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O presidente interino do Corinthians, Osmar Stabile, tem adotado uma postura firme diante das críticas sobre a nomeação de dirigentes com histórico em gestões anteriores do clube. Desde que assumiu o cargo após o afastamento de Augusto Melo, Stabile tem buscado estabilidade administrativa em meio a um cenário político conturbado no Parque São Jorge. Em declarações recentes, ele defendeu a escolha de nomes experientes, argumentando que a prioridade é garantir governabilidade e continuidade institucional.
Entre os indicados está Carlos Roberto Auricchio, conhecido pelo apelido de Nenê do Posto, que assumiu a direção do futebol de base. Auricchio já atuou em diferentes períodos no clube, incluindo as gestões de Vicente Matheus e Alberto Dualib, além de ter comandado o departamento amador entre 2017 e 2018. Outro nome também confirmado foi o de Emerson Piovesan, que passou a ocupar a diretoria financeira. Ambos os dirigentes têm histórico de atuação no Corinthians, o que gerou reações divididas entre conselheiros e torcedores.
Stabile justificou as nomeações com base na necessidade de conhecimento prévio da estrutura do clube e na urgência de reorganizar setores estratégicos. Segundo ele, a experiência desses profissionais pode ser decisiva para enfrentar os desafios financeiros e esportivos que o Corinthians atravessa. O dirigente também ressaltou que todas as decisões estão sendo tomadas em conjunto com os departamentos jurídico e financeiro, evitando medidas precipitadas que possam comprometer ainda mais a situação do clube.
A escolha por figuras ligadas a administrações anteriores ocorre em meio a um ambiente de instabilidade política, com disputas internas e manifestações da torcida exigindo mudanças no estatuto e maior transparência na gestão. Apesar das pressões, Stabile tem reiterado seu compromisso com a reconstrução institucional e com a preparação do clube para a próxima assembleia geral, que definirá o futuro da presidência.
Enquanto o elenco profissional está de férias durante a pausa para o Mundial de Clubes, os bastidores seguem movimentados. A expectativa é que, até o retorno das atividades, o Corinthians avance em sua reorganização administrativa e defina os próximos passos para a temporada.
Subtração indevida pode ter acontecido no dia 31 de maio na sede do clube do Parque São Jorge. Timão segue com crise política
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O Corinthians enfrenta um momento delicado após a invasão ao prédio administrativo do clube em 31 de maio, quando aliados do ex-presidente Augusto Melo tentaram retomar o poder. Além da tensão política, um novo problema surgiu: o possível sumiço de documentos sigilosos que podem impactar diretamente a investigação sobre o contrato de patrocínio com a Vai de Bet.
O clube notificou a Polícia Civil sobre o receio de que documentos importantes tenham sido subtraídos ou acessados indevidamente durante a invasão. Os arquivos podem conter informações cruciais para a apuração de irregularidades e suspeitas de lavagem de dinheiro, que já resultaram no indiciamento de quatro pessoas, incluindo do próprio Augusto Melo.
A diretoria do Corinthians considera que o desaparecimento desses documentos pode dificultar a obtenção de provas essenciais para sustentar o caso contra os envolvidos. A investigação, que corre desde maio do ano passado, está na reta final, mas sua previsão de conclusão era até o último dia 20. No entanto, se esgotou devido questões internas da investigação.
Diante da situação, o clube pondera sobre a necessidade de medidas cautelares para proteger a instituição contra novos episódios de instabilidade. A diretoria também avalia reforçar a segurança interna para evitar que novos documentos sejam comprometidos.
O Conselho Deliberativo do Corinthians já votou a favor do impeachment de Augusto Melo, e a decisão final será tomada pelos associados do clube em 9 de agosto. Caso seja confirmado, Melo será definitivamente destituído do cargo. O presidente afastado tem dado diversas entrevistas sobre sua situação no Corinthians, na última semana ele e seus aliados foram derrotados na Justiça por ações movidas por eles na tentativa de fazer Melo retornar ao poder do alvinegro.
