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Em mais um capítulo da investigação da Polícia Civil no caso VaideBet, onde o ex-presidente do Corinthians, Augusto Melo, que é investigado e vai responder por associação criminosa, furto qualificado e lavagem de dinheiro, foi notificado pelas autoridades policiais a respeito de depósitos "incomuns" em sua conta bancária.
Polícia Civil encontra valor alto em depósitos incomuns na conta do ex-presidente do Corinthians
Segundo o portal 'UOL Esporte', a conta de Augusto Melo revelou um padrão incomum de depósitos em dinheiro em sua conta do Santander na capital paulista. A prática coincide no período após vencer a eleição e nos primeiros meses de seu mandato como presidente do Corinthians. Melo se defendeu e explicou as transações.
"Todas as minhas transações bancárias foram entregues à Polícia para investigação por minha vontade. Os valores que ali constam todos em minha declaração de Imposto de Renda, feita anualmente.
Sou dono de comércio e de um estacionamento, muitas vezes o dinheiro que entra é em espécie e o meu pró-labore e de meus sócios são retirados em dinheiro vivo, para isso, eu preciso que seja depositado em minha conta.
Minhas contas e vida são limpas e estou sempre à disposição para esclarecimentos, seja do torcedor, da imprensa ou das autoridades responsáveis por quaisquer investigação."
Relatório da Polícia Civil
"A influência de Marcelo Mariano era tamanha junto ao presidente, que Rozallah, então diretor financeiro, pediu demissão porque Augusto, em um podcast, afirmou que Mariano descia ao setor para autorizar o pagamento de "30, 40 contas por dia". Em seu depoimento [à polícia], Augusto negou ter dito isso -- negou, até mesmo, saber do motivo que havia levado Rozallah a pedir desligamento. Só que, de fato, ele fez mesmo esta afirmação em um programa, como será apontado em Relatório Final [da Polícia Civil]."
Lista de depósitos na conta de Augusto Melo
A principal torcida organizada do alvinegro, que inicialmente apoiou a candidatura à presidência de Melo, passou a cobrar explicações sobre a sua administração
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A principal torcida organizada do Corinthians, a Gaviões da Fiel, se manifestou sobre o apoio dado a Augusto Melo durante sua campanha para a sua presidência do clube. Diante dos recentes acontecimentos e da crise administrativa que envolve o mandatário, a torcida foi questionada se havia arrependimento em relação ao suporte oferecido na eleição.
Em entrevista, representantes da Gaviões afirmaram que o grupo sempre buscou o melhor para o Corinthians e que o apoio a Augusto Melo foi baseado em promessas de mudanças estruturais e maior transparência na gestão. No entanto, com os desdobramentos do caso VaideBet e os problemas internos do clube, a torcida passou a cobrar explicações e medidas concretas para solucionar a crise.
A Gaviões da Fiel destacou que sua prioridade é a defesa dos interesses do Corinthians e que, independentemente de quem esteja na presidência, a torcida sempre se posicionará contra decisões que prejudiquem o clube. Nos últimos meses, o grupo tem pressionado a diretoria por mais clareza nas ações e exigido respostas sobre as denúncias que envolvem Augusto Melo.
Além disso, a torcida organizada não se opôs ao processo de impeachment do presidente, deixando claro que sua postura mudou diante dos acontecimentos recentes. A Gaviões reforçou que não compactua com irregularidades e que continuará fiscalizando a gestão do clube para garantir que o Timão siga um caminho de estabilidade e crescimento.
O afastamento de Augusto Melo da presidência foi um dos momentos mais marcantes da crise corintiana. A votação do Conselho Deliberativo aprovou o processo de impeachment, e agora o futuro do clube depende da decisão dos associados. A Gaviões da Fiel continuará acompanhando de perto os desdobramentos e reafirma seu compromisso com a instituição.
Com um histórico de luta e participação ativa na política do clube, a torcida organizada deixa claro que seu apoio não é incondicional e que qualquer dirigente deve estar alinhado com os interesses do Corinthians. O momento é de incerteza, mas a Gaviões da Fiel segue firme na defesa do seu clube do coração.
