Corinthians sofre quase metade dos gols pelo alto no Paulistão

Livre no mercado desde a sua saída do Flamengo em setembro de 2024, o técnico Tite voltou a ser especulado no futebol europeu. O nome do ex-comandante do Corinthians, da Seleção Brasileira e do próprio Rubro-Negro do Rio de Janeiro passou a circular nos bastidores do Porto, tradicional clube português que busca reformular seu elenco e retomar o protagonismo nas competições continentais.

A possível contratação de Tite ganhou força após o clube cogitar a saída do atual treinador, Martín Anselmi. Embora a demissão ainda não tenha sido oficializada, o presidente André Villas-Boas já avalia alternativas para o comando técnico. A prioridade segue sendo o português Sérgio Conceição, ídolo do clube e ex-Milan, mas a concorrência de clubes da Turquia, Rússia e Arábia Saudita tem dificultado as negociações.

Nesse cenário, Tite surge como uma opção viável e estratégica. Sua experiência, disciplina tática e histórico vitorioso agradam à diretoria portista, especialmente ao diretor esportivo Andoni Zubizarreta, que vê no brasileiro um nome capaz de liderar a reconstrução do elenco. Fontes próximas ao treinador confirmam que houve sondagens e que o estafe de Tite demonstrou interesse na proposta.

Apesar de ter recebido propostas de clubes brasileiros como Atlético-MG, Botafogo, Santos e até do próprio Corinthians, Tite tem como prioridade assumir um time europeu. O técnico gaúcho já expressou publicamente o desejo de vivenciar o futebol do Velho Continente, após uma carreira consolidada no Brasil e uma passagem marcante pela Seleção Brasileira entre 2016 e 2022.

Caso o acerto com o Porto avance, será necessário reestruturar o departamento de futebol para acomodar a comissão técnica do ex-Corinthians, que se dispersou após sua saída do Flamengo. Um exemplo, é o seu filho Matheus Bachi que se juntou a Cléber Xavier e Fabio Mahseredijan e estão trabalhando no Santos. A possível chegada do treinador ao clube português representa não apenas um novo desafio profissional, mas também a realização de um antigo objetivo pessoal: comandar uma equipe na Europa.

Ángel Romero encerrou o primeiro semestre de 2025 em um momento delicado no Corinthians. O atacante paraguaio, que iniciou a temporada como titular sob o comando de Ramón Díaz, viu sua participação oscilar entre o time principal e o banco de reservas, sem conseguir manter regularidade nas atuações. Apesar de sua conhecida entrega em campo, Romero terminou o semestre em um incômodo jejum de gols, que já dura 11 partidas.

Nos primeiros jogos do ano, Romero foi peça importante devido à ausência de Rodrigo Garro, lesionado e que só voltou em maio. Com isso, o técnico optou por escalar três atacantes, e o paraguaio teve espaço para atuar ao lado da dupla Yuri Alberto e Memphis Depay. Chegou a marcar gols importantes, como nas quartas de final do Paulistão, mas sua produção ofensiva caiu drasticamente nos meses seguintes.

Mesmo com a troca de comando técnico, com a saída de Ramón Díaz e a chegada de Dorival Júnior, Romero continuou sendo utilizado com frequência. Disputou 10 das 11 partidas sob o novo treinador, alternando entre titularidade e entradas no segundo tempo. No entanto, sua contribuição em campo não correspondeu à minutagem recebida, o que gerou críticas da torcida e da imprensa especializada.

O último gol de Romero foi marcado em 24 de abril, contra o Racing-URU, pela Copa Sul-Americana. Desde então, o atacante não voltou a balançar as redes, mesmo sendo o jogador com mais partidas disputadas pelo clube na temporada: 37 no total. Em termos de tempo em campo, ele ocupa apenas a sétima posição no elenco, o que evidencia sua utilização intermitente.

Apesar do momento instável, Romero segue como um dos capitães do elenco e esteve presente para a reapresentação no CT Dr. Joaquim Grava, junto aos demais atletas, após a pausa para o Mundial de Clubes. O segundo semestre será decisivo para o futuro do jogador no clube, que busca retomar o protagonismo nas competições nacionais e continentais.

A relação entre Neto, ídolo histórico do Corinthians, e Memphis Depay, atual camisa 10 do clube, ganhou novos contornos após declarações polêmicas do ex-jogador. Durante o programa “Os Donos da Bola Rádio”, Neto surpreendeu a todos ao elogiar o talento do atacante holandês, chamando-o de “craque de bola” e destacando sua importância no elenco atual. No entanto, o comentarista não deixou de provocar, lançando um desafio direto sobre desempenho e gols marcados.

Neto afirmou que, para Memphis alcançar 10% do que ele fez com a camisa alvinegra, “teria que morrer e ressuscitar”, referindo-se especialmente aos gols de falta, uma de suas marcas registradas. A fala veio em meio a uma série de críticas que o ex-Corinthians tem feito ao desempenho do holandês, especialmente após a divulgação de uma música em que Depay o menciona de forma irônica.

Apesar das farpas, Neto reconheceu que a saída de Memphis, somada à possível perda de Yuri Alberto e Rodrigo Garro, colocaria o Corinthians em risco de rebaixamento. O ex-camisa 10 também aproveitou para criticar a atual gestão do clube, classificando a situação financeira como “nojenta” e lamentando as dívidas que ultrapassam os R$ 2,5 bilhões.

Memphis, por sua vez, tem tentado se manter discreto após algumas provocações, mas a sua música “São Paulo Freestyle” já conseguiu causar um alvoroço entre torcedores e comentaristas. A Fiel por sua vez, está dividida entre apoiar o ex-Corinthians ou o atual atacante do alvinegro. Desde sua chegada ao clube, o holandês soma 42 partidas, com 13 gols e 14 assistências, números que demonstram sua relevância no elenco.

O embate entre os dois camisas 10 reflete não apenas uma disputa de egos, mas também o momento delicado vivido pelo Corinthians, tanto dentro quanto fora de campo. Enquanto Neto defende sua trajetória com paixão, Memphis tenta consolidar seu espaço em meio a cobranças e instabilidade institucional instauradas. A torcida, dividida entre nostalgia e expectativa, acompanha de perto esse duelo simbólico que mistura futebol, personalidade e identidade corintiana.