
Clube
Gastos com cartão corporativo do Corinthians pode gerar tentativa de expulsão de Andrés Sanchez
Clube
|
A Polícia Civil de São Paulo concluiu o inquérito sobre o escândalo envolvendo a antiga patrocinadora máster do Corinthians, a empresa VaideBet, e indiciou o ex-diretor jurídico do clube, Yun Ki Lee, por omissão imprópria. Segundo o relatório final, Lee tinha a obrigação legal de agir para evitar irregularidades no contrato firmado com a empresa, mas falhou ao não encaminhar o documento para o setor de compliance e ao ignorar inconsistências evidentes.
O delegado responsável pelo caso, Tiago Fernando Correia, destacou que Lee assumiu a responsabilidade de revisar o contrato, mas não apontou falhas nem alertou sobre a ausência de CNAE compatível com a atividade da empresa intermediária. Além disso, ele teria recebido um formulário da VaideBet com espaço para indicar um intermediário, onde constava que a comissão seria paga pela própria patrocinadora — detalhe que também passou despercebido por ele.
A omissão de Lee é considerada penalmente relevante com base no artigo 13, parágrafo 2º do Código Penal, que responsabiliza quem, tendo o dever de agir, se abstém de impedir um resultado ilícito. A investigação apontou que sua conduta contribuiu diretamente para o prejuízo causado ao clube.
Yun Ki Lee ocupou o cargo entre janeiro e maio de 2024, durante a gestão de Augusto Melo, e pediu desligamento em meio à crise instaurada. Ele também é conselheiro eleito pela chapa Paixão Corinthiana, grupo que apoiou Melo na eleição presidencial. A defesa de Lee teve acesso ao processo e exerceu o direito à ampla defesa antes da conclusão do inquérito.
Com o encerramento da investigação, o Ministério Público de São Paulo analisará o material para decidir se oferece denúncia formal sobre o ex-dirigente. Caso aceite, Lee e outros envolvidos, incluindo Augusto Melo e ex-diretores, poderão se tornar réus em processo criminal. O caso segue como um dos maiores escândalos administrativos da história recente do Corinthians.
Ex-presidente do Timão detalhou proposta de SAF inspirada no modelo do Bayern e comentou bastidores da última eleição no clube
|
Andrés Sanchez, ex-presidente do Corinthians, afirmou em entrevista ao Portal LeoDias que não pretende disputar as próximas eleições presidenciais do clube. Segundo ele, sua candidatura em 2018 ocorreu por necessidade diante da ausência de outros nomes para finalizar acordos importantes, como o naming rights da Arena.
“Já acertei e errei muito no Corinthians, mas eu não vou mais ser candidato. Eu já não queria em 2018, mas quem a gente queria por lá não quis, então teve que ser eu para fechar o naming rights e tirar a Odebrecht do processo”, disse. Andrés também afirmou que “daqui a 10 ou 15 anos, isso é certo, não vai concorrer”.
Durante a entrevista, o ex-dirigente também falou sobre a possível adoção de uma Sociedade Anônima do Futebol (SAF) no Corinthians. Ele negou qualquer envolvimento em articulações ao lado de Ronaldo, Kia Joorabchian ou o presidente do Chelsea, mas defendeu um modelo alternativo de SAF.
Andrés propôs uma estrutura semelhante à do Bayern de Munique, com o clube sendo o dono de 50,01% das ações do futebol e os outros 49,99% colocados na bolsa de valores. Ele destacou que esse modelo manteria o controle do futebol sob o clube, ao mesmo tempo em que profissionalizaria a gestão.
Na visão do ex-presidente, o Corinthians não deve seguir o exemplo de outras agremiações brasileiras que foram vendidas integralmente a investidores privados. Para ele, a separação entre clube social e futebol é um caminho viável, mas sem abrir mão da maioria acionária. O CORI votará no próximo dia 14 uma possível expulsão de Andrés Sanchez do Corinthians.
Uniformizada pressiona os conselhos do clube por apuração das denúncias e exige abertura completa das contas da gestão passada
|
A Gaviões da Fiel divulgou nota oficial cobrando providências contra o ex-presidente Andrés Sanchez, acusado de uso indevido do cartão corporativo do Corinthians. A principal torcida organizada do clube solicitou que o Conselho de Ética investigue formalmente o caso e, se necessário, recomende a exclusão de Andrés do quadro de associados.
Na nota, a Gaviões exige que o clube abra todas as movimentações financeiras dos últimos anos para análise detalhada. “Reivindicamos que o Conselho Deliberativo abra imediatamente todas as contas e movimentações financeiras dos últimos anos”, diz o texto, que também pede respeito à transparência e integridade na administração do clube.
A polêmica começou com a divulgação de uma suposta fatura de dezembro de 2020, publicada no perfil @Prmalaoficial na rede X. O documento aponta gastos de cerca de R$ 50 mil em itens pessoais, como hotel, cabeleireiro e serviços digitais. As despesas ocorreram na gestão de Andrés, que presidiu o clube entre 2007 e 2011 e, depois, entre 2018 e 2020.
Após a repercussão, Andrés Sanchez afirmou ao jornalista Marco Bello e em suas redes sociais que vai devolver os valores relacionados a uso pessoal. Segundo ele, a quantia gira em torno de R$ 10 mil. “Foi uma falha do financeiro também, que não cobrou na época”, justificou o ex-presidente, que hoje é conselheiro vitalício do Corinthians e membro nato do CORI.
A Gaviões finaliza a nota dizendo que "não compactua com corrupção, desvio de conduta ou qualquer ação que prejudique o Corinthians" e reforça o compromisso com a fiscalização da gestão alvinegra. A cobrança ocorre em meio à mobilização do CORI, que também avalia o caso em reunião marcada para os próximos dias.
Movimentações internas no Parque São Jorge colocam o futuro de um ex-dirigente do Timão em xeque após denúncias recentes
|
O Conselho de Orientação do Corinthians (CORI) marcou para a próxima segunda-feira, dia 14, uma reunião para analisar documentos relacionados ao uso do cartão corporativo do clube durante a última gestão de Andrés Sanchez, entre 2018 e 2020. A pauta principal será discutir a possibilidade de recomendar a expulsão do ex-presidente do quadro associativo.
A reunião terá como foco a avaliação de faturas e extratos do cartão corporativo utilizados no fim do mandato de Andrés. Parte desses dados foi vazada em junho por uma conta na rede social X, indicando gastos no valor de R$ 50 mil em dezembro de 2020, com despesas ligadas a hospedagens, cabeleireiro e serviços da Apple.
Além do CORI, conselheiros também articulam internamente para que o Conselho Deliberativo abra formalmente o processo de expulsão e busque reaver possíveis valores indevidos. No entanto, cabe ao Conselho Deliberativo, composto por 300 membros, votar sobre a permanência ou não de Andrés como associado do clube.
Em declaração ao perfil pessoal na rede X, Andrés afirmou que está em contato com o Corinthians para ressarcir os valores, com correção e juros. Em entrevista ao portal Leo Dias, ele reconheceu que usou o cartão do clube em cerca de R$ 9 mil e alegou: “Talvez eu tivesse bebido um pouquinho a mais e acabei usando o cartão errado”.
O caso segue gerando repercussão entre os membros da diretoria e conselheiros do Corinthians, e a reunião da próxima segunda será decisiva para os próximos encaminhamentos. O CORI poderá ou não sugerir que o Conselho Deliberativo leve a votação a possível exclusão do ex-mandatário do quadro associativo.