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O ex-diretor financeiro do Corinthians, Pedro Silveira, negou categoricamente que tenha influenciado qualquer instituição bancária para impedir a liberação de um adiantamento ao clube. Segundo ele, não houve qualquer interferência de sua parte nesse processo.
Pedro Silveira afirmou que a decisão de não honrar certas dívidas do clube não foi motivada pela falta de recursos, e explicou que, durante sua gestão, as contas estavam dentro do orçamento previsto. Ele destacou que o desequilíbrio financeiro e o aumento significativo das despesas ocorreram após sua saída.
O ex-diretor também explicou que houve prioridade no pagamento de algumas multas e pendências financeiras, o que teria impactado o fluxo de caixa em determinados momentos. Ele ressaltou que, apesar das dificuldades, não houve nenhuma atitude sua para impedir o acesso do Corinthians a linhas de crédito ou adiantamentos bancários.
Atualmente, o caso está sendo analisado pela Comissão de Ética e Disciplina do Conselho Deliberativo do Corinthians, que avalia as circunstâncias e eventuais responsabilidades envolvidas. Pedro Silveira pediu respeito à sua trajetória no clube e afirmou que todas as decisões durante sua gestão foram pautadas pela responsabilidade financeira.
No total, campanha para quitar a dívida da Neo Química já passou dos 40 milhões e mais de 160 mil doadores desde que se iniciou em 2024
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O quarto relatório da campanha Doe Arena, divulgado pela Gaviões da Fiel em junho, revelou avanços significativos na redução da dívida da Neo Química Arena. Desde o início da iniciativa, em novembro de 2024, o débito junto à Caixa Econômica Federal caiu de R$ 688,9 milhões para R$ 646,85 milhões, graças às contribuições da torcida e ao pagamento de parcelas pelo clube.
Somente no mês de junho, foram arrecadados cerca de R$ 1,3 milhão em doações, amortizando diariamente em R$ 118 mil. A campanha também gerou uma economia de aproximadamente R$ 7 milhões em juros, aliviando os cofres do Corinthians e reforçando a importância da mobilização coletiva.
O impacto político da campanha que já conta com mais de 160 mil doadores é notável. A Gaviões da Fiel, principal organizada do clube, tem liderado ações estratégicas para ampliar o alcance da iniciativa. Entre as novidades estão sorteios presenciais de camisetas autografadas, ingressos para o tour na Arena e ativações nos telões durante os jogos. Além disso, lives semanais com embaixadores da Invasão Corinthiana e mutirões de Pix com apoio de influenciadores têm fortalecido o engajamento digital.
A campanha também lançou três novos certificados para os doadores, incluindo uma homenagem às mulheres corinthianas e uma edição especial celebrando o título Paulista de 2025. Esses reconhecimentos têm incentivado a participação ativa da torcida, que se mostra cada vez mais envolvida na missão de quitar a dívida do estádio.
A transparência continua sendo um dos pilares da Doe Arena. O Comitê Fiscal publica relatórios mensais detalhados e mantém um contador atualizado no site oficial da campanha, permitindo que os torcedores acompanhem em tempo real o progresso das arrecadações. Com o apoio crescente da Fiel e a organização das ações, a campanha se consolida como um exemplo de mobilização popular no esporte brasileiro, unindo paixão, responsabilidade financeira e influência política em prol do Corinthians.
Relatório policial aponta uso de empresas laranja e repasses suspeitos ligados ao contrato de patrocínio do Timão com a Vai de Bet
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A Polícia Civil de São Paulo abriu um inquérito para apurar a relação entre a Vai de Bet e uma empresa intermediária envolvida no patrocínio do Corinthians com o clube de apostas. O foco é investigar possíveis fraudes no contrato e o uso de “laranjas” para lavagem de dinheiro com conexão ao Primeiro Comando da Capital (PCC).
De acordo com o relatório policial, aproximadamente R$ 1,4 milhão foi repassado em comissão à empresa Rede Social Media Design, de Alex Cassundé, e depois transferido para uma firma fantasma, Neoway Soluções Integradas — em nome de uma laranja — que repassou cerca de R$ 1 milhão à Wave Intermediações e, por fim, transferiu R$ 874 mil à UJ Football Talent, agência citada em delação como afiliada ao PCC.
A investigação revelou que a UJ Football, que representa jogadores da elite do futebol, foi apontada como empresa controlada informalmente por Danilo Lima (apelidado de “Tripa”), ligado ao PCC conforme delação de um membro da facção. Esse ex-informante foi assassinado em 2024, reforçando o risco do esquema.
O Corinthians, em nota oficial, declarou-se “surpreso” e afirmou colaborar com as investigações, reforçando que o clube “cumpre rigorosamente todas as obrigações legais”, posicionando-se como vítima e sem envolvimento direto com as transações.
Além da apuração criminal, o caso provocou repercussão política interna, intensificou pressões sobre a gestão e contribuiu para a rescisão do contrato com a Vai de Bet em 2024. O episódio terá impacto significativo na próxima Assembleia de sócios, marcada para agosto, decidindo sobre a permanência ou não de dirigentes envolvidos.
Nessa semana, o clube precisou se movimentar para quitar pendências que estavam atrasadas relacionados aos salários de atletas e funcionários
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O Corinthians conseguiu solucionar nesta quarta-feira (9) uma pendência financeira com a empresa Gocil, responsável pela segurança no Brasil do atacante Memphis Depay. A dívida, que somava R$ 326.509,04, referia-se a duas notas vencidas em 30 de junho, nos valores de R$ 134.794,21 e R$ 191.714,83, respectivamente. O atraso ocorreu devido a dificuldades no fluxo de caixa, agravadas pela antecipação de receitas durante a gestão anterior.
A diretoria atual, liderada por Osmar Stábile, conseguiu reunir recursos para quitar o débito, o que também permitiu regularizar os salários de jogadores e funcionários, que haviam sido pagos com um dia de atraso. A quitação da dívida com a Gocil representa um alívio momentâneo em meio à crise financeira que afeta o clube, que ainda busca alternativas para estabilizar suas finanças e evitar novos atrasos.
O caso ganhou repercussão após vir à tona que Memphis Depay, contratado com status de estrela e recebendo cerca de seis milhões de reais, vinha enfrentando atrasos em compromissos contratuais. O jogador notificou o clube duas vezes por pendências que somavam R$ 6,1 milhões, incluindo seus direitos de imagem e bônus pela conquista do Campeonato Paulista deste ano. Parte desse valor, R$ 1,4 milhão, já foi paga, mas ainda restam cerca de R$ 4,7 milhões a serem quitados.
A situação gerou desconforto interno, especialmente entre os demais atletas como a equipe de futebol feminino, que ainda aguardam o pagamento de premiações. A diretoria, no entanto, afirma que está empenhada em resolver todas as pendências e que o pagamento à empresa de segurança foi um passo necessário para garantir a permanência de Memphis e preservar a imagem institucional do clube.
Além disso, o Corinthians aposta em receitas futuras, como parte das luvas do novo contrato com a Nike, para reforçar o caixa. A expectativa é que, com ajustes administrativos e maior controle financeiro, o clube consiga honrar seus compromissos e manter o elenco focado nos desafios do segundo semestre, incluindo o Campeonato Brasileiro e a Copa do Brasil.