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O Corinthians vive uma de suas piores crises políticas da história. No último sábado, o Parque São Jorge, sede social do clube, foi palco de um entrevero envolvendo Augusto Melo, presidente afastado, que apresentou um documento destituindo Romeu Tuma Jr., presidente do Conselho, e tentando se recolocar no poder. Passada uma semana, o clima ainda é de ebulição, com Osmar Stábile, mandatário interino, promovendo mudanças na diretoria.
Augusto Melo contesta a validade da votação que aprovou seu impeachment no Conselho Deliberativo. Segundo ele, a decisão não deveria ser considerada legítima, uma vez que a Comissão de Ética havia afastado Romeu Tuma Jr. ainda no início de abril; entretanto, não houve notificação formal ao mesmo.
A destituição de Augusto ocorreu em meio a investigações sobre possíveis irregularidades no contrato de patrocínio do clube com a casa de apostas Vai de Bet, caso no qual ele foi indiciado pela Polícia Civil pelos crimes de associação criminosa, furto qualificado e lavagem de dinheiro.
Armando Mendonça, vice-presidente do Corinthians, que acompanha de perto essa transição, concedeu entrevista exclusiva ao Lance!. Durante a conversa, o dirigente chegou a afirmar que Augusto Melo criou uma "baderna" no clube.
"Na verdade, a baderna se iniciou logo no início da gestão e teve o seu auge em dois momentos: o primeiro, quando Augusto Melo não renunciou ou pediu seu afastamento preservando a instituição, mesmo indiciado por furtar o Corinthians, em associação com seus comparsas; o segundo, pela tentativa de golpe orquestrada por ele (Augusto Melo) no dia 31.05.2025, dois dias que reputo como os mais tristes da história do Corinthians", disse.
"Augusto Melo desrespeitou nossa história, os sócios e milhares de torcedores. Pior, continua a desrespeitar quando vai à imprensa dizer inverdades enquanto mais escândalos são revelados pela autoridade policial", complementou.
A Seleção Brasileira tem feito treinamentos no CT Joaquim Grava e Neo Química Arena será palco do confronto da próxima rodada do time de Ancelotti
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Nesta Data Fifa, a Seleção Brasileira escolheu o Centro de Treinamento Joaquim Grava, onde treina o Corinthians, para ser a casa do Brasil durante a preparação para os jogos das Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2026. Em 2024, a relação entre o Timão e a CBF ficou estremecida e voltou a ter abalos no mês passado.
Corinthians e CBF se reaproximam em meio a mudanças na presidência e Timão se torna casa do Brasil
Antes de ser afastado, o ex-presidente Augusto Melo, apoiou a reeleição de Ednaldo Rodrigues em março deste ano, que foi eleito por unanimidade. No mês seguinte, foi anunciado que o centro de treinamento do clube e a Neo Química Arena receberiam as seleções masculina e feminina.
Augusto Melo comentou sobre o caso: "Houve sim uma reaproximação, a gente não gostou de como tudo foi conduzido em relação aqueles jogos da Copa do Brasil, mas depois em conversas, mostramos nossa insatisfação e frisamos a importância do Corinthians para a CBF, que o Ednaldo mesmo reconheceu."
Com a troca na presidência do Corinthians e da CBF, a entidade cumpriu o acordo de se reaproximar do Timão e voltou a treinar no Centro de Treinamento Joaquim Grava. "A logística para a seleção é primordial (para treinar em Guarulhos). Mas não adianta ter só a localização boa e não ter uma condição que acompanha os atletas da seleção. Isso envolve os campos, a parte da fisioterapia, piscina e toda a infraestrutura que temos para oferecer." Disse Fabinho Soldado.
Completou o dirigente do Timão: "Para nós é uma oportunidade enorme de abrir relação, de estar de de perto desses grandes jogadores e dessas pessoas que fazem o futebol. Receber a seleção nacional é um motivo de orgulho pra todos nós. A ideia é que a gente continue evoluindo quanto a clube, quanto a centro de treinamento, para que a gente possa cada vez mais poder proporcionar toda essa qualidade para os nossos atletas aqui, principalmente, e estar preparado para receber a seleção."
Objetivo do grupo é promover melhorias para o clube que tem passado por momentos turbulentos defendendo gestão eficiente e com transparência
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O coletivo Voz Corinthiana lançou uma campanha para realizar mudanças no estatuto do Corinthians, com o objetivo de despolitizar a gestão e profissionalizar a administração do clube. A iniciativa busca maior transparência e eficiência na tomada de decisões, reduzindo a influência de disputas internas que comprometem o desenvolvimento da equipe.
