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O Corinthians vive uma crise política sem precedentes, com o presidente Augusto Melo enfrentando um processo de impeachment que pode culminar em seu afastamento do cargo. A votação decisiva está marcada para a próxima segunda-feira, quando o Conselho Deliberativo do clube avaliará as denúncias contra o dirigente.
O processo de impeachment tem como base supostas irregularidades no contrato de patrocínio com a empresa de apostas VaideBet. Augusto Melo e outros envolvidos foram indiciados pela Polícia Civil de São Paulo pelos crimes de furto, lavagem de dinheiro e associação criminosa. Além disso, a reprovação das contas da gestão aumentou a pressão sobre o presidente.
Se a maioria dos conselheiros votar a favor do impeachment, Augusto Melo será afastado imediatamente. Nesse caso, o primeiro vice-presidente, Osmar Stábile, assumirá interinamente o comando do clube. Em até cinco dias, o presidente do Conselho Deliberativo, Romeu Tuma Jr., deverá convocar uma assembleia geral dos associados para ratificar ou não a decisão. O estatuto do Corinthians não estabelece um prazo específico para a realização dessa votação.
Caso os associados confirmem o afastamento, o Conselho Deliberativo do Corinthians será responsável por eleger um novo presidente. Somente os membros do conselho poderão votar e concorrer no pleito. Se a nova eleição ocorrer a partir de junho, o presidente eleito poderá concorrer a um mandato completo no triênio 2027-2029, conforme prevê o estatuto do clube.
Por outro lado, se a maioria dos conselheiros votar contra o impeachment, o processo será arquivado, e Augusto Melo continuará no cargo até o fim de seu mandato, previsto para dezembro de 2026. A decisão do Conselho Deliberativo será crucial para definir os rumos do Corinthians nos próximos anos.
Com a instabilidade política gerando preocupação entre jogadores, o executivo de futebol o dirigente atua para blindar o elenco do Timão
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A instabilidade política que assola o Corinthians, marcada pelo processo de impeachment contra o presidente Augusto Melo, tem causado preocupação dentro do elenco alvinegro. Jogadores têm buscado informações junto à diretoria e seus empresários sobre os desdobramentos da situação, temendo impactos nos compromissos financeiros e esportivos do clube.
Diante desse cenário, o executivo de futebol Fabinho Soldado tem desempenhado um papel crucial nos bastidores. Com carta branca para tomar decisões no departamento de futebol, ele trabalha para assegurar aos atletas e à comissão técnica que a estrutura do CT Joaquim Grava permanecerá estável, independentemente do resultado da votação do Conselho Deliberativo marcada para a próxima segunda-feira.
Fontes próximas ao clube revelam que o clima de insegurança é perceptível, mas que há um esforço conjunto para manter o foco nos objetivos esportivos. Conversas francas entre a direção e o elenco têm sido frequentes, visando garantir que as atenções estejam voltadas para as competições em andamento, como o Campeonato Brasileiro, a Copa do Brasil e a Copa Sul-Americana.
Fabinho Soldado, que assumiu o cargo de executivo de futebol do Corinthians em 2024, é uma figura respeitada tanto pela situação quanto pela oposição dentro do clube. Sua experiência anterior como jogador e dirigente em outras equipes o credencia a lidar com momentos de crise, buscando preservar a estabilidade do departamento de futebol.
Enquanto o futuro político do clube permanece incerto, a atuação de Fabinho Soldado tem sido fundamental para blindar o elenco e manter a concentração nos desafios esportivos que o Corinthians enfrenta nas próximas semanas.
Presidente do alvinegro paulista falará com os jornalistas a partir das 15h (de Brasília), no CT Joaquim Grava, dentro do Parque São Jorge
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Após ser indiciado pela Polícia Civil pelo caso VaideBet, Augusto Melo, presidente do Corinthians, concedera coletiva de imprensa nesta sexta-feira, dia 23. Ele falará com os jornalistas a partir das 15h, no CT Joaquim Grava.
Em comunicado enviado à imprensa, a defesa do mandatário alvinegro, liderando pelo advogado Ricardo Cury, afirmou que Augusto recebeu com "incredulidade e indignação o relatório final do inquérito". Além disso, o posicionamento reafirma que o presidente não teve "qualquer envolvimento com eventuais irregularidades".
A nota ainda fala sobre o "maior contrato de patrocínio máster do futebol sul-americano" , concretizado em janeiro de 2024 por R$ 360 milhões divididos em três anos, passando pelo aval dos principais departamentos do Timão. O vínculo, vale lembrar, durou apenas cinco meses, já que a casa de apostas rescindiu o acordo.
Augusto é acusado por crimes de associação criminosa, furto qualificado e lavagem de dinheiro pelo envolvimento em um possível esquema de "laranja" nos repasses da intermediação do contrato. Além dele, Sérgio Moura, ex-superintendente de marketing, Marcelo Mariano, o Marcelinho, ex-diretor administrativo, e Alex Fernando André, conhecido como Alex Cassundé, que consta como intermediário no contrato com a ex-patrocinadora, também foram indiciados.
Os nomes enquadrados no inquérito policial agora aguardam o Ministério Público, que podera aceitar ou arquivar a denúncia. Vale lembrar que o promotor Juliano Atoji atuou ao lado do delegado Tiago Fernando Corrêa nas oitivas do processo.
Na próxima segunda-feira, a partir das 18h, no Salão Nobre do Parque São Jorge, o Conselho Deliberativo do Corinthians votará o pedido de impeachment de Augusto Melo, baseado no caso VaideBet. Aliados do presidente, inclusive, articulam estratégia para afastar Romeu Tuma Júnior, presidente do Conselho, e anular a votação.
O presidente do Timão, Augusto Melo, aponta dívida de R$ 191 milhões omitida e pede revisão dos balanços de gestões anteriores.
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O Conselho Fiscal do Corinthians aceitou o pedido da atual gestão para reanalisar os balanços financeiros dos anos de 2023 e 2024. A solicitação foi feita pelo presidente Augusto Melo, que alega ter "herdado" uma dívida de R$ 191,296 milhões não registrada pelas administrações anteriores. Esses valores referem-se a impostos, juros sobre parcelamentos de execuções fiscais do município e contingências em processos que não foram classificados como "perda provável" nos balanços anteriores.
O presidente do Conselho Fiscal, Haroldo José Dantas da Silva, afirmou que o processo de reanálise será extenso e exigirá diversas iniciativas para sua conclusão. Não há um prazo definido para a emissão de um novo parecer sobre os números apresentados.
Em resposta, o ex-diretor financeiro do Corinthians, Wesley Melo, criticou a atual gestão e o posicionamento do Conselho Fiscal. Ele afirmou que a diretoria atual busca narrativas para desviar a atenção de suas próprias dificuldades em explicar os números de 2024 e que as contas de 2023 foram fechadas e apresentadas pela atual gestão, não havendo mais o que discutir sobre os balanços anteriores.
A reanálise das contas ocorre em um momento de pressão nos bastidores do clube. Na próxima segunda-feira, o Conselho Deliberativo do Corinthians se reunirá para votar o impeachment do presidente Augusto Melo, relacionado ao caso VaideBet. A oposição argumenta que a situação mancha a imagem do clube.
A decisão do Conselho Fiscal de reavaliar as contas pode fornecer à atual gestão mais tempo para se defender das críticas e buscar esclarecer as alegações de dívidas não computadas, enquanto o clube enfrenta desafios tanto dentro quanto fora de campo.