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Corinthians e CBF se reaproximam em meio a mudanças na presidência e Timão se torna casa do Brasil
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Ex-CEO Internacional da XP Investimentos e atual diretor financeiro do Corinthians, Pedro Silveira esteve presente na Rádio Bandeirantes na tarde da última segunda-feira (21), para uma entrevista exclusiva, e dentre os assuntos discutidos no programa, o dirigente explicou a atual situação econômica do clube de Parque São Jorge.
Diretor financeiro do Corinthians fala sobre dívida bilionária do Timão e fala: "Dívida resolvível"
Com dívida superando a casa dos R$ 2 bilhões, Pedro Silveira revela que não se assusta com o tamanho do valor e atualmente, o alvinegro paulista divulgou seu balanço financeiro do ano passado com um déficit contábil de R$ 182 milhões. Confira o que o dirigente falou sobre o assunto.
"Não estou apavorado, é uma dívida resolvível. Essa dívida não me assusta. [...] O que o Corinthians tem de muito grave é um problema de fluxo de caixa no curto prazo. São dívidas muito altas, vencendo o tempo inteiro. Temos organizado essas dívidas de uma maneira a procurar prazos."
Soluções para o Corinthians
"Existe uma medida que é muito normal, ainda mais em época de juros altos, que se chama desalavancagem. É, eventualmente, vender um pedaço do seu patrimônio, por um tempo, ninguém está falando de vender para sempre, para reduzir a dívida e não pagar juros tão altos."
"Hoje o Corinthians paga para usar o estádio. Pago um juros de quase R$ 100 milhões. O lucro do estádio não é de R$ 100 milhões por ano. Ou seja, estou pagando para usar o estádio. Conseguiria através de um fundo imobiliário, levantar um valor alto, quitar essa dívida com a Caixa e reduzir drasticamente essa quantidade de juros que pagaria por ano. É uma solução de curto prazo excelente para o Corinthians."
"Se for fazer só austeridade, só o básico, no mínimo em quatro ou cinco anos. Se fizer um fundo imobiliário, que vem inclusive da gestão passada, levaria muito menos tempo. Em dois ou três anos conseguiríamos equalizar as contas."
A equipe paulista é uma das rés em ação que contesta o afastamento de Romeu Tuma Jr. e a ocupação da sede social por aliados do presidente suspenso
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O Corinthians será representado pelo advogado Gustavo Bonini Guedes na ação movida por aliados de Augusto Melo contra a atual gestão do clube. A disputa judicial tramita na Vara Cível do Foro Regional do Tatuapé, em São Paulo, e envolve o afastamento de Romeu Tuma Júnior da presidência do Conselho Deliberativo e a ocupação da sede social do clube.
Gustavo Guedes já atuou em casos envolvendo figuras políticas nacionais como Michel Temer e Sergio Moro. Ele afirmou que a ação tenta “instrumentalizar o Judiciário para reverter uma decisão democrática”, referindo-se à votação que afastou Augusto Melo no Conselho Deliberativo em 26 de maio.
A ação é movida por Maria Angela, Mario Mello Junior, Ronaldo Fernandez Tomé e Peterson Ruan Aiello do Couto Ramos, sendo dois deles integrantes da Comissão de Ética. Os réus são Romeu Tuma Jr., Osmar Stabile (presidente interino) e o próprio Corinthians.
O grupo de Augusto alega que Tuma foi afastado como associado e, consequentemente, perdeu o cargo no CD. Segundo a defesa do clube, "não há previsão estatutária que permita esse tipo de medida" por parte da Comissão de Ética e que a tentativa "viola a soberania do colegiado".
A decisão final sobre a permanência ou destituição de Augusto Melo da presidência do Corinthians será definida em assembleia geral dos associados marcada para o dia 9 de agosto, no Parque São Jorge.
