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Diante dos problemas com a comercialização ilegal de entradas para os jogos na Neo Química Arena, a Gaviões da Fiel, principal torcida organizada do Corinthians, publicou nota nesta quarta-feira, 19, exigindo atitudes efetivas do clube e reforçando sua postura de tolerância zero com cambistas.
“A Fiel Torcida não pode, em hipótese alguma, aceitar que as falhas no programa Fiel Torcedor e a prática de cambismo continuem prejudicando os torcedores que se esforçam para acompanhar os jogos na Neo Química Arena. A nota divulgada pelo CorinthiansCorinthians apresenta algumas informações importantes, mas é necessário reforçar nossa posição firme e intransigente: tolerância zero com cambistas!“, diz o trecho da nota.
Operação Ingresso Legal
Ainda nesta quarta, o Corinthians divulgou a criação da Operação Ingresso Legal, iniciativa estratégica voltada ao combate da revenda ilegal de ingressos no Parque São Jorge e na plataforma Fiel Torcedor. O clube pretende adotar medidas rigorosas para controlar os logins que geram ingressos e credenciais para os jogos.
A partir de agora, toda solicitação passará a ser submetida à aprovação da diretoria, com justificativa detalhada para cada envio. Além disso, o Timão pretende reforçar a fiscalização adquirindo ingressos comercializados de forma irregular, o que ajudará a identificar os responsáveis por práticas indevidas, que serão devidamente penalizados.
Veja a nota da Gaviões na íntegra
A Fiel Torcida não pode, em hipótese alguma, aceitar que as falhas no programa Fiel Torcedor e a prática de cambismo continuem prejudicando os torcedores que se esforçam para acompanhar os jogos na Neo Química Arena. A nota divulgada pelo Corinthians apresenta algumas informações importantes, mas é necessário reforçar nossa posição firme e intransigente: tolerância zero com cambistas!
Embora um inquérito policial esteja em andamento, ele não pode ser uma desculpa para a demora na tratativa dos erros e falhas que ainda persistem no sistema do Fiel Torcedor. Exigimos ações mais rápidas e concretas contra a venda ilegal de ingressos e que alcance as pessoas que cedem seus ingressos aos cambistas para que sejam efetivamente identificadas e punidas, sem deixar brechas para a exploração da paixão da torcida. Já sobre as mudanças de ferramentas e tecnologias, esperamos que o clube conduza o processo de escolha dos fornecedores de forma transparente e em conformidade com a lei.
Nos preocupamos com todos os setores do estádio e exigimos provas concretas de que medidas eficazes estão sendo tomadas para corrigir essas falhas. Além disso, repudiamos veementemente a ação de cambistas e torcedores mal-intencionados que se aproveitam da paixão e do sentimento da Fiel para obter lucro com a venda de ingressos a preços abusivos. Não podemos compactuar com essa prática criminosa. O Gaviões da Fiel está de olho e não vai tolerar essa postura dentro ou fora da Arena!
Reforçamos o pedido para que a torcida não compre ingressos de cambistas ou de pessoas que os revendem por valores superiores e faça a denúncia dessas ações ao Gaviões, às autoridades e ao clube. Caso ocorram situações envolvendo o setor das organizadas, pedimos que procurem nossas lideranças para que os casos sejam tratados imediatamente.
Seguiremos exigindo que o Corinthians tome atitudes efetivas para solucionar esses problemas. A Fiel Torcida quer resultados imediatos, e é isso que vamos cobrar. O futebol deve ser para os torcedores, e não para os aproveitadores. A luta por um futebol mais justo e acessível segue, e o Gaviões da Fiel sempre estará ao lado da torcida, sem tolerância para quem prejudica a Fiel.
Gaviões da Fiel Torcida.
A reviravolta nos uniformes do Timão em 2002 consolidou uma das alianças mais simbólicas do futebol brasileiro com a marca americana
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Em 2002, o Corinthians apresentou ao mercado sua primeira camisa sem a tradicional gola polo da Topper — e, segundo bastidores, chegou a testar modelos com a Adidas, o famoso “chapéu na Adidas”. Ainda assim, formalizadas as negociações com a Nike, o Timão firmou um contrato que se tornou um marco em sua história de patrocínios esportivos.
Naquele ano, a Nike assumiu o fornecimento e, desde então, permanece como parceira oficial do clube. A transição marcou o início de uma era vitoriosa: em 2003 o Corinthians já conquistou o Paulista, e em 2005 levantou o Brasileirão vestindo a marca americana.
Desde então, a Ternão firmou uma relação forte com a Nike: foram décadas com uniformes memoráveis, títulos nacionais e até mundiais em 2012. Isso colocou o Corinthians como um dos únicos clubes brasileiros a manter um vínculo duradouro com a gigante norte-americana, enquanto rivais históricos trocavam marcas regularmente.
