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Na noite deste domingo (19), o Corinthians venceu o Velo Clube por 2 a 1 no Campeonato Paulista, mas o grande tema na zona mista da Neo Química Arena foi a política interna do clube. A votação para o impeachment de Augusto Melo, presidente do Timão, será realizada nesta segunda-feira (20) no Parque São Jorge. A decisão será tomada por 302 conselheiros, sendo necessário uma maioria simples para o afastamento do dirigente.
O pedido de impeachment, que terá sua análise final nesta segunda, foi protocolado em agosto de 2024 por um grupo de conselheiros que, na época, alegaram irregularidades no contrato de patrocínio com a casa de apostas VaideBet. A acusação inclui investigações sobre lavagem de dinheiro e repasses ilegais durante a parceria, o que motivou a ação do "Movimento Reconstrução SCCP".
Em dezembro do ano passado, o processo foi interrompido por uma liminar obtida por Augusto Melo, mas o presidente assegurou que não haverá mais obstáculos para a votação. Durante a semana, ele expressou que a situação precisa ser resolvida e que o clube deve seguir em frente com os processos internos, sem necessidade de interferências externas.
Se a maioria dos conselheiros aprovar o impeachment, o presidente será afastado imediatamente, com Osmar Stábile, primeiro vice-presidente, assumindo a presidência de forma temporária. A decisão ainda poderá ser revista em uma assembleia-geral, onde os sócios terão a oportunidade de votar pela manutenção do dirigente.
A votação, que ocorrerá de forma secreta, representa um marco importante na política do clube, com possíveis repercussões para o futuro de Augusto Melo à frente do Corinthians. O desfecho desse processo pode trazer mudanças significativas para o comando do Timão nos próximos meses.
Torcida organizada deve mais de R$ 1 milhão ao Corinthians por ingressos e anuidades em atraso durante a gestão atual do clube
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A principal torcida organizada do Corinthians, Gaviões da Fiel, acumula uma dívida superior a R$ 1 milhão com o clube durante a gestão do presidente Augusto Melo. O montante refere-se a ingressos não pagos e anuidades em atraso no programa "Minha Torcida Quadra" do Fiel Torcedor, abrangendo os anos de 2024 e 2025.
Segundo informações a dívida é composta por aproximadamente R$ 692 mil em ingressos utilizados pela torcida organizada e cerca de R$ 420 mil referentes a anuidades de associados. Estima-se que 9.738 sócios da Gaviões estejam inadimplentes, cada um com uma taxa anual de R$ 30,00.
Em reunião com as Comissões de Justiça e de Marketing do Conselho Deliberativo e da Comissão de Finanças do Corinthians, representantes da Gaviões da Fiel reconheceram a dívida relacionada às anuidades, mas afirmaram desconhecer os débitos referentes aos ingressos. O clube, por sua vez, ainda não se pronunciou oficialmente sobre o assunto.
A situação levanta questões sobre a gestão financeira e a relação entre o Corinthians e suas torcidas organizadas. A falta de transparência e controle nos acordos pode impactar negativamente as finanças do clube, que já enfrenta desafios para equilibrar seu orçamento.
A expectativa é que ambas as partes encontrem uma solução para regularizar a situação, mantendo uma relação saudável e transparente entre o Corinthians e a Gaviões da Fiel, visando o bem-estar do clube e de sua torcida.
Sem apresentar as contas do ano passado, diretoria do Corinthians é cobrada por falta de transparência e levanta preocupações sobre a governança do clube
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A diretoria do Corinthians não entregou ao Conselho de Orientação (Cori) as contas referentes ao exercício de 2024, o que impede o órgão de emitir um parecer financeiro oficial sobre a atual gestão. A ausência da prestação de contas tem gerado críticas e levantado preocupações sobre a transparência e a governança interna do clube.
O Cori, que tem como função fiscalizar e orientar a administração alvinegra, depende desses documentos para cumprir seu papel estatutário. Sem a documentação, o órgão fica impossibilitado de avaliar a real situação financeira do Corinthians e de orientar decisões futuras com base em dados concretos.
A falta de transparência neste momento é especialmente delicada, considerando os desafios financeiros que o clube já enfrenta, como a perda de patrocinadores e o endividamento ligado à Neo Química Arena. A não entrega das contas pode ampliar a desconfiança entre os conselheiros e a torcida, comprometendo ainda mais a imagem da atual gestão.
Até o momento, a diretoria do clube não se pronunciou oficialmente sobre os motivos do atraso. O silêncio agrava ainda mais o desconforto nos bastidores, pois além de descumprir obrigações estatutárias, alimenta rumores sobre possíveis irregularidades ou desorganização na condução administrativa.
A expectativa agora é que os documentos sejam apresentados o quanto antes, permitindo que o Cori avalie as contas e emita seu parecer. A entrega das informações é essencial para restabelecer a confiança interna e externa no clube, garantindo maior estabilidade e credibilidade à gestão corintiana.
Investigações avançam no caso com depoimentos cruciais dos dirigentes do Corinthians para esclarecer os repasses financeiros suspeitos
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O Caso VaideBet, que envolve investigações sobre repasses financeiros irregulares entre a patrocinadora VaideBet e o Corinthians, entra em uma fase crucial nesta semana. O presidente do clube, Augusto Melo, juntamente com outros dois ex-dirigentes, prestará depoimentos à Polícia Civil entre os dias 14 e 16 de abril, na sede da 3ª Delegacia do Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania (DPPC). A expectativa é que o inquérito seja concluído entre o final de abril e o início de maio.
Cronograma dos Depoimentos:
- 14 de abril: Marcelo Mariano (ex-diretor administrativo)
- 15 de abril: Sérgio Moura (ex-superintendente de marketing)
- 16 de abril: Augusto Melo (presidente)
Esses depoimentos são fundamentais para elucidar os detalhes do acordo firmado entre o Corinthians e a VaideBet, especialmente no que se refere aos pagamentos realizados por intermediárias não previstas contratualmente. Investigações anteriores apontaram que R$ 56 milhões foram repassados por meio de empresas não autorizadas, levantando suspeitas de irregularidades financeiras.
Contexto do Caso:
Em janeiro de 2024, o Corinthians anunciou a VaideBet como patrocinadora máster, em um contrato de R$ 360 milhões por três anos. No entanto, em junho do mesmo ano, a patrocinadora rescindiu unilateralmente o contrato após a descoberta de repasses suspeitos. Investigações revelaram que intermediárias não autorizadas, como a Neoway Soluções Integradas em Serviços Ltda, receberam pagamentos, levantando suspeitas de lavagem de dinheiro e outras irregularidades.
Próximos Passos:
Com a conclusão dos depoimentos, a Polícia Civil pretende avançar na apuração dos fatos, buscando esclarecer a extensão das irregularidades e responsabilizar os envolvidos. A finalização do inquérito é aguardada com expectativa, visando restabelecer a transparência e a integridade nas relações contratuais do clube.