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A Gaviões da Fiel, principal torcida organizada do Corinthians, alcançou mais um marco simbólico ao quitar o 130º boleto da dívida referente à Neo Química Arena. A ação faz parte da campanha "Doe Arena Corinthians", criada para ajudar o clube a amortizar o débito com a Caixa Econômica Federal, responsável pelo financiamento da construção do estádio. O valor da parcela mais recente foi de R$ 16.187,83, pago na última sexta (04) com recursos arrecadados por meio de doações da torcida. Na semana passada, já havia feito o pagamento do 129º boleto no valor de R$ 3.852,33.
Desde o início da campanha, a mobilização tem ganhado força entre os torcedores, que contribuem com quantias variadas por meio da plataforma oficial da iniciativa. A meta é bastante ambiciosa: arrecadar R$ 700 milhões em seis meses, valor suficiente para quitar integralmente a dívida do clube com o banco estatal. Até o momento, a arrecadação já ultrapassou R$ 40 milhões, e os boletos são emitidos quase diariamente, conforme o saldo disponível na conta da campanha.
A dívida da Neo Química Arena, que inicialmente era de R$ 400 milhões, aumentou significativamente ao longo dos anos devido aos juros acumulados. Atualmente, o valor restante gira em torno de R$ 658 milhões, segundo estimativas recentes. A campanha da Gaviões tem sido fundamental para reduzir esse montante e aliviar a pressão financeira atual sobre o clube.
Importante destacar que todo o valor arrecadado vai diretamente para a Caixa Econômica, sem passar pelas contas do Corinthians, garantindo transparência e segurança no processo. A iniciativa também tem contado com o apoio de personalidades ligadas ao Timão e patrocinadores, que ajudam a divulgar e fortalecer o movimento.
Para esta segunda-feira (07) a Gaviões da Fiel convocou um mutirão a partir das 19h10 pelo horário de Brasília. O objetivo é reunir o máximo de doares e que cada um possa no mínimo, enviar um Pix de R$ 10,00 para a dívida da Neo Química Arena. O pagamento do 130º boleto representa mais do que um número: simboliza o engajamento da torcida em um momento delicado da história do clube. A campanha segue ativa, e a expectativa é que, com o apoio contínuo da Fiel, o Corinthians consiga, enfim, se livrar de uma das maiores dívidas de sua história.
Presidente que está afastado do alvinegro paulista enfrenta processo no clube e também na justiça que já o indiciou no caso VaideBet
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O advogado José Eduardo Cardozo, ex-ministro da Justiça e conhecido por sua atuação no processo de impeachment da ex-presidente, Dilma Rousseff, decidiu assumir a defesa de Augusto Melo, presidente afastado do Corinthians, em meio ao processo de destituição conduzido pelo Conselho Deliberativo do clube. Em declaração pública, Cardozo explicou os motivos que o levaram a aceitar o caso, destacando que não se trata de uma escolha comum em sua carreira atual, mas sim de uma causa que considera juridicamente relevante.
Segundo o jurista, sua decisão foi baseada na análise detalhada do inquérito e do processo interno do clube. Ele afirmou ter identificado “graves lesões aos direitos” de Melo durante o trâmite do impeachment, o que, em sua visão, justifica sua atuação. Cardozo ressaltou que sua motivação não está ligada à avaliação da gestão de Melo como dirigente, mas sim à defesa do devido processo legal e das garantias fundamentais.
O advogado apontou que o estatuto do Corinthians foi desrespeitado em diversos momentos e que o presidente afastado não teve assegurado o direito pleno de defesa. Para Cardozo, houve arbitrariedades que precisam ser contestadas, e ele se sente confortável em lutar contra esse tipo de situação, independentemente do ambiente em que ocorra, seja na política nacional ou no universo esportivo.
Cardozo tinha a companhia de Ricardo Cury na defesa de Augusto Melo, mas em junho, após os episódios da tentativa de retorno do presidente afastado do clube, liderados pelos seus apoiadores como Maria Angela Sousa Ocampos, saiu dos processos envolvendo o dirigente afastado. Na época o escritório ‘Cury e Augusto Neves’ também alegou que havia divergências com outros membros que defendiam Melo.
O processo de impeachment de Augusto Melo foi aprovado por ampla maioria no Conselho Deliberativo, com 176 votos favoráveis, 57 contrários e uma abstenção. A decisão ainda precisa ser referendada pelos sócios do clube em assembleia marcada para o dia 9 de agosto. Caso a maioria dos associados confirme a destituição, Melo será oficialmente removido do cargo. Enquanto isso, a defesa liderada por Cardozo busca reverter o quadro, tanto no âmbito jurídico quanto político, apostando na mobilização da base corintiana e na contestação das etapas do processo que levou ao afastamento do dirigente.
