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A Justiça de São Paulo negou mais uma tentativa de aliados de Augusto Melo para reconduzi-lo à presidência do Corinthians. A ação, movida por Leonel Augusto Gonçalves da Silva, sócio do Parque São Jorge, foi protocolada na Vara Cível do Foro Regional VIII do Tatuapé e rejeitada pelo juiz Alberto Gibin Villela.
Leonel solicitava uma liminar para restituir Augusto Melo ao cargo, argumentando que seu afastamento teria causado prejuízos ao clube, incluindo a perda de um acordo de naming rights do CT Dr. Joaquim Grava com a empresa Mercado Livre e um contrato de fornecimento de material esportivo com a Adidas. No entanto, o juiz considerou que não havia fundamentos suficientes para reconsiderar a decisão e destacou o fracionamento de diversas ações com o mesmo propósito, classificando a estratégia como discutível.
Essa tentativa de retorno ocorre em meio a uma grave crise institucional no Corinthians. Augusto Melo foi afastado da presidência após um processo de impeachment relacionado ao caso Vai de Bet, no qual foi indiciado por associação criminosa, furto qualificado e lavagem de dinheiro. Seus aliados, incluindo conselheiros como Mario Mello, Ronaldo Fernandez Tomé, Maria Ângela de Sousa Ocampos e Peterson Ruan Aiello do Couto Ramos, têm buscado reverter a decisão judicialmente, mas sem sucesso.
A juíza Juliana Maria Maccari Gonçalves já havia negado um pedido de tutela de urgência feito por esses conselheiros, alegando falta de provas suficientes para validar a suspensão de Romeu Tuma Júnior da presidência do Conselho Deliberativo. Além disso, a Justiça reconheceu a validade dos atos praticados por Tuma, tornando precipitada qualquer alteração sem o devido contraditório e produção de provas.
O Corinthians, por sua vez, contratou o advogado Gustavo Bonini Guedes para reforçar sua defesa contra as tentativas de retorno de Augusto Melo. A atual gestão argumenta que a Comissão de Ética do clube não tem competência para suspender liminarmente o presidente do Conselho Deliberativo e que qualquer anulação dos atos de Tuma representaria uma violação da soberania do colegiado.
A Assembleia Geral dos sócios, marcada para 9 de agosto, será decisiva para ratificar ou não o impeachment de Augusto Melo. Até lá, a instabilidade política continua no Parque São Jorge, com disputas judiciais e tentativas de reverter decisões já tomadas pela Justiça.
Jogadores denunciam salários atrasados e falta de estrutura no time de Free Fire, relatam promessas descumpridas, problemas básicos de operação e processos
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A gestão do departamento de e-Sports do Corinthians vive um momento delicado. A empresa Goated Group, liderada por Vanessa Azevedo e responsável pela operação do time de Free Fire, acumula acusações de má gestão, incluindo salários atrasados, processos judiciais e denúncias trabalhistas por parte dos jogadores.
Atletas relataram a falta de pagamento de salários, benefícios e premiações, além de dificuldades básicas como alimentação e estrutura de trabalho. A situação já motivou ações na Justiça, com ao menos quatro processos registrados contra a gestora.
Segundo informações apuradas, algumas das ações envolvem cobranças de dívidas e descumprimento de obrigações trabalhistas. Jogadores também afirmam que promessas contratuais não foram cumpridas e que a comunicação com a gestão é precária.
A repercussão do caso gera pressão sobre o Corinthians, que cedeu seu nome e escudo à Goated para uso no cenário competitivo. A diretoria do clube ainda não se manifestou oficialmente sobre os desdobramentos.
O episódio expõe a fragilidade do modelo de terceirização na divisão de e-Sports do Timão e levanta debates sobre a responsabilidade institucional diante de denúncias envolvendo parceiros comerciais.
Cadastro é obrigatório para compra de entradas na Neo Química Arena; clube alvinegro mobiliza torcida para cumprir norma federal
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O Corinthians comemorou a marca de 80 mil biometrias faciais cadastradas no programa Fiel Torcedor, conforme anunciado nas redes sociais do clube. Esse número representa o dobro da parcial anterior, divulgada há uma semana, quando apenas 40 mil cadastros haviam sido realizados. O cadastramento da biometria facial é indispensável para a compra de ingressos para os jogos do Timão na Neo Química Arena.
A implementação da biometria facial no estádio é uma exigência da Lei Geral do Esporte, que obriga todos os estádios com capacidade superior a 20 mil lugares a adotarem essa tecnologia. O Corinthians era o único clube da Série A do Campeonato Brasileiro que ainda não havia aderido a essa exigência. A nova tecnologia foi implementada recentemente no estádio, a tempo de as autoridades aprovarem que o Corinthians seguisse utilizando a capacidade máxima de seu estádio em Itaquera.
Para realizar o cadastro, os torcedores devem acessar o site do Fiel Torcedor e atualizar seus dados pessoais. É necessário enviar uma foto centralizada do rosto e com boa iluminação para que o sistema identifique os dados contidos na imagem. O atacante Yuri Alberto serviu de modelo para a campanha criada pelo Alvinegro.
Vale lembrar que, desde o último dia 14, é obrigatório no Brasil que todo estádio com mais de 20 mil lugares de capacidade tenha biometria facial implementada. Caso o clube não consiga cumprir o prazo, estará sujeito a ser multado e ter o estádio interditado pelo poder público.
O próximo jogo do Corinthians como mandante será contra o Red Bull Bragantino, pela 13ª rodada do Campeonato Brasileiro, no dia 13 de julho, às 19h. Os ingressos para essa partida estarão disponíveis para compra apenas para os torcedores que tiverem a biometria facial cadastrada no programa Fiel Torcedor.
Com média de 191 dias para pagar a folha, Timão busca recuperar credibilidade e evitar novos atrasos com medidas emergenciais
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O Corinthians enfrenta pressão para regularizar os pagamentos em atraso e zerar suas pendências com jogadores, comissão técnica e colaboradores. O atraso se estende inclusive a salários, direitos de imagem e encargos, e tem sido motivado por bloqueios judiciais e fluxo de caixa apertado, que afetam o cronograma previsto pela diretoria.
Após conseguir desbloquear recursos da premiação do Brasileirão 2024 — cerca de R$ 33,7 milhões —, o clube espera usar esse montante para quitar os vencimentos de janeiro, interrompendo uma série de bloqueios judiciais que impediam o pagamento. A expectativa é que os pagamentos estejam totalmente em dia até o encerramento da semana atual.
Pesquisas apontam que o Corinthians é um dos slowpayers do futebol brasileiro: em 2024, o clube levou 191 dias para quitar sua folha salarial completa — um tempo considerado muito acima da média de 70 dias praticada pelos grandes clubes. Embora os atrasos tenham sido responsabilizados por entraves burocráticos e judiciários, o histórico prolongado acumula desconfiança interna e externa.
Os atletas e a comissão técnica demonstram compreensão, como evidenciou o atacante Ángel Romero, mas a situação é delicada para os funcionários do clube, que enfrentam inseguranças semelhantes. A corporação administrativa interna também aguarda a quitação de obrigações, em meio à estratégia de “organização financeira” anunciada pela gestão.
A diretoria de Osmar Stabile reforça que está mapeando novas receitas — via itens comerciais, antecipação de valores e bloco de pagamentos judiciais — para evitar que a situação se repita. A meta é recuperar credibilidade e estabilidade financeira, mas os desafios continuam, já que o clube ainda acumula débitos relativos a direitos de imagem, encargos e atrasos anteriores.