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O Corinthians está se empenhando para reverter a punição que impede a presença das principais torcidas organizadas em jogos realizados na Neo Química Arena até o fim de 2025. A medida, imposta pela Federação Paulista de Futebol (FPF) após recomendação do Ministério Público, surgiu em resposta aos episódios ocorridos na final do Campeonato Paulista contra o Palmeiras, quando sinalizadores foram acesos e objetos arremessados no gramado.
Seis torcidas: Gaviões da Fiel, Camisa 12, Fiel Macabra, Pavilhão 9, Estopim da Fiel e Coringão Chopp, estão proibidas de exibir faixas, bandeiras ou qualquer símbolo que as identifique nos estádios paulistas. A diretoria do clube, no entanto, iniciou tratativas com representantes da FPF, do Ministério Público e da Polícia Militar para negociar a flexibilização da sanção que já completou três meses.
A estratégia do Corinthians envolve a proposta de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), documento que estabelece compromissos legais para evitar reincidência de infrações. O clube acredita que a ausência das organizadas tem prejudicado o desempenho da equipe, especialmente pela falta de apoio sonoro e visual que costuma intimidar adversários em Itaquera. O último jogo na Neo Química Arena, o Timão perdeu para o Red Bull Bragantino por 2 a 1.
O advogado Renan Bohus, representante dos Gaviões da Fiel, criticou a decisão por não permitir defesa prévia às torcidas e defendeu o diálogo como caminho para a solução. Enquanto isso, os torcedores têm aderido à “camisa da proibição”, uma alternativa simbólica para manter a presença nas arquibancadas sem infringir a portaria.
A FPF, por sua vez, afirma que apenas acatou as recomendações das autoridades competentes e que qualquer revisão da medida deve ser discutida diretamente com o Ministério Público e a Polícia Militar. Nos bastidores, o Corinthians busca reconstruir pontes e garantir que a paixão da torcida organizada volte a pulsar nas arquibancadas, sem comprometer a segurança e o respeito às normas vigentes.
Seu nome foi ligado após investigações relacionadas a outros dirigentes serem reveladas e causarem impacto entre o clube e a torcida
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O ex-presidente do Corinthians, Duilio Monteiro Alves, veio a público esclarecer os gastos realizados com o cartão corporativo do clube durante uma viagem aos Estados Unidos, em maio de 2021. A polêmica surgiu após o vazamento de uma fatura que indicava despesas em um restaurante na Flórida, mesmo sem compromissos oficiais do time naquele período.
Segundo Duilio, a viagem teve como objetivo uma reunião com representantes da Florida Cup, que planejavam incluir o Corinthians em uma competição de pré-temporada em 2022. Ele afirmou que permaneceu nos EUA por apenas dois dias e que os gastos com o cartão corporativo se limitaram ao restaurante onde ocorreu o encontro. Passagens aéreas e hospedagem, segundo ele, foram pagas com recursos próprios.
O ex-dirigente reforçou que o compromisso foi exclusivamente voltado ao interesse do clube e que não houve uso indevido do cartão. A justificativa foi divulgada após o caso ganhar repercussão, especialmente por conta de investigações paralelas envolvendo o ex-presidente Andrés Sanchez, que admitiu ter utilizado o cartão do Corinthians para despesas pessoais em 2020.
A situação levou o Conselho de Orientação (Cori) do clube a recomendar a abertura de processos disciplinares para apurar os gastos de ex-dirigentes. Duilio, embora citado em discussões internas, não foi alvo direto de investigação, mas decidiu se manifestar para evitar interpretações equivocadas sobre sua conduta.
O episódio reacende o debate sobre transparência na gestão de clubes de futebol e o uso de recursos institucionais. A torcida e conselheiros cobram maior rigor na fiscalização e defendem que todos os casos sejam analisados com imparcialidade. Duilio encerrou sua nota reafirmando seu compromisso com a ética e a responsabilidade administrativa, destacando que sua gestão sempre buscou preservar os interesses do Corinthians dentro e fora de campo. O clube, por sua vez, segue acompanhando os desdobramentos e reforçando medidas de controle interno.