Em 2025, surgiu um novo debate. Uma proposta bilionária da Adidas, superior ao contrato vigente com a Nike — estimado em cerca de R$ 1 bilhão por 10 anos — acendeu discussões internas. O CORI, conselho deliberativo do clube, chegou a convocar reuniões para avaliar os riscos jurídicos da possível mudança.
Até agora, a Nike segue como fornecedora — o contrato atual foi automaticamente renovado até 2029. Mas o acerto histórico — que começou com o “chapéu na Adidas” não concretizado e culminou na parceria com a Nike — ainda influencia decisões futuras do clube. E o debate sobre modernização dos acordos comerciais continua vivo entre dirigentes e a torcida alvinegra.
Discussão entre moradores por rivalidade entre torcidas termina em grave caso de violência com disparos de arma de fogo, prisões e repercussão nas redes sociais
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Uma disputa entre vizinhos torcedores de Corinthians e Palmeiras, ocorrida na última sexta-feira (27), terminou de forma violenta na zona norte de São Paulo. O confronto surgiu após discussões provocativas entre os moradores, culminando em uma briga que deixou dois torcedores corintianos feridos — um deles baleado na perna — e resultou na prisão de dois irmãos palmeirenses por tentativa de homicídio.
O caso teria sido motivado por provocações após o jogo do Palmeiras contra o Botafogo, válido pelo Mundial de Clubes. Os corintianos teriam passado em frente à casa dos palmeirenses gritando provocações, o que desencadeou o confronto com agressões físicas, pauladas e até golpes com pá, conforme mostram vídeos registrados por vizinhos.
Durante o tumulto, os dois palmeirenses utilizaram uma arma de fogo para atirar nos rivais. Um dos corintianos foi atingido na perna, enquanto outro foi brutalmente agredido com uma pá, mesmo já inconsciente no chão. O Samu foi acionado e prestou socorro às vítimas, encaminhando-as ao hospital.
A Polícia Militar prendeu os irmãos em flagrante. Eles foram indiciados por tentativa de homicídio e porte ilegal de arma, já que um revólver calibre 38 foi encontrado na residência. As ferramentas utilizadas na agressão, como a pá, não foram localizadas até o momento.
O episódio acende novamente o alerta sobre os perigos da violência entre torcedores, que extrapola os limites dos estádios e atinge o convívio social. Clubes como o Corinthians já se manifestaram anteriormente em campanhas de conscientização, reforçando que rivalidade não deve ultrapassar os valores do respeito e da civilidade.
Mesmo com faturamento bilionário em 2024, o Timão viu a dívida crescer e passou a integrar grupo da CBF sobre fair play financeiro
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O Corinthians aparece como o clube mais endividado do futebol brasileiro em 2024, com passivo próximo a R$ 2 bilhões, segundo levantamento da Sports Value. O montante reflete um cenário de gastos elevados, dívidas acumuladas e obrigações financeiras ligadas à Neo Química Arena. A situação levou o clube a integrar recentemente um grupo da CBF para discutir regras de fair play financeiro.
A receita do clube paulista no último ano foi de R$ 1,14 bilhão, mas ainda assim o valor não foi suficiente para equilibrar as finanças. O Corinthians investiu R$ 107 milhões no futebol, porém acumulou R$ 192 milhões em contas a pagar no ano e ainda reconheceu mais R$ 191 milhões em dívidas antigas, ampliando seu desequilíbrio orçamentário.
A construção da Neo Química Arena continua sendo um dos principais fatores que impactam o endividamento do Corinthians. Em 2024, o clube destinou mais de R$ 300 milhões apenas para pagamento de juros. Além disso, a gestão atual, iniciada por Augusto Melo, é responsável por cerca de R$ 400 milhões do aumento recente da dívida, segundo o relatório.
O futebol brasileiro como um todo registra crescimento nas dívidas, que já ultrapassam R$ 12 bilhões entre os 20 principais clubes. Outros grandes como Atlético-MG, Cruzeiro e São Paulo aparecem entre os mais endividados, enquanto Athletico-PR e Cuiabá se destacam por não apresentarem dívidas nos balanços. A disparidade reforça a discussão sobre modelos de gestão no esporte nacional.
A entrada do Corinthians no grupo da CBF voltado ao fair play financeiro indica um movimento da diretoria para buscar equilíbrio futuro. Entre as pautas discutidas estão controle de gastos com contratações e folha salarial, além de adoção de mecanismos que favoreçam a sustentabilidade a longo prazo, visando evitar penalidades esportivas e administrativas.