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O Corinthians aparece como o clube mais endividado do futebol brasileiro em 2024, com passivo próximo a R$ 2 bilhões, segundo levantamento da Sports Value. O montante reflete um cenário de gastos elevados, dívidas acumuladas e obrigações financeiras ligadas à Neo Química Arena. A situação levou o clube a integrar recentemente um grupo da CBF para discutir regras de fair play financeiro.
A receita do clube paulista no último ano foi de R$ 1,14 bilhão, mas ainda assim o valor não foi suficiente para equilibrar as finanças. O Corinthians investiu R$ 107 milhões no futebol, porém acumulou R$ 192 milhões em contas a pagar no ano e ainda reconheceu mais R$ 191 milhões em dívidas antigas, ampliando seu desequilíbrio orçamentário.
A construção da Neo Química Arena continua sendo um dos principais fatores que impactam o endividamento do Corinthians. Em 2024, o clube destinou mais de R$ 300 milhões apenas para pagamento de juros. Além disso, a gestão atual, iniciada por Augusto Melo, é responsável por cerca de R$ 400 milhões do aumento recente da dívida, segundo o relatório.
O futebol brasileiro como um todo registra crescimento nas dívidas, que já ultrapassam R$ 12 bilhões entre os 20 principais clubes. Outros grandes como Atlético-MG, Cruzeiro e São Paulo aparecem entre os mais endividados, enquanto Athletico-PR e Cuiabá se destacam por não apresentarem dívidas nos balanços. A disparidade reforça a discussão sobre modelos de gestão no esporte nacional.
A entrada do Corinthians no grupo da CBF voltado ao fair play financeiro indica um movimento da diretoria para buscar equilíbrio futuro. Entre as pautas discutidas estão controle de gastos com contratações e folha salarial, além de adoção de mecanismos que favoreçam a sustentabilidade a longo prazo, visando evitar penalidades esportivas e administrativas.
Investigação está em andamento, mas prevê crime tributário de gestões passadas no clube alvinegro. Se comprovado, haverá indiciamentos
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A recente investigação da Polícia Federal sobre possíveis crimes fiscais no Corinthians trouxe à tona dúvidas sobre quem pode ser responsabilizado legalmente. O inquérito, instaurado em abril de 2025 a pedido do Ministério Público Federal, apura supostas irregularidades tributárias ocorridas entre as gestões de Duílio Monteiro Alves e também na de Augusto Melo.
A legislação brasileira prevê que pessoas jurídicas, como clubes esportivos, podem ser responsabilizadas criminalmente apenas em casos ambientais ou contra a ordem econômica, desde que haja regulamentação específica. No entanto, para crimes tributários, como sonegação de impostos, a responsabilização recai sobre indivíduos diretamente ligados à administração da entidade.
Nesse contexto, os principais alvos da investigação são os gestores que ocupavam cargos de comando no período em que os fatos ocorreram. Isso inclui o presidente do clube, o diretor financeiro e outros dirigentes com poder de decisão sobre questões fiscais. Contudo, a simples ocupação de um cargo não implica culpa automática, é necessário comprovar envolvimento direto nas ações investigadas.
Entre os delitos apurados estão omissão de informações à Receita Federal, declarações falsas, uso de documentos fiscais inverídicos e manipulação de dados contábeis. As penas previstas variam de seis meses a cinco anos de reclusão, além de multas significativas.
O Corinthians, por meio de sua gestão interina, afirmou estar colaborando com as autoridades da investigação e tomando as medidas jurídicas cabíveis. O clube do Parque São Jorge já enfrentou situação semelhante em 2004, quando dirigentes foram investigados, mas posteriormente absolvidos após o pagamento de débitos fiscais. Na época, André Sanchez era o presidente do Timão.
A investigação ainda está em fase inicial e corre sob sigilo. O Ministério Público solicitou que o inquérito seja concluído em até quatro meses, prazo que pode ser estendido conforme a complexidade do caso.
