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02 Ago 2025 | 19:00 |
A crise política no Corinthians ganhou um novo capítulo com a declaração do presidente interino Osmar Stábile, que afirmou ser favorável à expulsão dos ex-presidentes Andrés Sanchez e Duílio Monteiro Alves do quadro associativo do clube. A fala acontece em meio às investigações do Ministério Público de São Paulo, que apura o uso supostamente indevido de cartões corporativos durante as gestões anteriores.
As suspeitas de irregularidades surgiram após faturas de cartões corporativos vazarem nas redes sociais, revelando possíveis gastos pessoais. Andrés chegou a admitir a veracidade de uma das faturas, alegando ter ressarcido o clube com correção monetária. Já Duílio negou envolvimento e registrou uma notícia-crime questionando os documentos apresentados. A polêmica aumentou a pressão por medidas mais rígidas dentro do clube.
Durante entrevista ao programa Os Donos da Bola, da Band, Stábile declarou que os indícios apresentados são graves e merecem investigação profunda. Ele defendeu a responsabilização dos ex-mandatários, caso as irregularidades sejam comprovadas, e ressaltou que o clube precisa passar por um processo de depuração ética. A fala também ecoa o pedido da torcida organizada Gaviões da Fiel, que solicitou a expulsão de Andrés Sanchez do clube.
A declaração de Osmar Stábile amplia ainda mais o distanciamento entre a atual gestão interina e os antigos dirigentes. Além disso, evidencia o clima de instabilidade política que marca o Corinthians nos últimos meses, com disputas internas, processo de impeachment contra o presidente afastado Augusto Melo e questionamentos sobre a transparência administrativa.
Com os desdobramentos das investigações e as possíveis punições internas, o clube se vê diante da necessidade de fortalecer suas estruturas de governança. As próximas semanas serão decisivas, com depoimentos ao Ministério Público, votações importantes no Conselho Deliberativo e cobranças cada vez mais intensas da torcida por mudanças profundas na administração corintiana.
Presidente afastado chama Tuma de "ditador" e acusa golpe, enquanto Conselho defende legalidade do processo de impeachment
02 Ago 2025 | 17:00 |
A turbulência nos bastidores do Corinthians se intensificou neste fim de semana, com novo embate entre o presidente afastado do clube, Augusto Melo, e o presidente do Conselho Deliberativo, Romeu Tuma Júnior. No sábado (2), Melo participou de um evento no Parque São Jorge e aproveitou a oportunidade para rebater publicamente as críticas feitas por Tuma em uma coletiva no dia anterior, quando o conselheiro defendeu a necessidade de uma reestruturação profunda no clube.
Durante sua fala, Augusto Melo classificou como "patética" a entrevista de Tuma Jr., acusando o presidente do Conselho de agir como um "ditador" e de tentar articular um "golpe" para permanecer no poder. O mandatário afastado reforçou que não pretende renunciar ao cargo e criticou a condução do processo de impeachment, afirmando que não teve direito à defesa e que houve irregularidades na votação que abriu o processo.
Em resposta, Romeu Tuma Jr. afirmou que seguiu rigorosamente o estatuto do clube e que a votação foi legal. Ele lamentou o comportamento de Melo e revelou que tanto ele quanto sua família vêm sofrendo ameaças. Tuma também enviou uma carta aos conselheiros classificando a postura do presidente afastado como irresponsável e uma tentativa desesperada de reverter sua situação.
O conflito evidencia a divisão política interna no Corinthians. De um lado, Tuma representa um grupo que defende o afastamento de Melo por denúncias envolvendo sua gestão. De outro, o próprio Augusto e seus apoiadores alegam que o processo é uma tentativa de retaliação contra a auditoria que sua diretoria promoveu, que teria identificado irregularidades em gestões anteriores.
A votação decisiva sobre o futuro de Augusto Melo acontecerá no dia 9 de agosto, em Assembleia Geral. Até lá, o clima promete seguir tenso no Parque São Jorge, com novos capítulos de uma crise institucional que ameaça paralisar o clube alvinegro em um momento delicado, dentro e fora de campo.
