
Clube
|
A política interna do Corinthians voltou a esquentar. O diretor financeiro Pedro Silveira pediu demissão nesta sexta-feira (25), após ocupar o cargo desde julho de 2024. O clube confirmou oficialmente a saída e alegou motivos de saúde como justificativa.
Segundo apuração da CNN, Silveira enfrentou sérios problemas médicos recentemente e teve que se afastar de suas funções. A nota oficial sobre a saída está prevista para a manhã deste sábado (26), com mais detalhes sobre a decisão.
Além da questão de saúde, pesou na decisão o pedido de reabertura do balanço financeiro de 2023 feito pela gestão de Augusto Melo. O Conselho Fiscal, por sua vez, reprovou por unanimidade as contas de 2024, o que agravou a situação nos bastidores.
O Conselho de Orientação (CORI) irá avaliar os números na próxima segunda-feira (28). A expectativa é que Raul Corrêa da Silva, atual diretor cultural, assuma interinamente o setor financeiro e lidere a defesa das contas do clube.
“O Sport Club Corinthians Paulista informa que o presidente Augusto Melo aceitou o pedido de demissão do diretor financeiro do Clube, Pedro Silveira, por questões médicas (...). O Corinthians agradece todo empenho e deseja excelente recuperação”, comunicou o clube.
De acordo com investigação, influenciador possui forte envolvimento com as polêmicas que tem envolvido o clube do Parque São Jorge
|
Bruno Alexssander, conhecido nas redes sociais como Buzeira, está no centro de uma investigação que apura desvios financeiros envolvendo o Corinthians e o contrato de patrocínio com a casa de apostas VaideBet. Segundo relatório entregue pela Polícia Civil à Justiça em 24 de junho de 2025, empresas ligadas ao influenciador participaram de movimentações suspeitas de recursos, com indícios de lavagem de dinheiro e conexões com o crime organizado.
A Buzeira Digital, empresa do criador de conteúdo, aparece em diversas transações financeiras consideradas atípicas. Em abril de 2024, por exemplo, a Victory Trading transferiu R$ 1 milhão à Buzeira Digital apenas três dias após o Corinthians repassar valores à UJ Football, empresa ligada ao agente Ulisses Jorge. Posteriormente, mais R$ 300 mil foram enviados à mesma empresa. Além disso, entre julho de 2023 e junho de 2024, a Buzeira Digital recebeu quantias de um agropecuarista de Goiás e de um promotor de vendas do Espírito Santo, ambos também envolvidos em transferências para a Wave, companhia apontada como de fachada.
O relatório também menciona que Buzeira teria proximidade com a gestão do então presidente do Corinthians, Augusto Melo, atualmente afastado. Fotos do influenciador com o dirigente e sua presença no gramado da Neo Química Arena após o título paulista de 2025 reforçam essa ligação. Apesar disso, Melo negou qualquer envolvimento direto com Buzeira, afirmando que ele apenas visitou o CT em um momento informal e que não contribuiu financeiramente para campanhas eleitorais.
A investigação ainda aponta possíveis vínculos entre Buzeira e organizações criminosas, incluindo suspeitas de participação em rifas fraudulentas e conexões com um traficante conhecido como “Neymar do PCC”. A delação de Antônio Gritzbach, morto em 2024, também reforça a suspeita de que empresas como a UJ Football estariam envolvidas em esquemas de lavagem de capitais com ramificações no futebol.
Buzeira, por sua vez, nega qualquer envolvimento com irregularidades e afirma que aguardará o acesso completo ao inquérito para se manifestar oficialmente. Enquanto isso, o caso segue em análise pelas autoridades, que buscam esclarecer o papel de cada envolvido e o destino dos valores desviados dos cofres do clube. A repercussão do caso levanta questionamentos sobre a transparência na gestão esportiva e o uso de influenciadores em campanhas institucionais.