Campanha “Doe Arena” tem conseguido aliviar a dívida existente entre o Timão coma Neo Química Arena e a Caixa Econômica Federal
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A campanha de arrecadação liderada pela Gaviões da Fiel para quitar a dívida da Neo Química Arena alcançou mais um marco importante nesta semana. A torcida organizada do Corinthians anunciou o pagamento do 135º boleto da vaquinha, reforçando o compromisso da Fiel com o clube e com a independência financeira do estádio. O valor quitado foi de R$ 5.835,54, transferido diretamente da conta da campanha para a Caixa Econômica Federal.
Desde o início da iniciativa, a mobilização da torcida tem sido constante e surpreendente. A campanha já arrecadou mais de R$ 40,6 milhões, com doações feitas por torcedores de todo o país. A meta final é ambiciosa: quitar os R$ 700 milhões referentes ao financiamento da arena até dezembro de 2025. Para isso, a Gaviões têm promovido ações como o “Mutirão do Pix”, que convida os corintianos a fazerem doações mínimas de R$ 10 às 19h10, horário simbólico que remete ao ano de fundação do clube.
O modelo de pagamento adotado pela campanha permite amortizações diárias, com boletos gerados conforme o saldo disponível na conta. Essa flexibilidade tem sido essencial para manter o ritmo das quitações, evitar atrasos e manter a transparência. Além disso, o site oficial da campanha oferece um sistema transparente, com contador em tempo real e prestação de contas atualizada, permitindo que os torcedores acompanhem cada etapa do processo.
A iniciativa não apenas contribui para a redução da dívida, mas também fortalece o vínculo entre o clube e a sua fiel torcida. A Neo Química Arena, construída como símbolo da nova era do Corinthians, vai se tornando cada vez mais um patrimônio da Fiel, não apenas no sentimento, mas também na prática.
Com o apoio contínuo da torcida e a organização da campanha, o Corinthians dá passos firmes rumo à quitação total do estádio, mostrando que a paixão pelo clube vai muito além das arquibancadas.
Presidente afastado do Timão tem se mantido firme em confirmar a sua inocência nas investigações policiais que envolvem o seu nome
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A crise política no Corinthians ganhou novos contornos com a movimentação estratégica de Augusto Melo, presidente afastado do clube. Determinado a reassumir o comando, Melo acionou a Justiça Comum em busca de uma liminar que anule seu afastamento, apostando na Assembleia Geral marcada para 9 de agosto como ponto decisivo para sua recondução.
Em paralelo, a denúncia apresentada pelo Ministério Público de São Paulo contra Melo e outros cinco envolvidos no caso VaideBet enfrenta obstáculos jurídicos. A juíza responsável pelo processo solicitou complementação probatória, alegando que os elementos apresentados são insuficientes para vincular diretamente o ex-presidente às acusações de lavagem de dinheiro, furto qualificado e associação criminosa.
O MP afirma que Melo teria articulado um esquema para desviar R$ 1,4 milhão do contrato de patrocínio com a VaideBet, utilizando empresas de fachada para ocultar os beneficiários reais. No entanto, a defesa argumenta que a denúncia é genérica e carece de clareza, dificultando o exercício pleno da ampla defesa do presidente afastado.
Augusto Melo acusa a diretoria interina, liderada por Osmar Stábile, de desorganizar o planejamento e causar prejuízos financeiros com decisões precipitadas para o clube. A tensão nos bastidores aumentou após Melo e seus aliados tentarem reassumir o poder no Parque São Jorge, gerando embates com a atual gestão. A Comissão de Ética do Conselho Deliberativo afastou diversos sócios ligados ao ex-presidente, alegando risco institucional e tentativa de golpe.
A gestão interina tem visto erros na administração de Melo, como por exemplo, a contratação de muitos funcionários, mais de 80 jogadores nas categorias de base, incluindo filhos de conselheiros do Timão. Caso a Justiça rejeite a denúncia do MP, Melo poderá evitar o status de réu e fortalecer sua posição política. A decisão sobre a admissibilidade da acusação deve ocorrer nos próximos dias, enquanto o clube segue mergulhado em incertezas administrativas e jurídicas. A torcida, por sua vez, observa com apreensão os desdobramentos que podem redefinir o futuro do Timão.