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O ex-presidente do Corinthians, Duilio Monteiro Alves, veio a público esclarecer os gastos realizados com o cartão corporativo do clube durante uma viagem aos Estados Unidos, em maio de 2021. A polêmica surgiu após o vazamento de uma fatura que indicava despesas em um restaurante na Flórida, mesmo sem compromissos oficiais do time naquele período.
Segundo Duilio, a viagem teve como objetivo uma reunião com representantes da Florida Cup, que planejavam incluir o Corinthians em uma competição de pré-temporada em 2022. Ele afirmou que permaneceu nos EUA por apenas dois dias e que os gastos com o cartão corporativo se limitaram ao restaurante onde ocorreu o encontro. Passagens aéreas e hospedagem, segundo ele, foram pagas com recursos próprios.
O ex-dirigente reforçou que o compromisso foi exclusivamente voltado ao interesse do clube e que não houve uso indevido do cartão. A justificativa foi divulgada após o caso ganhar repercussão, especialmente por conta de investigações paralelas envolvendo o ex-presidente Andrés Sanchez, que admitiu ter utilizado o cartão do Corinthians para despesas pessoais em 2020.
A situação levou o Conselho de Orientação (Cori) do clube a recomendar a abertura de processos disciplinares para apurar os gastos de ex-dirigentes. Duilio, embora citado em discussões internas, não foi alvo direto de investigação, mas decidiu se manifestar para evitar interpretações equivocadas sobre sua conduta.
O episódio reacende o debate sobre transparência na gestão de clubes de futebol e o uso de recursos institucionais. A torcida e conselheiros cobram maior rigor na fiscalização e defendem que todos os casos sejam analisados com imparcialidade. Duilio encerrou sua nota reafirmando seu compromisso com a ética e a responsabilidade administrativa, destacando que sua gestão sempre buscou preservar os interesses do Corinthians dentro e fora de campo. O clube, por sua vez, segue acompanhando os desdobramentos e reforçando medidas de controle interno.
Campanha “Doe Arena” tem conseguido aliviar a dívida existente entre o Timão coma Neo Química Arena e a Caixa Econômica Federal
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A campanha de arrecadação liderada pela Gaviões da Fiel para quitar a dívida da Neo Química Arena alcançou mais um marco importante nesta semana. A torcida organizada do Corinthians anunciou o pagamento do 135º boleto da vaquinha, reforçando o compromisso da Fiel com o clube e com a independência financeira do estádio. O valor quitado foi de R$ 5.835,54, transferido diretamente da conta da campanha para a Caixa Econômica Federal.
Desde o início da iniciativa, a mobilização da torcida tem sido constante e surpreendente. A campanha já arrecadou mais de R$ 40,6 milhões, com doações feitas por torcedores de todo o país. A meta final é ambiciosa: quitar os R$ 700 milhões referentes ao financiamento da arena até dezembro de 2025. Para isso, a Gaviões têm promovido ações como o “Mutirão do Pix”, que convida os corintianos a fazerem doações mínimas de R$ 10 às 19h10, horário simbólico que remete ao ano de fundação do clube.
O modelo de pagamento adotado pela campanha permite amortizações diárias, com boletos gerados conforme o saldo disponível na conta. Essa flexibilidade tem sido essencial para manter o ritmo das quitações, evitar atrasos e manter a transparência. Além disso, o site oficial da campanha oferece um sistema transparente, com contador em tempo real e prestação de contas atualizada, permitindo que os torcedores acompanhem cada etapa do processo.
A iniciativa não apenas contribui para a redução da dívida, mas também fortalece o vínculo entre o clube e a sua fiel torcida. A Neo Química Arena, construída como símbolo da nova era do Corinthians, vai se tornando cada vez mais um patrimônio da Fiel, não apenas no sentimento, mas também na prática.
Com o apoio contínuo da torcida e a organização da campanha, o Corinthians dá passos firmes rumo à quitação total do estádio, mostrando que a paixão pelo clube vai muito além das arquibancadas.