A ideia é que o clube tenha mais transparência nas decisões que envolvem o alvinegro para que assim a crise vista atualmente, não apareça no futuro
|
A discussão sobre a reforma estatutária no Corinthians ganhou força em 2025, impulsionada por protestos de torcedores e pressões internas. O principal ponto em debate é a inclusão do sócio torcedor no processo eleitoral do clube, algo que há anos é reivindicado por diferentes segmentos da torcida. Atualmente, apenas associados com mais de cinco anos de vínculo com o alvinegro e frequência ao clube social têm direito a voto.
A proposta de mudança foi liderada por Romeu Tuma Júnior, presidente do Conselho Deliberativo na época, que garantiu que a votação da reforma ocorrerá ainda este ano. Em 2024, uma comissão foi criada para fazer um novo estatuto, com participação de representantes de todas as chapas e torcidas organizadas. O texto chegou a ser finalizado, mas a tramitação foi interrompida devido ao processo de impeachment realizado do então presidente Augusto Melo, o que gerou instabilidade e adiou as discussões.
Com a expectativa de retomada das reuniões após a Assembleia Geral marcada para agosto, o tema volta à pauta com força. A proposta prevê que sócios torcedores adimplentes hão determinado período possam participar das eleições, ampliando significativamente o colégio eleitoral, que hoje conta com pouco mais de quatro mil votantes. A medida é vista como um passo importante para democratizar a gestão e aproximar o clube de sua base de apoio mais fiel.
Além do direito a voto, outras mudanças estão sendo analisadas, como critérios de elegibilidade, transparência nas contas e modernização das regras internas. A diretoria interina, liderada por Osmar Stabile, manifestou seu apoio à reforma, classificando-a como urgente e necessária para o futuro institucional do Corinthians.
A mobilização da torcida, com faixas, manifestações e campanhas nas redes sociais, tem sido fundamental para manter o tema em evidência. A expectativa é que, superada a crise política, o clube avance na construção de um modelo mais participativo e representativo, alinhado às demandas de sua imensa torcida espalhada pelo país.
Com a conclusão da investigação foi revelado um esquema onde não apenas o clube alvinegro fazia parte, mas sim, outros três envolvidos com o crime organizado
|
As investigações conduzidas pela Polícia Civil de São Paulo revelaram um esquema complexo envolvendo o desvio de recursos do Sport Club Corinthians Paulista, com ramificações que atingem outros três clubes paulistas. O relatório final, entregue ao Ministério Público, aponta que o grupo criminoso Primeiro Comando da Capital (PCC) teria estabelecido conexões com dirigentes de São Paulo Futebol Clube, Água Santa e União Barbarense.
O caso teve início com a apuração de irregularidades no contrato de patrocínio entre o Corinthians e a empresa Vai de Bet, que resultou no desvio de R$ 1,4 milhão. Durante o rastreamento dos valores, surgiram indícios de que empresas como UJ Football e Lion Soccer Sports, supostamente controladas por membros do PCC, também atuaram em transações com os demais clubes citados.
Entre os nomes envolvidos, destaca-se o de Danilo Lima de Oliveira, conhecido como “Tripa”, apontado como operador financeiro da facção e controlador informal da UJ Football. Através dessa estrutura, recursos ilícitos teriam sido movimentados, inclusive com coerção a empresários para cederem atletas e percentuais comerciais. Outro nome citado é o de Christiano Lino de Menezes, já condenado por tráfico e roubo, que teria auxiliado nas operações financeiras da organização.
No Corinthians, cinco pessoas foram indiciadas por crimes como furto, lavagem de dinheiro e associação criminosa. Entre elas, o presidente afastado Augusto Melo, acusado de envolvimento com empresas suspeitas antes mesmo de sua eleição. Yun Kin Lee, ex-diretor jurídico do Timão, foi indiciado nesta segunda (23). A investigação também aponta que verbas do Água Santa teriam sido utilizadas em sua campanha presidencial do presidente afastado.
Embora o inquérito sobre o Corinthians tenha sido concluído, a polícia pretende abrir ao menos dez novas frentes de apuração. A suspeita é de que o esquema seja mais amplo, envolvendo outras negociações no futebol brasileiro. A defesa de Augusto Melo nega qualquer vínculo com organizações criminosas e contesta a validade das provas apresentadas.