que a comunicação com a gestão é precária.
A repercussão do caso gera pressão sobre o Corinthians, que cedeu seu nome e escudo à Goated para uso no cenário competitivo. A diretoria do clube ainda não se manifestou oficialmente sobre os desdobramentos.
O episódio expõe a fragilidade do modelo de terceirização na divisão de e-Sports do Timão e levanta debates sobre a responsabilidade institucional diante de denúncias envolvendo parceiros comerciais.