As empresas envolvidas estão atentas para a decisão do clube do Parque São Jorge que pode aliviar as dívidas com um novo contrato
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O Corinthians está diante de uma decisão crucial sobre seu futuro comercial: manter a parceria de mais de 20 anos com a Nike ou avançar nas negociações com a Adidas. A diretoria do clube analisa os riscos jurídicos envolvidos na possível rescisão do contrato atual, que tem validade até 2029, antes de tomar qualquer decisão definitiva.
A proposta da Adidas é atrativa, oferecendo um contrato de R$ 700 milhões garantidos em dez anos, com gatilhos que podem elevar o valor para R$ 1 bilhão. Além disso, a empresa alemã promete um tratamento de elite ao Corinthians, semelhante ao que oferece a clubes europeus como Real Madrid, Bayern de Munique e Manchester United.
Por outro lado, a Nike manifestou interesse em continuar como fornecedora oficial do clube e está disposta a renegociar os termos do contrato para torná-lo mais vantajoso para ambas as partes. A empresa norte-americana já iniciou conversas com a diretoria corintiana para discutir uma possível extensão do vínculo e evitar um rompimento precoce.
Um dos principais desafios para a troca de fornecedora é a questão jurídica. A Nike renovou de forma automática o contrato no final de 2024 na gestão de Augusto Melo, o que pode gerar implicações legais caso o Corinthians decida por encerrar a parceria antes do prazo estipulado. Além disso, a produção dos uniformes para 2026 já está em andamento, o que pode dificultar uma transição imediata para a Adidas.
Outro ponto relevante envolve os produtos licenciados, pelos quais a Nike recebe uma parte dos lucros. Caso o clube decida romper o contrato, será necessário avaliar o impacto financeiro dessa decisão e considerar o pagamento de multas contratuais.
A diretoria corintiana busca uma solução que minimize riscos e maximize benefícios. O Conselho de Orientação do clube está envolvido na análise da proposta da Adidas e na avaliação dos impactos jurídicos de uma possível rescisão com a Nike.
A decisão final ainda não foi tomada, mas o Corinthians está ciente da importância desse movimento estratégico. A escolha entre Nike e Adidas pode impactar não apenas as finanças do clube, mas também sua identidade e posicionamento no mercado esportivo. Nos próximos dias, novas reuniões devem ocorrer para definir o futuro da parceria comercial do Timão.
A manifestação do ex-mandatário corintiano foi feita por conta da reportagem desta quinta-feira (05), que revelou movimentações suspeitas em sua conta
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Após a Polícia Civil ter notificado o ex-presidente do Corinthians, Augusto Melo, a respeito de depósitos "incomuns" em sua conta bancária e do portal 'UOL Esporte' ter tido acesso as movimentações do ex-mandatário corintiano, a defesa de Augusto se pronunciou em nota oficial divulgada nesta quinta-feira (05).
Augusto Melo, ex-presidente do Corinthians, divulgou uma nota de repúdio após notícia do UOL Esporte
Confira o que disse Augusto Melo: "O presidente eleito do Sport Club Corinthians Paulista, Augusto Melo, e sua defesa vêm a público manifestar sua indignação e repudiar a forma como informações sob segredo de justiça vêm sendo reiteradamente vazadas e manipuladas pela imprensa, comprometendo o direito à defesa e expondo injustamente o nome de Augusto Melo.
Não há condições de se aceitar o vazamento de uma documentação importante para sua defesa, em que seus advogados não tiveram acesso ao relatório, ou conclusão ou qualquer fatia do conteúdo que o portal UOL teve.
Defendemos o direito da imprensa, e salientamos nossa resposta ao portal, que entrou em contato respeitosamente e procurou a defesa do presidente antes de publicar o conteúdo. O que precisa ficar frisado é que os depósitos constam em extratos bancários entregues voluntariamente por Augusto Melo à Polícia Civil, mediante autorização expressa para a quebra de seu sigilo bancário. Ou seja, não há ocultação de dados e nenhuma conduta suspeita.
A defesa trabalha com a convicção de que o processo será trancado por falta de justa causa, diante da ausência de qualquer indicio concreto de ilegalidade. E reforça: depósitos de até R$2 mil são tecnicamente o limite aceito por caixas eletrônicos de qualquer banco no Brasil. A verdade prevalecerá." Finalizou o ex-presidente do Corinthians.