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Corinthians corre risco de perder Depay e patrocinadores com possível retorno de ex-dirigente
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Edgard Soares foi apresentado como diretor de marketing do Corinthians, no dia 04 de abril deste ano, aceitando um convite feito pelo presidente Augusto Melo, mesmo em meio ao momento político em que o clube do Parque São Jorge vive. 39 dias depois de acertar com o Timão, o dirigente pediu demissão.
Ex-Corinthians explica saída relâmpago do Timão após pouco mais de um mês no clube
Em entrevista ao site 'Trivela', Edgard Soares explicou os motivos para a saída relâmpago do Corinthians, ficando pouco mais de um mês no clube. O desligamento do ex-profissional do Timão, foi formalizado por meio de um e-mail enviado ao presidente Augusto Melo, no qual Edgard solicitou sua saída.
"Tá num e-mail que eu mandei pro presidente e falei longamente com o Augusto. Inclusive, no e-mail eu falo que, conforme todas as explicações, estava saindo e indicando para deixar no meu lugar o Sales. O Wanderson Sales, que é um conselheiro jovem. Basicamente eu disse que tinha feito, em dois meses, praticamente, o que me foi proposto a fazer."
Edgard Soares afirma pedido feito ao presidente do Corinthians, Augusto Melo. "Eu só queria uma coisa: escolhi um segundo homem, que é o Sales, que é esse advogado, empresário, que é sócio (do Corinthians) há 10 anos, não começou ontem. É conselheiro do Corinthians. Apoiou o Augusto. E a adaptação dele foi muito rápida."
"Achei que o Sales já estava pronto, que pode dar tempo integral. A firma dele anda sozinha, vai todos os dias, despacha de manhã e tem uma entrega ao clube. É que nem andar de bicicleta, tenho que soltar o bagageiro. Ele tá super preparado."
Pedido pela contratação de José Eduardo Savóia rejeitado
"O José Eduardo Savóia eu conheci pequeno, era amigo do pai dele. Estava aposentado muito cedo. Estava muito interessado, mas não ficou porque eu não fiquei."
O cenário de crise dentro do clube do Parque São Jorge tem se intensificado após denúncias de uso indevido de cartão corporativo
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Em meio a uma crise institucional, o presidente do Conselho Deliberativo do Corinthians, Romeu Tuma Júnior, se pronunciou nesta quarta-feira (23) sobre as recentes denúncias envolvendo dirigentes, ex-presidentes e torcidas organizadas. Em nota oficial, Tuma garantiu que todas as acusações respaldadas por documentos e requerimentos serão investigadas com rigor, respeitando o Estatuto do clube.
A manifestação ocorre após o afastamento do presidente Augusto Melo, que se tornou réu por crimes como furto qualificado, lavagem de dinheiro e associação criminosa, relacionados ao patrocínio da VaideBet. Além disso, ex-mandatários como Andrés Sanchez e Duilio Monteiro Alves também foram citados em casos de uso indevido do cartão corporativo. Duilio, por sua vez que teve exposto algumas compras como em açougue, mercado, fast food e remédios, rebateu as acusações e registrou notícia-crime, alegando falsificação de faturas.
Tuma destacou que as comissões internas do Conselho serão responsáveis por conduzir as apurações, que posteriormente serão submetidas ao plenário. Ele reforçou que não haverá precipitações nem julgamentos baseados em narrativas externas, e que o processo seguirá os trâmites legais previstos no regimento do clube.
Além das denúncias administrativas, o Conselho abrirá uma análise sobre a relação institucional com torcidas organizadas. O objetivo é identificar pendências financeiras, perdões de dívidas e compromissos não cumpridos, incluindo apoio logístico em dias de jogos e patrocínios carnavalescos. A medida visa garantir transparência e subsidiar a reforma estatutária, que deve estabelecer diretrizes claras para essas parcerias.
Tuma tranquilizou associados e conselheiros, afirmando que sua gestão não será conivente com irregularidades. Ele reiterou que o Corinthians precisa de estabilidade e responsabilidade para superar o momento delicado. A expectativa é que os procedimentos tragam respostas concretas e fortaleçam a governança do clube. O cenário político segue tenso, mas o compromisso público do presidente do Conselho Deliberativo sinaliza um esforço institucional para restaurar a credibilidade e proteger os interesses da nação corintiana.