Antigo presidente é acusado de trazer muitos jogadores para se tornarem Filhos do Terrão e isso gerou um excesso na categoria
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Desde o início da gestão de Augusto Melo, em janeiro de 2024, o Corinthians contratou 87 jogadores para as categorias Sub-17 e Sub-20. No entanto, segundo levantamento recente, 27 desses atletas, o equivalente a 31,03%, já deixaram o clube, evidenciando uma rotatividade preocupante nas divisões de formação.
Esse alto número de contratações foi analisado pela atual diretoria alvinegra. Ela percebeu que alguns desses atletas eram filhos de conselheiros do clube que nem sequer entraram em campo ou foram inscritos em campeonatos. Isso ocasionou na dispensa de nomes das categorias de base com o objetivo de enxugar o elenco e a folha salarial.
Entre os que saíram, apenas sete chegaram a disputar partidas oficiais com a camisa alvinegra, e nenhum ultrapassou 30 jogos. Dois atletas, inclusive, assinaram contratos profissionais sem sequer entrarem em campo. Casos como o do atacante Franco Delgado, que rescindiu judicialmente por falta de pagamento de FGTS, ilustram problemas administrativos e financeiros que afetaram diretamente o planejamento da base.
Alguns jogadores foram emprestados, como os laterais João Tabone e Vitor Manoel, enquanto outros, como os meias Messias e Bruno Xavier, deixaram o clube após o fim de vínculos temporários. O zagueiro Caio Garcez e o meia Arthur Paleari também estão entre os nomes que não permaneceram.
Com o afastamento da presidência do Timão de Augusto Melo, a diretoria interina, liderada por Osmar Stabile, iniciou uma revisão minuciosa dos contratos firmados durante a gestão anterior. A intenção é enxugar o elenco e evitar novos gastos desnecessários. A nova administração também estuda medidas de controle de acesso ao CT da base, como a implementação de biometria facial, para limitar a presença de empresários e terceiros no ambiente de formação.
A alta taxa de desligamentos levanta dúvidas sobre os critérios utilizados nas contratações e a efetividade do processo de avaliação dos jovens talentos. A falta de retorno técnico e financeiro com a maioria dos atletas contratados acende um alerta sobre a necessidade de maior rigor e planejamento estratégico nas futuras movimentações da base. O cenário atual reforça a importância de políticas mais sustentáveis e transparentes para garantir o desenvolvimento de talentos e a valorização do patrimônio esportivo do clube.
Presidente que aguarda votação da Assembleia Geral diz que polêmicas atrapalharam finalização da negociação entre as duas partes
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O presidente afastado do Corinthians, Augusto Melo, afirmou que o clube já havia firmado um acordo com o Mercado Livre antes das recentes polêmicas que abalaram os bastidores do Parque São Jorge. Segundo ele, a negociação estava em estágio avançado e previa a venda dos Naming Rights do centro de treinamento alvinegro. No entanto, o escândalo envolvendo denúncias de irregularidades e a abertura de um processo de impeachment contra sua gestão esfriaram a parceria.
De acordo com Augusto, o contrato estava praticamente fechado quando surgiram as acusações de envolvimento com crime organizado e suspeitas em acordos anteriores, como o da casa de apostas VaideBet. A empresa de e-commerce, diante da instabilidade institucional, optou por suspender temporariamente o avanço das tratativas. “Estava tudo certo. Quando estourou essa história, eles pediram para esperar”, declarou o dirigente.
A revelação gerou reações negativas entre torcedores e conselheiros, que criticaram a exposição pública de uma negociação estratégica em meio a uma crise política. Muitos consideraram a atitude precipitada e prejudicial à imagem do clube, que já enfrenta dificuldades financeiras e desgaste com patrocinadores.
O acordo com o Mercado Livre, segundo apurações, poderia render até R$ 70 milhões por ano ao Corinthians, valor que seria fundamental para aliviar as contas do clube. A perda dessa oportunidade, somada à instabilidade da atual gestão, agrava o cenário de incertezas.
Além disso, a crise política se intensificou com o afastamento de membros da diretoria, indiciamentos daqueles que estavam na gestão de Melo e saídas de jogadores como a de Igor Coronado. A torcida permanece dividida: parte ainda apoia Augusto Melo, enquanto outra exige mudanças imediatas na liderança.
A situação evidencia a fragilidade do planejamento institucional e a necessidade de maior transparência e responsabilidade na condução dos negócios do clube. A possível retomada do acordo com o Mercado Livre dependerá da resolução das pendências internas e da reconstrução da confiança entre as partes envolvidas.