Ramón Díaz enfrenta pressão no Corinthians

O Corinthians recebeu o Bahia neste sábado (16), na Neo Química Arena, pela 20ª rodada do Campeonato Brasileiro. Logo no início da partida, o time tricolor abriu o placar, colocando pressão sobre a equipe paulista. O gol aconteceu aos dois minutos, quando Michel Araújo finalizou com chute cruzado que surpreendeu o goleiro Hugo Souza.

Apesar de tentar realizar a defesa, Hugo Souza não conseguiu impedir que a bola entrasse no gol. O arqueiro chegou a tocar na bola, mas a força e o ângulo do chute impediram a interrupção da jogada. O lance rapidamente se tornou ponto de discussão entre os torcedores alvinegros.

Nas redes sociais, parte da torcida do Corinthians apontou falha do goleiro no lance. Muitos questionaram a qualidade de Hugo Souza e levantaram críticas sobre uma possível queda de rendimento do jogador. A repercussão mostra a exigência dos torcedores mesmo nos primeiros minutos da partida.

O gol precoce do Bahia gerou pressão imediata sobre o Corinthians, que precisou reorganizar o sistema defensivo e buscar reação ofensiva. A situação reforçou a importância da concentração desde os primeiros minutos de jogo, especialmente para a equipe que enfrenta dificuldades no Brasileirão.

Com o episódio, Hugo Souza e a defesa do Corinthians voltaram a ser tema de debate entre torcedores e especialistas, evidenciando que o goleiro precisará mostrar consistência para recuperar a confiança da torcida nas próximas partidas.

O Corinthians reconheceu internamente que errou na contratação de Héctor Hernández e já trabalha para negociar a saída do centroavante espanhol. O jogador, que chegou ao clube em agosto de 2024 com contrato até dezembro de 2026, foi indicado pela equipe de análise de mercado de Renan Bloise, braço direito do executivo Fabinho Soldado, e aprovado pela comissão técnica comandada por Ramón Díaz. Porém, menos de um ano depois, a avaliação é de que o reforço não correspondeu às expectativas.

A última partida de Héctor aconteceu em 12 de junho, contra o Grêmio, e desde 23 de junho, diante do Cruzeiro, ele sequer vem sendo relacionado. Mesmo em meio a desfalques, Dorival Júnior não voltou a utilizá-lo, preferindo apostar em jovens da base, como Gui Negão, que ganhou protagonismo ao marcar o gol corintiano na derrota para o Bahia, na Neo Química Arena. A opção do treinador foi tão clara que, em certo momento, levou dois goleiros para o banco, deixando o espanhol de fora.

O próprio Dorival evitou se aprofundar no assunto. Questionado sobre a ausência do atacante, afirmou que a situação estava sob responsabilidade da diretoria, transferindo a explicação para Fabinho Soldado. Nos bastidores, a missão agora é encontrar um destino para o jogador, mas o mercado tem se mostrado pouco receptivo. O temor é que o caso repita o modelo de Diego Palacios, emprestado recentemente ao Karpaty, da Ucrânia, sem compensação financeira e com o Timão arcando com parte dos salários.

A dificuldade para negociar Hernández se agrava pelos números modestos com a camisa alvinegra: 24 partidas, apenas dois gols e uma assistência. A diretoria busca um acordo que alivie os custos e, ao mesmo tempo, evite novo desgaste político, já que a contratação passou a ser vista como um equívoco.

Héctor chegou ao Corinthians após o fim de seu vínculo com o Chaves, de Portugal, e até teve um início promissor, participando da jogada que resultou no gol da vitória sobre o Novorizontino, pela Copa do Brasil, na estreia de Dorival Júnior. No entanto, sem sequência e sem conseguir se firmar, perdeu espaço definitivamente. Agora, o clube admite que a aposta não deu certo e tenta dar um novo rumo para a carreira do atacante.

O Corinthians vem reforçando sua política de valorização da base para evitar perdas precoces de talentos. A saída de Kauê Furquim para o Bahia, após o pagamento da multa de R$ 14 milhões no mercado nacional, ligou o alerta no Parque São Jorge. Isso porque, apesar de ter uma cláusula de 50 milhões de euros para transferências internacionais, o jovem meia deixou o clube por um valor considerado baixo diante do seu potencial.

Além de Kauê, outros jogadores do elenco sub-20 possuem cláusulas rescisórias definidas para blindar o clube de futuras investidas. O volante Luiz Gustavo, por exemplo, tem multa fixada em R$ 65 milhões no mercado nacional e 50 milhões de euros para o mercado externo. Já o atacante Gui Negão aparece com valores de R$ 40 milhões dentro do país e 100 milhões de euros em negociações internacionais.

Na lista de jovens valorizados também estão o meia Dieguinho e o volante André Luiz, ambos com cláusulas de 100 milhões de euros para clubes estrangeiros. Em território nacional, os valores são menores: R$ 30 milhões no caso de Dieguinho e R$ 28 milhões para André Luiz. O objetivo do clube é dificultar ao máximo a saída de suas principais promessas para o mercado europeu.

A estratégia de definição de multas elevadas segue uma linha adotada por grandes clubes brasileiros, que buscam proteger suas categorias de base do Corinthians da ação de empresários e clubes do exterior. No entanto, a diferença entre os valores nacionais e internacionais ainda gera debate sobre a real eficácia dessas medidas, principalmente em negociações dentro do Brasil.

Mesmo assim, o Corinthians aposta que o aumento nas cifras rescisórias dará mais segurança ao processo de formação e revelação de atletas. A expectativa é que os jovens possam ter espaço no time principal antes de qualquer transferência, garantindo retorno esportivo e, futuramente, financeiro ao clube.