Contrato inclui opção de rescisão unilateral e perdão de dívidas antigas, além de royalties progressivos sobre vendas licenciadas
02 Ago 2025 | 14:24 |
O Corinthians anunciou a renovação do contrato com a Nike, mantendo a parceria por mais dez anos, até 2036. O presidente interino Osmar Stábile confirmou o acordo durante o evento de inauguração do “Novo Terrão”, no Parque São Jorge. Essa renovação reforça a relação sólida entre o clube e a fornecedora, iniciada em 2003, garantindo estabilidade comercial para o Timão nas próximas temporadas.
O contrato prevê pagamentos fixos anuais de cerca de R$ 59 milhões, com reajustes anuais baseados no índice de inflação (IPCA). Ao longo da vigência do acordo, o valor total pode ultrapassar R$ 1,3 bilhão, incluindo bônus por desempenho esportivo e metas comerciais. Essa quantia representa um dos maiores contratos de patrocínio do futebol sul-americano.
Um dos destaques do novo acordo é o adiantamento de R$ 100 milhões em luvas, que serão pagos ao clube em parcelas durante 2025 e 2026. Além disso, o Corinthians conseguiu cláusulas que garantem maior flexibilidade, como a possibilidade de rescindir unilateralmente o contrato caso a Nike deixe de cumprir suas obrigações por mais de 50 dias consecutivos.
Outro ponto importante é a política de royalties sobre vendas de produtos licenciados, que prevê percentuais para o Corinthians e a possibilidade de aumentos conforme o volume de vendas. A Nike também concordou em perdoar dívidas anteriores relacionadas a entregas de material acima da cota contratual, um passo importante para a regularização da parceria.
Com a renovação, o Corinthians mantém sua posição de principal clube brasileiro associado à Nike, fortalecendo sua imagem e garantindo receitas significativas para investir em sua estrutura e no futebol. A decisão também encerra as negociações com a Adidas, que chegou a apresentar proposta, mas acabou ficando fora da disputa.
Gaviões da Fiel reage com indignação às insinuações de favorecimento e exige provas concretas das acusações feitas pelo dirigente
02 Ago 2025 | 14:00 |
A maior torcida organizada do Corinthians, Gaviões da Fiel, divulgou uma nota oficial de repúdio às declarações feitas por Romeu Tuma Júnior, presidente do Conselho Deliberativo, em entrevista à Rádio Bandeirantes. Tuma alegou que a torcida teria sido beneficiada pelo clube com ingressos, espaço e autonomia, insinuando falta de independência. A Gaviões classificou essas acusações como "levianas, infundadas e desrespeitosas" e exigiu uma explicação clara e provas concretas.
No comunicado, a Gaviões destacou que a própria torcida arrecadou e pagou de forma auditada mais de R$ 35 milhões para quitar dívidas da Neo Química Arena, situação que, segundo a nota, reforça seu caráter independente e comprometido com o clube. A organizada também lamentou a ausência de abertura de processos investigativos contra gestões anteriores, apelando por maior imparcialidade na condução política do Corinthians.
Com o ambiente político do clube acirrado, especialmente com o processo de impeachment de agosto Melo em curso, a Gaviões deixou claro que não apoiará que disputas internas sejam levadas às arquibancadas. A torcida reforçou o compromisso com a verdade, a transparência e com a manutenção da honra daqueles que se dedicam ao clube sem buscar poder.
A expectativa agora é que Romeu Tuma Jr. ouça as demandas e responda com clareza e documentos que sustentem suas declarações. Enquanto isso, a organizada se posiciona como fiscalizadora e também como elemento central de estabilidade, reafirmando que as tensões entre dirigentes não devem comprometer a paixão da Fiel pelos 90 minutos.
A crise política corintiana chega a um ponto chave, com a torcida organizada exercendo papel ativo ao desafiar acusações e exigir conduta ética. Ao cobrar transparência de todos os envolvidos, a Gaviões se coloca como elemento de equilíbrio na disputa interna que decidirá os rumos do clube nos próximos meses.