Corinthians busca campanha histórica no Paulistão e encara clássico decisivo contra o Santos

A atacante Gabi Nunes, atualmente no Aston Villa, da Inglaterra, comentou sobre a possibilidade de retornar ao Corinthians no futuro. Em entrevista à ESPN, a jogadora agradeceu o apoio dos torcedores e reforçou o carinho pelo clube. “Volto em breve, meu coração sempre ficou aqui, fui muito feliz no Corinthians”, disse.

Aos 28 anos, Gabi Nunes atuou no Timão entre 2016 e 2021, onde marcou 77 gols em 115 partidas, tornando-se a terceira maior artilheira da história do clube no futebol feminino. À frente dela estão Grazi, com 78 gols, e Vic Albuquerque, com 118. A atacante conquistou cinco títulos no período em que defendeu o Alvinegro.

Após deixar o Corinthians, a jogadora passou pelo Madrid Club e Levante, da Espanha, antes de se transferir para o futebol inglês em 2024. No Aston Villa, Gabi disputou 21 jogos nesta temporada, com dois gols marcados. Seu contrato com o clube vai até meados de 2026.

Ela esteve recentemente no Brasil e acompanhou, no Canindé, a vitória do Corinthians sobre o Flamengo pelo Brasileirão Feminino. Ao lado das ex-companheiras Tarciane e Yasmim, assistiu à partida in loco. O elenco comandado por Lucas Piccinato encerrou a primeira fase do torneio na segunda colocação.

Mesmo distante, Gabi Nunes segue atenta ao desempenho do Corinthians. Com 73 gols, Gabi Zanotti se aproxima do número alcançado por Nunes no ranking histórico do clube. A atacante pode retornar ao futebol brasileiro no futuro, mas, por ora, segue vinculada ao clube inglês.

Após vencer o Cruzeiro, o Corinthians se prepara para enfrentar o São Paulo, no domingo, antes da pausa para a Data Fifa. Durante esse período, o clube terá três atletas convocadas para a Seleção Brasileira: Mariza, Duda Sampaio e Jhonson. O trio permanece à disposição até o Majestoso, e depois segue para os compromissos com a Amarelinha.

Lucas Piccinato avaliou a frequência de convocações como reflexo da força do elenco corinthiano, mas ponderou os impactos físicos nas jogadoras. “É o ônus e o bônus de ter uma equipe tão forte quanto o Corinthians tem”, disse. O técnico destacou a necessidade de gestão da carga de trabalho na volta das atletas, para mantê-las disponíveis ao longo da temporada.

Jhonson, de 19 anos, vive sua primeira sequência como titular e já soma nove gols no ano, sendo vice-artilheira do time. Piccinato comentou sobre a evolução da atacante: “Acho que ela tem cada vez mais se cravado como uma das melhores atacantes do país, mesmo muito jovem”. O treinador também demonstrou preocupação com o retorno da atleta após o torneio continental.

Outro nome citado por Piccinato foi a meia Manu Olivan, de 20 anos. Oriunda da base, a jogadora tem alternado entre o Sub-20 e o profissional, com uma participação no time principal neste ano. Ela foi chamada recentemente para treinamentos com a Seleção Principal e agora está convocada pela Seleção Sub-20.

O treinador vê semelhanças entre a trajetória de Manu e a de Jhonson. “Acho uma jogadora muito talentosa. Vejo o caminho dela sendo parecido com o que a Jhonson viveu com a gente”, afirmou. Piccinato projeta mais oportunidades para Manu ao longo da temporada e espera que a meia mantenha sua evolução no clube.

Carlos Augusto Cria do Terrão, natural de Campinas, é hoje um dos nomes mais consistentes da Inter de Milão. No entanto, sua trajetória até o topo do futebol europeu foi marcada por obstáculos e subestimações. Revelado nas categorias de base do Corinthians, o lateral-esquerdo nunca foi protagonista no clube paulista. Inicialmente atacante, foi recuado até encontrar sua posição ideal na lateral, mas também faz a função de zagueiro. Mesmo com dois títulos estaduais no currículo, era visto como coadjuvante, o “patinho feio” do elenco alvinegro.

Em 2020, transferiu-se para o Monza, da Itália, onde rapidamente se destacou. Com passaporte europeu, recebeu convites da seleção italiana, inclusive sob comando de Roberto Mancini e, posteriormente, Luciano Spalletti. Apesar da oportunidade de disputar competições internacionais por uma tetracampeã mundial, Carlos optou por esperar uma chance na seleção brasileira.

A decisão foi recompensada: em 2023, foi convocado por Fernando Diniz e, mais recentemente, por Carlo Ancelotti para as Eliminatórias da Copa. Na Inter, Carlos Augusto se consolidou como peça-chave no sistema defensivo. Na temporada 2024/25, disputou 47 partidas, marcou três gols e deu seis assistências. Nesta temporada, ele foi uma das peças fundamentais da Internazionale que foi finalista da UEFA Champions League.

Sua versatilidade permite atuar como zagueiro em linha de três, além de lateral ofensivo. No recente empate contra o Monterrey no Mundial de Clubes, foi dele a assistência para o gol de Lautaro Martínez, evidenciando sua importância tática. Amanhã a equipe italiana jogará contra Urawa Red Diamonds, time do Japão pela segunda rodada da competição, às 16h. Ao que tudo indica, Carlos Augusto deverá ser titular mais uma vez.

A recusa à Itália não foi apenas uma escolha esportiva, mas também um gesto de identidade. Carlos expressou o desejo de representar o país onde nasceu e se formou como atleta. Hoje, aos 26 anos, é um dos principais nomes brasileiros atuando na Europa e forte candidato a disputar a próxima Copa do Mundo. De subestimado no Parque São Jorge a destaque internacional, Carlos Augusto é a prova de que perseverança e convicção podem transformar um “patinho feio” em protagonista de elite.