Atacante ex-Corinthians é contratado por equipe do exterior e terá primeira chance fora do Brasil

O Corinthians encerrou as negociações com o Sporting-POR por Biel e segue em busca de um atacante de lado de campo. A posição é tratada como prioridade por Dorival Júnior desde sua chegada, mas o clube encontra dificuldades em conciliar as exigências técnicas com o orçamento disponível nesta janela.

Dorival entende que o elenco atual carece de jogadores de velocidade e capacidade de enfrentamento no um contra um. A intenção é trazer um nome com condições de ser titular imediato. No entanto, a diretoria vê os valores do mercado inflacionados, principalmente para atletas com esse perfil.

Segundo apuração, atletas com as características buscadas custam entre 10 e 15 milhões de euros, valor acima das possibilidades financeiras atuais do clube. Ainda assim, o Timão chegou a considerar exceções em sua política, como adquirir apenas parte dos direitos econômicos.

Mesmo com o interesse de Biel em defender o Corinthians, as condições impostas pelo Sporting inviabilizaram o acordo. A alternativa de empréstimo foi negada pelos portugueses, que exigiam 7 milhões de euros para liberar o jogador.

Sem avançar nas tratativas e diante da escassez no mercado, o Corinthians pode recorrer às categorias de base para preencher a lacuna ofensiva. Enquanto isso, a equipe se prepara para enfrentar o Red Bull Bragantino no domingo (13), pela 13ª rodada do Brasileirão.

Dyego Coelho, ex-lateral-direito do Corinthians, falou abertamente sobre os bastidores do elenco alvinegro campeão brasileiro de 2005. Atual técnico do São Bento, o ex-jogador recebeu o ge e contou detalhes do ambiente da equipe comandada, de fato, pelos atletas. Ele também comentou episódios de tensão com a torcida, incluindo o uso de carro blindado para levar a filha à escola.

Cria do Terrão, Coelho defendeu o Corinthians em 108 partidas e marcou 15 gols. Entre os títulos, conquistou o Paulistão de 2003 e o Brasileirão de 2005. Ele destacou a força dos medalhões, como Tévez, Mascherano, Carlos Alberto e Nilmar, mas também o papel dos jogadores da base, que assumiram espaço no time titular.

“Era um vestiário conturbado, mas não queríamos sair dali. Quanto mais confusão a gente fazia, mais a torcida cobrava, mais a gente jogava”, contou. Coelho ainda afirmou que os atletas tinham controle sobre o grupo, com o apoio da torcida e aval da diretoria.

Sobre Tévez, o ex-lateral destacou a liderança do argentino e sua cobrança por esforço. “Ele não queria ficar fora. Brigava por todo mundo. Ele cobrava todo mundo, mas era um cara fantástico. Para pisar na bola com ele, era não correr dentro de campo.”. O argentino é até hoje o jogador mais caro da história do Corinthians.

Coelho também relembrou os momentos finais do Brasileirão de 2005, quando marcou gols decisivos contra Ponte Preta e Goiás. “O gol mais importante da carreira foi aquele contra o Ponte. Tava 1 a 1, o Tévez perdeu um pênalti e eu fiz 2 a 1 aos 41 do segundo tempo.”

Fabinho Soldado, diretor executivo de futebol do Corinthians, relembrou os bastidores sobre a chegada de Hugo Souza ao clube e fez questão de negar que o goleiro tenha sido uma simples aposta. Em entrevista recente, o dirigente explicou que sua decisão foi baseada em convicção técnica e conhecimento prévio do atleta, com quem trabalhou no Flamengo. Segundo ele, a contratação foi fruto de análise detalhada e não de improviso diante da saída de Cássio e da negociação conturbada de Carlos Miguel com o futebol inglês.

Na época, Hugo Souza passava por um momento difícil no Chaves, clube de Portugal, que havia sido rebaixado. Mesmo assim, Fabinho enxergou potencial no arqueiro e bancou sua contratação, mesmo com resistência interna. O clube havia cogitado nomes mais experientes, como Santos, mas o dirigente insistiu em Hugo, acreditando que ele poderia resolver a instabilidade no gol alvinegro.

Fabinho revelou que teve uma conversa franca com o jogador antes do acerto, cobrando comprometimento e foco. “Queria saber qual Hugo estava vindo: o deslumbrado do Flamengo ou o que sonhava com a Seleção Brasileira”, disse. O dirigente afirmou que o goleiro respondeu positivamente ao desafio e rapidamente se destacou no elenco do Timão.

Desde sua chegada, Hugo Souza se tornou peça fundamental na defesa do Corinthians. Foi decisivo em disputas de pênaltis na Sul-Americana e na Copa do Brasil, além de ter papel importante na recuperação do time no Brasileirão de 2024. Em 2025, se consolidou como líder do grupo e referência técnica, sendo inclusive convocado para a Seleção Brasileira de Carlo Ancelotti. Neste mês, ele completou um ano no clube, comemorou a marca e mostrou gratidão ao Timão e a torcida.

A diretoria corintiana adquiriu o goleiro em definitivo por 400 mil euros, valor considerado baixo diante do retorno esportivo. Para Fabinho, o sucesso de Hugo é prova de que a contratação foi estratégica e bem fundamentada, não uma simples tentativa de sorte. Hoje, o camisa 1 é visto como um dos grandes acertos da atual gestão.