Em meio ao cenário político conturbado da equipe paulista, Dinei voltou a criticar a condução da base alvinegra e revelou bastidores da sua saída
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O ex-atacante Dinei, ídolo do Corinthians, voltou a comentar os bastidores do clube. Durante entrevista ao programa Domingol com Benja, da CNN Brasil, o ex-jogador falou sobre o atual momento político da instituição e os motivos que o levaram a pedir demissão do cargo de observador técnico da base.
Dinei demonstrou desconforto com os acontecimentos recentes no Parque São Jorge, incluindo a tentativa de retorno de Augusto Melo à presidência. “É triste a situação do Corinthians, viu? Pra gente que ama o clube é triste”, afirmou o ex-jogador, ao comentar a presença de Augusto no clube com um documento que buscava reassumir o cargo.
O ex-observador técnico relatou que não concordava com o modelo de contratações adotado nas categorias de base. “Por que eu saí do Corinthians é porque eu não concordava com algumas coisas que aconteceram na base. Eram as 87 contratações”, declarou. Segundo ele, as críticas chegaram a ser levadas à Gaviões e à direção.
Durante a entrevista, Dinei explicou que se reuniu com membros da diretoria para tentar resolver a situação. “Falei com o Padinho, falei com o Alê, fomos conversar com o Augusto. Só que eles acharam que não tinha problema nenhum, então eu saí”, completou. O ex-jogador disse que não se sentiu ouvido pelas lideranças.
As falas de Dinei reforçam as denúncias divulgadas por ele semanas atrás, nas quais alegou a existência de propina em negociações na base. Na ocasião, o Corinthians emitiu nota oficial afirmando que “ficou comprovado que não há fundamento nas denúncias” e que a formação de atletas é tratada com “máxima seriedade”. O clube segue disputando competições nas categorias Sub-17 e Sub-20.
Destituição de Augusto ocorreu em meio a investigações sobre possíveis irregularidades no contrato de patrocínio do clube com a casa de apostas Vai de Bet
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O Corinthians vive uma de suas piores crises políticas da história. No último sábado, o Parque São Jorge, sede social do clube, foi palco de um entrevero envolvendo Augusto Melo, presidente afastado, que apresentou um documento destituindo Romeu Tuma Jr., presidente do Conselho, e tentando se recolocar no poder. Passada uma semana, o clima ainda é de ebulição, com Osmar Stábile, mandatário interino, promovendo mudanças na diretoria.
Augusto Melo contesta a validade da votação que aprovou seu impeachment no Conselho Deliberativo. Segundo ele, a decisão não deveria ser considerada legítima, uma vez que a Comissão de Ética havia afastado Romeu Tuma Jr. ainda no início de abril; entretanto, não houve notificação formal ao mesmo.
A destituição de Augusto ocorreu em meio a investigações sobre possíveis irregularidades no contrato de patrocínio do clube com a casa de apostas Vai de Bet, caso no qual ele foi indiciado pela Polícia Civil pelos crimes de associação criminosa, furto qualificado e lavagem de dinheiro.
Armando Mendonça, vice-presidente do Corinthians, que acompanha de perto essa transição, concedeu entrevista exclusiva ao Lance!. Durante a conversa, o dirigente chegou a afirmar que Augusto Melo criou uma "baderna" no clube.
"Na verdade, a baderna se iniciou logo no início da gestão e teve o seu auge em dois momentos: o primeiro, quando Augusto Melo não renunciou ou pediu seu afastamento preservando a instituição, mesmo indiciado por furtar o Corinthians, em associação com seus comparsas; o segundo, pela tentativa de golpe orquestrada por ele (Augusto Melo) no dia 31.05.2025, dois dias que reputo como os mais tristes da história do Corinthians", disse.
"Augusto Melo desrespeitou nossa história, os sócios e milhares de torcedores. Pior, continua a desrespeitar quando vai à imprensa dizer inverdades enquanto mais escândalos são revelados pela autoridade policial", complementou.