O desfecho da investigação pode ter um impacto significativo nos próximos meses, especialmente se o sumiço de documentos comprometer o andamento do caso. Enquanto isso, a torcida aguarda mais esclarecimentos sobre o episódio e espera que o clube consiga superar essa crise sem maiores prejuízos.
Empresários relataram ao Fantástico que intermediaram o contato inicial entre a VaideBet e o alvinegro, mas não foram pagos
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Os empresários Toninho Duetos e Sandro dos Santos Ribeiro falaram pela primeira vez sobre o caso que apura suspeita de desvio de valores em um contrato de patrocínio entre a VaideBet e o Corinthians, que causou instabilidade política sem fim no clube. Eles disseram nunca ter recebido comissão pela intermediação do acordo e agora são testemunhas na investigação.
O contrato, fechado em 2023, previa um valor total de R$ 360 milhões. Segundo a polícia, uma empresa de marketing que não participou da negociação teria recebido R$ 25 milhões em comissão. As autoridades apontam que parte do dinheiro foi desviada por meio de contas de laranjas.
Sandro e Toninho relataram como se deu o início da negociação com o clube. “O Andrezinho, que é um dos donos da VaideBet, perguntou se eu tinha um contato no Corinthians”, contou Toninho. Sandro completou: “Marcamos uma reunião em São Paulo para apresentar a proposta de patrocínio”.
Durante o encontro, eles afirmam que a condução das tratativas mudou após a saída do presidente Augusto Melo da sala. “Perguntei como funcionaria a comissão e me disseram que só poderia ser paga por meio de empresa já cadastrada no clube”, afirmou Sandro. A polícia e o Ministério Público entendem que essa empresa foi usada para desviar recursos.
Em nota, o Corinthians declarou ser vítima de fraude e que irá se defender judicialmente se houver prejuízos. Augusto Melo negou qualquer conversa com os empresários sobre comissões. A defesa de Marcelo Mariano, diretor do clube, também afirmou que nada foi combinado com os empresários sobre pagamentos.
Osmar Stábile defende a continuidade de profissionais no clube alvinegro e critica decisões motivadas por disputas políticas internas
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O presidente interino Osmar Stábile saiu em defesa das nomeações ligadas a gestões anteriores do Corinthians, enfatizando que a escolha de profissionais alinhados ao projeto do clube é legítima e faz parte da governança estruturada. Ele reforçou que tais decisões visam manter a continuidade administrativa e técnica, independentemente dos ciclos políticos que passam pelo Parque São Jorge.
Stábile destacou que a prática de aproveitar talentos e especialistas indicados por administrações anteriores é comum e válida, desde que os processos sejam transparentes. O dirigente interino afirmou que o clube não deve revogar contratações apenas por haver mudanças na presidência, sem que haja indícios de irregularidades ou prejuízos ao patrimônio do Corinthians.
Segundo Stábile, o foco da diretoria agora é preservar a integridade institucional e evitar rupturas desnecessárias licitadas por disputas políticas. Ele afirmou que revisões pontuais em cargos estratégicos serão realizadas, mas apenas quando houver justificativa técnica ou de governança — e não apenas por motivações oportunistas.
A declaração ocorre em meio a debates internos motivados pelo pedido de impeachment do presidente eleito, Augusto Melo, e questionamentos sobre possíveis contratações questionáveis como a da “Vai de Bet”. Apesar da pressão de parte da torcida e de conselheiros, Stábile reforçou que a gestão é pautada por critérios objetivos e preocupação com a imagem do Corinthians.
Em resumo, o dirigente interino busca enfatizar o compromisso com a continuidade e a eficiência da gestão, propondo que os debates devem ser centrados na meritocracia e no bem-estar institucional — e não em retaliações políticas impulsivas.