A vitória por 1 a 0 sobre o Ceará trouxe alívio momentâneo para o Corinthians, mas não apagou os desafios enfrentados pelo técnico Dorival Júnior. Em entrevista após o jogo da última quarta, o comandante revelou ter um acordo com a diretoria para a chegada de quatro reforços, especialmente para os lados do campo, setor carente após as ausências de Memphis Depay, Romero e Yuri Alberto.
Dorival destacou que, desde sua chegada em abril, alinhou com Fabinho Soldado, executivo de futebol, a necessidade de fortalecer o elenco. No entanto, a instabilidade política do clube tem dificultado as negociações até o momento. A saída do presidente Augusto Melo e a gestão interina de Osmar Stábile, que permanece no cargo até a votação do impeachment em agosto, paralisaram tratativas importantes.
Segundo o treinador, nomes foram perdidos durante o período de transição, e a falta de planejamento estratégico tem sido um obstáculo. A diretoria, pressionada por torcedores e enfrentando limitações financeiras, ainda não conseguiu concretizar nenhuma contratação na atual janela, que se estende até setembro.
Dorival tem recorrido às categorias de base para suprir lacunas. Gui Negão, de apenas 18 anos, foi titular contra o Ceará, enquanto outros jovens como Dieguinho, Kayke e Kauê Furquim foram relacionados. Apesar de valorizar o empenho dos garotos, o técnico reforça que não deseja expô-los em situações delicadas, pedindo paciência à torcida.
A crise política também afeta a imagem do clube no mercado da bola. Com fama de mau pagador, o Corinthians enfrenta resistência de outros times, que exigem pagamentos à vista. Negociações como a de Biel, do Sporting, foram encerradas por desacordo financeiro. Dorival mantém o foco no grupo atual, mas alerta que, sem reforços, será difícil competir em alto nível nas próximas rodadas do Brasileirão e na Copa do Brasil. O clássico contra o São Paulo, neste sábado, será mais um teste para um elenco que ainda busca estabilidade em meio ao caos institucional.
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