A proposta surge em meio a um cenário de instabilidade política e financeira no Parque São Jorge. Nos últimos meses, o Corinthians tem enfrentado dificuldades para manter patrocínios e realizar investimentos, o que tem gerado preocupação entre torcedores e dirigentes. A crise administrativa também se agravou com protestos e manifestações de grupos organizados, que exigem mudanças estruturais para garantir um futuro mais sólido ao clube.
O coletivo Voz Corinthiana defende uma reformulação profunda no estatuto, incluindo medidas que ampliem a participação dos sócios e fortaleçam mecanismos de governança. Entre as propostas, estão a criação de um conselho independente para fiscalizar decisões da diretoria e a implementação de critérios técnicos na escolha de gestores. A ideia é que o clube adote práticas mais modernas e alinhadas com modelos de sucesso no futebol mundial.
A mobilização dos torcedores tem sido intensa, com campanhas nas redes sociais e encontros presenciais para debater as mudanças necessárias para o clube. O grupo disponibilizou um formulário online para que os corinthianos possam contribuir com sugestões e acompanhar o andamento do projeto. A expectativa é que a reforma estatutária seja votada nos próximos meses, dependendo do apoio dos associados e da diretoria. Algumas propostas lembram a da Safiel que busca também uma profissionalização dentro do Corinthians, quitação de dívidas e estabilidade política.
A iniciativa também enfrenta resistência de setores internos do clube, que veem a proposta como uma tentativa de enfraquecer grupos políticos tradicionais. No entanto, os organizadores reforçam que o objetivo é garantir um Corinthians mais forte e sustentável, livre de interesses particulares que prejudicam sua evolução.
Com a pressão da torcida e o engajamento crescente, o coletivo Voz Corinthiana espera que a reforma do estatuto traga mudanças significativas para o clube. A profissionalização da gestão pode ser um passo essencial para recuperar a competitividade e consolidar o Corinthians como uma potência do futebol brasileiro.
Ideia criada por torcedores do alvinegro busca mudar a história recente do clube marcada por instabilidade política e financeira
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O projeto Safiel surge como uma iniciativa inovadora para reestruturar a gestão do Corinthians, buscando maior profissionalização e transparência na administração do clube. Criado por um grupo de torcedores e investidores comprometidos com a recuperação financeira e institucional do Timão, o ele propõe um modelo de governança que visa equilibrar as finanças, fortalecer a estrutura esportiva e garantir um futuro sustentável para o clube do Parque São Jorge.
A ideia central do Safiel é implementar uma gestão mais eficiente e moderna, inspirada em modelos de sucesso adotados por clubes europeus. O grupo responsável pelo projeto surgiu a partir de corintianos que figuraram entre os principais doadores da Neo Química Arena e decidiram se unir para buscar soluções para os problemas administrativos e financeiros do Corinthians. A proposta visa evitar que o clube seja entregue a uma SAF tradicional, garantindo que a torcida continue tendo influência na gestão.
Além disso, busca diminuir as dívidas acumuladas ao longo dos anos e garantir investimentos estratégicos para recolocar o Corinthians como uma potência esportiva e econômica no futebol sul-americano.
Um dos pilares do Safiel é a profissionalização radical da gestão administrativa e técnica do futebol. Isso inclui a criação de um sistema de governança que prioriza a transparência e a responsabilidade financeira, evitando gastos excessivos e decisões pouco fundamentadas. O projeto também prevê a quitação da Neo Química Arena, um dos principais desafios financeiros do clube, além de investimentos na base e em projetos sociais para fortalecer a identidade corintiana. Vale lembrar que a torcida tem se mobilizado para pagar as parcelas do estádio.
A proposta do projeto tem gerado grande expectativa entre os torcedores, que veem na iniciativa uma oportunidade de resgatar a credibilidade do clube e garantir um futuro mais sólido. No entanto, a implementação do projeto enfrenta desafios, como a resistência de parte da diretoria atual e a necessidade de ajustes estruturais para viabilizar a transição. Apesar disso, o grupo responsável pelo Safiel segue mobilizado, buscando apoio da torcida e de investidores para tornar a proposta uma realidade.
Com um modelo inovador e uma visão de longo prazo, o Safiel representa uma tentativa de transformar a gestão do Corinthians, garantindo maior estabilidade e sucesso dentro e fora de campo. A expectativa é que, com a adesão da torcida e o comprometimento dos envolvidos, o projeto possa trazer mudanças significativas para o clube.