Presidente afastado terá sua vida política no Timão decidida na Assembleia Geral no mês de agosto, mas enfrenta investigações também fora do clube
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A defesa do ex-presidente do Corinthians, Augusto Melo, reagiu à decisão da Justiça de São Paulo que o tornou réu por associação criminosa, lavagem de dinheiro e furto qualificado no caso Vai de Bet. Em nota oficial, os advogados alegam que o processo é “ilegal, repleto de nulidades e abusos”, e que Melo é alvo de perseguição política promovida por adversários internos do clube.
Entre os principais argumentos da defesa está o acesso a dados do Coaf sem autorização judicial, além da atuação da Polícia Civil e do Ministério Público Estadual em um caso que, segundo os representantes legais de Melo, deveria ser conduzido pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal, por envolver contrato internacional. A equipe jurídica também solicitou o fim do sigilo dos documentos da ação, alegando que a torcida tem o direito de conhecer os detalhes do processo.
A investigação gira em torno do contrato de R$ 360 milhões firmado entre o Corinthians e a casa de apostas Vai de Bet, que foi rescindido unilateralmente em junho de 2024 após suspeitas de repasses indevidos a empresas fantasmas. A promotoria estima um prejuízo superior a R$ 40 milhões ao clube, incluindo os valores desviados e a rescisão contratual.
A defesa anunciou ainda a abertura de uma investigação defensiva, prevista pela OAB, com o objetivo de comprovar a inocência de Melo. Os advogados pretendem impetrar habeas corpus para tentar extinguir o processo, que classificam como “kafkiano” e motivado por interesses políticos.
Augusto Melo, afastado do cargo desde maio após aprovação de seu impeachment, segue confiante de que será absolvido e reafirma seu compromisso com a reestruturação financeira do Corinthians. A Assembleia Geral marcada para 9 de agosto decidirá se ele será definitivamente destituído do cargo ou poderá retornar ao comando do clube. O caso continua sob forte atenção da mídia e da torcida, enquanto o Corinthians tenta manter a estabilidade institucional em meio a uma das maiores crises de sua história recente.
Dirigente alvinegro tem intermediado a maioria das crises envolvendo o clube com jogadores que tem aparecido desde a sua chegada
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A crise institucional que assola o Corinthians tem colocado Fabinho Soldado, executivo de futebol, no centro das atenções. Com o clube enfrentando instabilidade administrativa, problemas financeiros e rendimento irregular em campo, Soldado tornou-se peça-chave na tentativa de manter o ambiente do CT Joaquim Grava sob controle. Além de mapear reforços e negociar contratações, ele atua como mediador entre atletas, comissão técnica e diretoria, absorvendo tensões internas e evitando que conflitos se agravem.
Mesmo diante de episódios como atrasos salariais, faltas não justificadas e atitudes disciplinares, Fabinho tem conseguido preservar a estrutura do elenco. Sua liderança é respeitada por grande parte dos jogadores, inclusive por nomes como Memphis Depay, que mantém relação profissional com o dirigente, apesar de não serem próximos. Recentemente, o executivo foi fundamental para conter reações mais drásticas de atletas diante da falta de pagamento de premiações e salários atrasados.
A sobrecarga de responsabilidades, no entanto, acende um alerta nos bastidores. Fabinho já recusou propostas de clubes como Athletico-PR, Internacional, Santos, São Paulo e Red Bull Bragantino. Porém, a diretoria teme que uma eventual saída do diretor de futebol possa desencadear uma debandada e aprofundar a crise. O Flamengo, que vive pressão sobre seu atual diretor José Boto, é visto como potencial interessado, embora não tenha feito movimentações até o momento.
Osmar Stabile já afirmou a permanência do diretor de futebol assim como a de Dorival Júnior. No entanto, reconhece que futebol é resultado. Internamente, Fabinho reforça o desejo de permanecer no Corinthians, mesmo diante das adversidades. Sua atuação tem sido decisiva para blindar o elenco dos problemas políticos que se intensificaram após o afastamento de Augusto Melo. A confiança depositada nele pela presidência interina e pelos jogadores é um dos poucos pontos de estabilidade em um cenário conturbado.
Com a eleição da Assembleia Geral marcada para 9 de agosto, que pode definir o futuro da presidência, o papel de Fabinho Soldado será ainda mais crucial. O Corinthians, em busca de equilíbrio, deposita nele a esperança de atravessar a tempestade sem perder o rumo esportivo e institucional.