Presidente afastado do Timão tem se mantido firme em confirmar a sua inocência nas investigações policiais que envolvem o seu nome
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A crise política no Corinthians ganhou novos contornos com a movimentação estratégica de Augusto Melo, presidente afastado do clube. Determinado a reassumir o comando, Melo acionou a Justiça Comum em busca de uma liminar que anule seu afastamento, apostando na Assembleia Geral marcada para 9 de agosto como ponto decisivo para sua recondução.
Em paralelo, a denúncia apresentada pelo Ministério Público de São Paulo contra Melo e outros cinco envolvidos no caso VaideBet enfrenta obstáculos jurídicos. A juíza responsável pelo processo solicitou complementação probatória, alegando que os elementos apresentados são insuficientes para vincular diretamente o ex-presidente às acusações de lavagem de dinheiro, furto qualificado e associação criminosa.
O MP afirma que Melo teria articulado um esquema para desviar R$ 1,4 milhão do contrato de patrocínio com a VaideBet, utilizando empresas de fachada para ocultar os beneficiários reais. No entanto, a defesa argumenta que a denúncia é genérica e carece de clareza, dificultando o exercício pleno da ampla defesa do presidente afastado.
Augusto Melo acusa a diretoria interina, liderada por Osmar Stábile, de desorganizar o planejamento e causar prejuízos financeiros com decisões precipitadas para o clube. A tensão nos bastidores aumentou após Melo e seus aliados tentarem reassumir o poder no Parque São Jorge, gerando embates com a atual gestão. A Comissão de Ética do Conselho Deliberativo afastou diversos sócios ligados ao ex-presidente, alegando risco institucional e tentativa de golpe.
A gestão interina tem visto erros na administração de Melo, como por exemplo, a contratação de muitos funcionários, mais de 80 jogadores nas categorias de base, incluindo filhos de conselheiros do Timão. Caso a Justiça rejeite a denúncia do MP, Melo poderá evitar o status de réu e fortalecer sua posição política. A decisão sobre a admissibilidade da acusação deve ocorrer nos próximos dias, enquanto o clube segue mergulhado em incertezas administrativas e jurídicas. A torcida, por sua vez, observa com apreensão os desdobramentos que podem redefinir o futuro do Timão.
Uma decisão envolvendo o ex-presidente do Timão gerou impacto direto no quadro de associados de torcida organizada ligada ao clube
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A Torcida Jovem Camisa 12 anunciou a exclusão de Caetano Blandini, conselheiro do Corinthians e membro do Cori, de seu quadro de associados. A medida foi tomada após Blandini votar contra a recomendação de investigação interna sobre os gastos pessoais do ex-presidente Andrés Sanchez com o cartão corporativo do clube.
Segundo comunicado da torcida, a decisão foi baseada no descumprimento de princípios éticos por parte do conselheiro. "Entendemos que, juntamente com os outros seis conselheiros, Caetano Blandini não cumpriu sua função de orientar, fiscalizar e aconselhar a diretoria do clube", informou a organizada em nota oficial.
Na votação do Cori, nove conselheiros aprovaram a abertura de apuração interna, enquanto sete votaram contra. Entre os que se posicionaram contra estão também nomes como Duilio Monteiro Alves, Mário Gobbi Filho e Alexandre Husni. O processo agora segue para a Comissão de Ética e Disciplina do Conselho Deliberativo do Corinthians.
A recomendação de investigação se refere a compras pessoais feitas por Andrés Sanchez com o cartão do clube, que somaram R$ 9 mil, segundo o próprio ex-presidente. Após a repercussão, ele reembolsou o Corinthians em R$ 15 mil. Ainda assim, novas faturas com possíveis irregularidades continuam sendo divulgadas.
Além das possíveis sanções internas no clube, o caso pode ter desdobramentos judiciais. Como conselheiro vitalício e membro nato do Cori, Andrés Sanchez poderá ser avaliado sob a Lei Pelé, que prevê punições em casos de má gestão em entidades esportivas.