Esse episódio se soma a outros desafios enfrentados pelo clube, como pendências financeiras com atletas e instabilidade política interna. A apuração poderá ter impactos significativos na imagem institucional do Corinthians e nas futuras gestões administrativas. Em resumo, caso se comprove a prática de crime fiscal, os dirigentes diretamente envolvidos poderão ser punidos com reclusão e sanções financeiras, reforçando a importância da transparência e da responsabilidade na condução de entidades esportivas.
Marca já esteve ligada a outras notícias relacionadas ao clube do Parque São Jorge e também já patrocinou times de futebol no Brasil
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A empresa Fatal Model, conhecida por atuar no segmento de acompanhantes de luxo, voltou a demonstrar interesse em associar sua marca ao Corinthians, desta vez, com foco no futebol feminino. Após tentativas anteriores envolvendo o elenco masculino, a companhia sinalizou a intenção de investir no time sub-20 ou principal da categoria feminina, como parte de uma estratégia de marketing voltada à inclusão e ao fortalecimento da imagem institucional.
Segundo informações recentes, representantes da empresa enviaram uma proposta formal ao departamento comercial do clube, oferecendo aporte financeiro mensal em troca de espaço publicitário no uniforme e presença em ações promocionais. A iniciativa, segundo a própria Fatal Model, visa apoiar o desenvolvimento do esporte feminino e ampliar sua atuação no cenário esportivo nacional.
Apesar da proposta milionária, a diretoria alvinegra ainda não se manifestou oficialmente sobre a possibilidade de parceria. Internamente, o tema gera debates, especialmente por envolver uma marca de atuação controversa. A preocupação principal gira em torno da repercussão entre torcedores, patrocinadores tradicionais e a imagem do clube, que tem investido fortemente na valorização do futebol feminino.
Vale lembrar que a Fatal Model já patrocinou clubes como Vitória, Ponte Preta e Paysandu, sempre com foco em visibilidade e engajamento digital. Em 2024, a empresa chegou a doar R$ 200 mil para a campanha de quitação da Neo Química Arena, organizada pela torcida Gaviões da Fiel, o que aumentou sua exposição entre os corintianos. Além disso, ela tentou pagar parte do salário de Paul Pogba caso ele viesse para o alvinegro e ofereceu ajuda para quitar dívida do Corinthians com Memphis Depay.
A proposta atual inclui contrapartidas como ações sociais, apoio a projetos de base e incentivo à equidade de gênero no esporte. A diretora de comunicação da empresa, Nina Sag, afirmou que “o objetivo é contribuir com o crescimento do futebol feminino e mostrar que empresas de todos os setores podem apoiar o esporte com responsabilidade e ética”.
Enquanto o Corinthians avalia os desdobramentos, o episódio reacende o debate sobre os limites e possibilidades do marketing esportivo no Brasil, especialmente quando envolve marcas fora do circuito tradicional de patrocínios.
Tecnologia em fase de testes visa agilizar a entrada de torcedores, aumentar a segurança e combater fraudes no estádio do Timão
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O Corinthians promoveu neste sábado (28) um evento-teste para avaliar o novo sistema de reconhecimento facial na Neo Química Arena, uma exigência da Lei Geral de Segurança em Arquivos (LGPD) para ambientes com grande fluxo de pessoas.
A ação envolveu torcedores voluntários que passaram pelo portão de acesso equipado com câmeras e sensores para validar cadastros com biometria facial. O intuito é substituir gradualmente os métodos tradicionais de entrada — como bilhetes físicos ou digitais — por um sistema mais seguro e ágil.
O clube alvinegro utilizou o teste para ajustar detalhes operacionais, como posicionamento dos equipamentos, tempo de leitura facial e diretrizes para liberação automática dos acessos. A expectativa é que a tecnologia esteja plenamente funcional em partidas com público, após refinamento de processos.
A iniciativa faz parte dos planos do Corinthians em modernizar a experiência dos torcedores, aumentando segurança, fluidez e combate a fraudes com bilhetes. A Neo Química Arena ainda é referência em infraestrutura no país, e a aposta na tecnologia reforça essa vocação.
Após a conclusão dos testes, o sistema deve passar por homologações e aprovações pelos órgãos de segurança pública. Se confirmada, a funcionalidade será incorporada gradualmente nos próximos jogos, avançando em direção à digitalização total dos acessos ao estádio.